DOMINGO XXV COMUM Ano B
"Tinham discutido uns com os outros
sobre qual deles era o maior."
Mc 9, 34
A vida em sociedade é competitiva. O melhor, o maior, o primeiro, o excelente, o famoso e o extraordinário ocupam grande parte das notícias e são a base da publicidade. Uma sã competitividade é importante para estimular o desenvolvimento de dons e qualidades. Contudo, quando se coloca o termo de comparação nos outros, acabam por vir ao de cima a sobranceria, a arrogância, o orgulho e a ostentação. “Ser melhor ou maior” do que outra pessoa é esquecer que cada um é mais do que as suas áreas excepcionais, e que viver nessa comparação é uma armadilha com graves custos. O culto da excelência e do perfeccionismo também pode produzir “refinadíssimos monstros”.
Quando um professor tem de repetir três vezes a mesma matéria, não será só pela “burrice” dos seus alunos; é porque é mesmo importante o que diz. Assim se passa com Jesus. Por três vezes irá anunciar o sofrimento da sua paixão, a morte e a ressurreição. E os discípulos não compreenderam e tiveram medo de expor as dúvidas. É natural o medo porque a lição é difícil e, às vezes, parece melhor ficar na ignorância. Por isso, começaram a conversar de outras coisas. E o contraste não podia ser mais gritante: discutiram sobre qual deles seria o maior. Devem ter esgrimido argumentos, evocado qualidades, reconhecido limitações, votado em candidatos e, talvez, atribuído pelouros uns aos outros. Isto é, criaram a hierarquia de funcionamento do grupo. Às vezes quando custa enfrentar a realidade, dá jeito fazer “castelos no ar”.
A paciência amorosa de Jesus revela-se em seguida. Sentado (na atitude de ensinar), Jesus explica a “matéria”: para ser primeiro é preciso ser último e servo de todos. Quer dizer, é ao contrário das comparações do mundo. Há um título do Papa que diz isso mesmo: “servo dos servos de Deus”! O abraço dado à criança e o convite a recebê-las em seu nome é a proposta operativa. Claro que é bonito acolher as crianças, mas Jesus não está a “fazer propaganda”: as crianças são frágeis, dependentes, na época não tinham estatuto jurídico nem direitos, podem comparar-se aos frágeis do mundo, explorados e espezinhados, destituídos de direitos, que devem ocupar o pensamento e a acção dos discípulos. Mas podemos ir mais longe: as crianças não produzem, só gastam, precisam de ajuda, “partem os bibelots” e arranjam sarilhos, “sujam as fraldas”, não sabem o que dizem, não raciocinam como adultos. Como acolhemos as “crianças” de tantas idades, quantas vezes, as de maior idade, que têm as mesmas limitações?
A competição e o desejo de “ser o maior” acabam, quando aqueles que precisam, se tornam o centro do pensar e do agir de cada um de nós. E só aí a paz e a alegria são mais verdade!
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