A alegria manifesta-se pelo valor que se dá às pequenas coisas. Num tempo em que há falta de dinheiro nos bolsos, reviver e ensinar o valor da partilha é um gesto sublime de educação em família.
Quando os ventos não são favoráveis à instituição família, o mundo recebeu uma prova de acolhimento e generosidade das famílias de Milão, que abriram as suas portas e assinalaram a importância do trabalho e da festa. E aqui estamos, em cada dia, para testemunhar aos que nos rodeiam o valor e a abrangência do que sentimos e vivemos ao dizer “sim, creio”.
Avivar memórias - Dar testemunho Hoje há uma sede de conhecimento dos tempos idos, das vivências dos pequenos episódios que marcam as memórias dos nossos pais e avós, muitas delas eivadas de grandes carências, mas, ao mesmo tempo, em que a alegria era grande, embora os bens materiais fossem poucos. Por esta altura do ano é quase habitual rever os filmes antigos, como O Pátio das Cantigas (alusão aos Santos Populares) ou O Leão da Estrela, este como forte expressão de uma família remediada que fez festa a pretexto de um clássico jogo de futebol entre o Porto e o Sporting. Estes são alguns dos filmes portugueses que marcaram as gerações dos nossos avós, mas que arrastam todo um conjunto de mães e pais de família entre os 40 e os 60 anos. Saias compridas, lenços na cabeça, homens de colete e faixa à cintura são recordados com frequência pelos variadíssimos ranchos folclóricos de Norte a Sul do país. Também é bom sublinhar a recriação de tempos antigos em várias iniciativas dos municípios, que normalmente designam por “Feiras Medievais”, ou mais próximos dos nossos tempos, por “Mercados do Antigamente”. Outro apontamento já bastante vulgarizado são as “Feiras de Velharias”, autênticas réplicas locais da tão tradicional “Feira da Ladra”, de Lisboa. Pelas praças e largos de cada localidade, espalham-se bancas com objetos de decoração antigos (candeeiros, relógios de parede, louças, etc.) ou de adorno pessoal, como anéis, colares, pentes, espelhos de toucador, etc. Há dias, passámos por uma dessas “Feiras de Velharias” e por ali estava um casal com a sua filha, dizendo-lhe o pai: “Olha filha, este candeeiro é idêntico ao candeeiro de vidrinhos que estava na casa de jantar dos teus avós e que iluminou muitos jantares, quando se reunia a família: a avó velhinha, os tios avós, os primos...Tanta gente!” A menina olhava com alguma curiosidade para todos aqueles objetos antigos e aprendia a apreciar o trabalho de cada peça, ou seja, a expressão de cada artesão, fosse numa peça de vidro, madeira ou de prata. A sua atenção foi também desviada para outras bancas, estas agora com produtos da terra: bolos secos, as tradicionais ferraduras ou o pão com torresmos. E dizia a mãe, pegando num saco com dois bolos ferradura: “Estas são ferraduras, antigamente oferecidas em dias de casamento”. Os mercados do antigamente mostram como se vivia nos tempos dos nossos avós, tempo marcado por relações familiares mais estáveis, mas em que cada um vivia com muita criatividade, entrega e cuidado por tudo o que possuía. Hoje deita-se fora uma blusa, porque tem um buraco ou um pequeno rasgão; dantes dava-se um ponto aqui, outro ali e a roupa passava dos irmãos mais velhos para os mais novos, sem reclamações. Neste Verão, aproveitando as férias, é bom lembrar esses tempos, recriar esse espírito de viver com pouco e partilhar a alegria de um pão com chouriço e de um copo de vinho, ou de uns tremoços e pevides, testemunhando aos mais pequenos como as pessoas se entretinham quando ainda não havia televisão ou jogos de vídeo. ___________
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