DOMINGO XVI COMUM Ano B
"Vinde comigo para um lugar isolado
e descansai um pouco.”
Mc 6, 31
As páginas dos evangelhos estão cheias de uma actividade contínua de Jesus e dos apóstolos. Como no fundo estão as páginas da história e da vida de todos nós. Não há uma história do descanso, do tempo necessário para retemperar forças. Ele é suposto e parece que, por ficar no silêncio da vida tem uma importância menor, mas a sua falta origina grandes males. Por isso é saboroso o convite a descansar que Jesus propõe aos discípulos. Se até o Pai ao criar o mundo descansou ao sétimo dia!
Descanso, por estes dias, ganha o nome de férias. Esse tempo sonhado e conquistado de parar um pouco e apreciar a vida com olhos novos. Mas estas supõem o trabalho e bem sabemos como esta palavra faz sofrer no nosso tempo. Ouço e vejo a dor de tantos para quem as férias são como um aguilhão a espetar mais fundo a sua vida de “férias forçadas” de desempregados. E prevê-se um verão doloroso para imensos professores que as escolas vão deixar à porta. Como dói ser-se dispensado da paixão e do trabalho amado de ensinar! Não me canso de pensar que as questões à volta do trabalho humano são das mais essenciais para a construção do mundo. Lembro quanto me impressionou a visão lúcida do Papa João Paulo II na sua Encíclica sobre o Trabalho Humano publicada em 1981 e como ela me levou à leitura da Gaudium et Spes do Vaticano II. Como é possível, passados 30 e 50 anos, permanecerem tão actuais as questões que levantam e tão prementes as exigências que nos colocam? Quando aprenderemos verdadeiramente que a “economia” é o “bom governo da casa”, e que esta casa comum que é o mundo precisa da lucidez e da coragem de todos, mas em especial de governantes e promotores de trabalho que não cedam à tentação do enriquecimento egoísta, do lucro concentrado e do poder absoluto. “Trabalho para todos” parece um lema revolucionário, mas creio que é consequência da criação (quando Deus nos confia o mundo) e talvez exija novos modos de pensar o trabalho (o acesso, a divisão dos tempos ocupacionais, a remuneração) na realidade dos nossos tempos, em que a mecanização e os computadores vieram ocupar um lugar proeminente. Haverá quem pense novas modalidades de trabalho para este tempo? Aqui se aplica também aquele princípio de participação: “O que pode ser feito por muitos, não deve ser feito por poucos!” Estão a ver como o descanso é importante? Comecei a falar dele e vim parar ao trabalho. Como Jesus e os discípulos, que só descansaram o tempo da travessia do lago. Mas o descanso é necessário para melhor sentirmos as necessidades dos outros, para nos enchermos de compaixão, e até para escutar melhor o que Deus vai sussurrando na brisa do vento. É um trabalho diferente, mas tão importante!
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