Missão |
Jorge Cardoso na Fundação Gonçalo da Silveira
Promover a fé e a justiça
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Jorge Cardoso nasceu no dia 30 de julho de 1976, em Lisboa. No final do secundário, em 1994, entrou no curso de Gestão e Organização de Empresas, do Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Escolheu o curso de Gestão porque tinha algum gosto e jeito para as 'contas' e para a organização e porque diziam que era um curso com 'saída'. Mas desta experiência formativa gostou pouco, sobretudo do discurso e objectivo quase exclusivamente monetários.

 

Apesar de o ter concluído continuou a sentir uma inquietação, que o levou a reflectir e aprofundar sobre o que realmente queria e o faria feliz. A libertação, como lhe chama, veio no deixar reviver uma vontade antiga, o sonho ingénuo de ir para África ajudar, na forma de um pensamento simples: “mas por que é que eu hei-de esperar por ter dinheiro para realizar os meus sonhos se os posso buscar já agora?”

 

O encontro com a Missão 

A partir daí, começou a busca de uma hipótese de voluntariado em África e deu-se o feliz encontro com a ONGD Leigos para o Desenvolvimento (LD), com Deus e com a Igreja. Quando saiu do percurso normal da catequese, afastou-se da Igreja quase totalmente. Durante quase 1 ano de formação dos LD, em especial quando realizou os 2 Exercícios Espirituais previstos no seu percurso (o 1º em janeiro de 1999 e o segundo em junho do mesmo ano), de repente tudo fez sentido. Durante esse ano fez o Crisma e confirmou a sua disponibilidade para partir em missão. 

Foi em 2000 que partiu com destino à Missão de Fonte Boa, em Moçambique (província de Tete), e foi aí que se deparou com um novo (e admirável) mundo. “Um mundo de enormes contrastes: incrivelmente belo e muito pobre; cheio de valor e calor humano, mas com atentados à dignidade humana difíceis de compreender; imensamente alegre e colorido, mas com inúmeras histórias de sofrimento e tristeza; cheio de potencial, mas tão limitado por condicionantes externas e internas. No ano seguinte, já em Lichinga (Moçambique, província do Niassa), mudou o contexto, as pessoas, as tarefas, mas o essencial manteve-se: “Tenho noção de que durante esses 2 anos me dediquei e trabalhei muito, mas recebi de Moçambique muitíssimo mais do que aquilo que dei ou poderei um dia vir a dar.“

 

Ser Igreja no caminho

No regresso de Moçambique, em 2001, veio apostado e focado em dedicar-se profissionalmente à área do Desenvolvimento. Depois de uma experiência de um mês na área de gestão empresarial e de já ter iniciado o mestrado em Estudos Africanos, apareceu a oportunidade de trabalhar na Cáritas Portuguesa, na área de intervenção social. Novamente, o ser Igreja a fazer parte do seu caminho. 

Apesar disso, cerca de 1 ano depois do seu regresso, novamente ao fazer Exercícios Espirituais, surgiu a possibilidade de uma vida religiosa e começou então um processo de discernimento para decidir se entraria no Noviciado da Companhia de Jesus. Em Outubro de 2003 entrou no Noviciado, em Coimbra. Lá passou 2 anos tendo como mestre o padre Vasco Pinto de Magalhães. No final dos 2 anos de Noviciado decidiu não fazer os votos religiosos, regressou a Moçambique para trabalhar como investigador num projecto sobre migrações forçadas, num campo de refugiados, na região de Nampula. O contacto com situações de extrema violência (ainda que só contadas) e com pessoas (a maioria ainda crianças) profundamente marcadas e vítimas da iniquidade dos sistemas de injustiça globais que alimentam as sucessivas guerras nas regiões dos Grandes Lagos (os refugiados eram provenientes do Congo, Ruanda e Botswana) para ganhos individuais e empresariais, alargou-lhe os horizontes sobre o que é o nosso mundo de hoje e aumentou-lhe a consciência sobre as estruturas de pecado mundiais que alimentam incessantemente essa injustiça.

Pastoralmente, deu catequese na sua paróquia de residência em Alfornelos e fez parte da Comunidade de São Francisco Xavier (CFX). Desde janeiro de 2009 que está a trabalhar na área de Educação para o Desenvolvimento da Fundação Gonçalo da Silveira, uma ONGD jesuíta que tem como objectivo principal promover a fé e a justiça através de programas de desenvolvimento.

 

A missão da família

Entretanto, pelo meio de tudo isto, foi acontecendo o mais importante: Jorge começou a namorar com Filipa e casaram-se no 1º aniversário de namoro, em abril de 2007. Em dezembro de 2008, nasceu a filha Eva. A vida a dois e depois a três, a constituição de uma Família, tem sido para o Jorge “uma descoberta sempre inacabada e desafiante”. “Um espaço de aprofundamento do Amor incondicional para o qual somos chamados, mas que ainda tão defeituosamente cumpro. Uma verdadeira e bonita Missão,” afirma.

texto por Vanessa Furtado, FEC – Fundação Fé e Cooperação
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