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Líbano: visita do Papa ocorre num momento de forte tensão regional
Cristãos no fio da navalha
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O Líbano vai acolher Bento XVI dia 14. A violência na região é de tal ordem que o Vaticano já teve de confirmar a visita, por mais de uma vez, pois a guerra civil que está a destruir a Síria já ultrapassou as fronteiras do país e ameaça o próprio equilíbrio de paz no Líbano. Até por isso, as expectativas são muitas. Em poucos lugares no mundo os cristãos estão mais ameaçados do que no Médio Oriente.

 

Sobreviver é algo que faz parte do ADN dos Cristãos no Médio Oriente. Toda a sua história tem sido resistir naquilo que é mais importante, a fé. Por isso, a visita de Bento XVI ao Líbano é aguardada com tanta expectativa. Este país é único na região. Há alguns anos, era mesmo maioritariamente cristão: cerca de 70 % da população seguia os ensinamentos de Jesus, mas isso tem vindo a mudar aos poucos. Agora, serão pouco menos de 40 % até porque muitos emigraram.

 

Questão de coragem

Mas os cristãos estão no fio da navalha porquê? Se estavam de alguma forma sitiados num mundo maioritariamente muçulmano, agora, com a eclosão da chamada Primavera Árabe, que evidenciou muitos radicalismos, a situação é bastante mais delicada.

As notícias que chegam da Síria, país que vive uma brutal guerra civil, demonstram como é frágil a convivência e difícil a sobrevivência das minorias religiosas na região. Para os cristãos, continuar é uma prova de fogo. É uma questão de coragem.

 

Memória da guerra civil

Na memória de todos está a guerra civil que destruiu o país entre 1975 e 1990, e consumiu 150 mil vidas humanas, provocou mais de 350 mil feridos e largos milhares de refugiados. Quando todos já imaginavam que as imagens e a memória do sangue e do luto eram coisas do passado, em 2006, a guerra que deflagrou entre Israel e o Hezbollah voltou a trazer para o quotidiano dos libaneses o medo, o cheiro da morte, o vermelho do sangue.

 

Espreitar a esperança

Definitivamente, os cristãos vivem aqui no fio da navalha. Mas, mesmo assim, são exemplo. Onde nós vemos preocupação, eles espreitam a esperança. Onde nós só conseguimos perceber menos influência, eles compreendem mais eficácia. D. Béchara Boutros Raï, Patriarca da Igreja Católica Maronita de Antioquia, explicou, à Fundação AIS, o segredo desta persistência na fé. “Estamos dispostos a cooperar”. Enquanto uns usam as balas como argumentos nas diferenças, outros procuram criar pontes. Os tempos estão difíceis. Muito difíceis. Basta estar atento aos “telejornais” para se perceber como há tanta gente aflita no Médio Oriente, tanta gente de luto e, principalmente, tanta gente que só pensa em vingança.

 

Exemplo de diferença

É por isso que a comunidade cristã do Líbano pode ser exemplo de diferença. Este é um país em que a Fundação AIS tem ajudado essencialmente ao nível da formação dos sacerdotes, no apoio na distribuição de literatura religiosa, na educação. É dos seminários do Líbano que têm saído os novos padres que alimentam a fé em Cristo em todos estes países que vivem em revolução. O Papa vai agora sublinhar a importância de preservar a fé. Mesmo em tempo de guerra e violência. E nós, que não conhecemos o cheiro da pólvora, temos o dever de ajudar os cristãos que estão por lá, no Médio Oriente, terras de tantos conflitos. Ou não temos?

  

Saiba mais em www.fundacao-ais.pt

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