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Paquistão: nova acusação de blasfémia agita a comunidade cristã
O medo, outra vez!
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É a acusação de blasfémia que mais controvérsia tem provocado desde o caso de Asia Bibi. Agora, as autoridades de Islamabad prenderam uma menina cristã, Rimsha Masih, com cerca de 11 anos, sob a acusação de que teria queimado páginas do Corão. Pormenor a reter: a menina sofre do Síndrome de Down e mal conseguiu entender as questões a que foi já sujeita em tribunal. Para já, a comunidade cristã está em pânico.

 

Não bastava a história terrível de Asia Bibi, e já a comunidade cristã do Paquistão tem de lidar com outra acusação de blasfémia. Desta vez, além da mentira, há o contorno sórdido de o alvo desta perseguição ser uma menina que terá apenas cerca de 11 anos, e que, ainda por cima, sofre do Síndrome de Down.

 

Ódio sem sentido

Uma vez mais, abate-se sobre toda uma comunidade o ódio sem sentido, a vingança que se propaga como um eco entre a vizinhança, sem freio, valendo tudo, agigantando os gritos das multidões. E, uma vez mais, tudo acontece à comunidade cristã do Paquistão.  Consequência disto tudo: o medo. Outra vez. Medo puro que levou já à fuga das suas casas de centenas e centenas de famílias. E elas têm medo de quê? Das represálias dos fundamentalistas. Apenas isso.

 

Ameaças aos cristãos

Este êxodo, segundo Farrukh H. Saif, director-executivo de uma organização de defesa dos direitos humanos no Paquistão, a World Vision in Progress, “é imenso” e envolveu “mais de mil famílias”, preocupadas com a sua própria segurança. A agravar tudo isto, as – poucas – notícias que chegam de Islamabad falam de um ambiente de forte tensão na zona, com constantes manifestações de muçulmanos radicais que exigem a punição exemplar da menina e que reiteram ameaças a toda a comunidade cristã.

 

Lei da blasfémia

Esta história, dado o enorme eco internacional que está a ganhar, poderá ter – eventualmente – um final feliz para a menina. Ou não. Mas volta a sobressaltar as nossas consciências pela enorme fragilidade em que se encontra a comunidade cristã no Paquistão e em todos os países onde o Islamismo é encarado de uma forma mais exacerbada. E são tantos… É preciso não esquecer que a controversa lei da blasfémia contempla até a possibilidade da aplicação da pena de morte sempre que houver difamação do Islão ou do profeta Maomé.

 

CAIXA

Lembrar Asia Bibi

É preciso recordar que a lei da blasfémia tem sido utilizada várias vezes pelas autoridades para atingir indivíduos de grupos religiosos minoritários, o que já levou a que activistas e defensores dos direitos humanos tenham denunciado abusos e peçam a abolição da lei. Em vão. Um dos casos mais polémicos e conhecidos em todo o mundo é o de Asia Bibi, acusada também de blasfémia e condenada à pena de morte em Novembro de 2010, o que ainda não se concretizou apenas por se ter desencadeado uma enorme campanha internacional para a sua libertação.

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