Foi apresentado o Instrumento de Trabalho para o Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização. Na semana em que foi anunciado que o Papa vai visitar os locais afectados pelos sismos, Bento XVI considerou que os padres pedófilos abalam a credibilidade da Igreja, lembrou o Dia Mundial do Refugiado e recebeu membros das Nações Unidas.
1. Há burocracia a mais na Igreja; as estruturas eclesiais estão distantes do homem comum e das suas preocupações; há pouco entusiasmo nas comunidades e um reduzido impulso missionário. Estes e outros problemas são definidos no chamado ‘Instrumentum Laboris’, o Instrumento de Trabalho da 13ª assembleia-geral ordinária do Sínodo dos Bispos, que terá lugar no Vaticano, de 7 a 28 de Outubro, com o tema ‘A Nova Evangelização para a Transmissão da Fé Cristã’. Um documento de trabalho que reúne respostas dos bispos do mundo inteiro e que foi apresentado esta semana pela Sala de Imprensa da Santa Sé. Problemas actuais como o confronto com o fundamentalismo, o secularismo, o papel da família e a crise económica são apontados a par de novos desafios como a indiferença religiosa, o consumismo e a diluição do sentido de Deus e do pecado. Problemas agravados quando, no seio da própria Igreja, a fé é vivida como um mero costume e do modo dualista, em relação á vida de todos os dias. É isto que preocupa o Papa e que será analisado no próximo mês de Outubro quando se reunir com os bispos dos cinco continentes. A iniciativa coincidirá também com o arranque do Ano da Fé, os 50 anos do Concílio Vaticano II e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. 2. O Papa vai visitar na próxima terça-feira de manhã, dia 16 de Junho, as zonas afectadas pelo terramoto na região italiana da Emília-Romanha, no norte do país. Bento XVI desloca-se de helicóptero até à zona de Modena e, depois, usará o autocarro para percorrer a chamada “zona vermelha” – a mais afectada pelos sismos. O programa prevê ainda um discurso do Papa às autoridades civis, bispos, párocos e população. Recorde-se que mais de 15 mil pessoas continuam a dormir fora das suas casas, em acampamentos e outros espaços, como hotéis, ginásios, escolas ou quartéis. Na região de Emília-Romanha contabilizaram-se 26 mortes após os recentes terramotos – região onde a terra ainda continua a tremer. Por ocasião do Encontro Mundial das Famílias, em Milão, no início de Junho, Bento XVI enviou uma mensagem especial às famílias afectadas e ofereceu 500 mil euros para ajudar os mais carenciados. 3. O Papa considerou que os padres pedófilos abalam a credibilidade da Igreja. Numa mensagem vídeo dirigida ao 50º Congresso Eucarístico Internacional, realizado entre 10 e 17 de Junho, em Dublin, na Irlanda, Bento XVI lamentou que “a gratidão e a alegria por uma história tão grande de fé e amor”, como a da Igreja na Irlanda, tenham sido “afectadas de maneira terrível com a divulgação dos pecados cometidos por sacerdotes e pessoas consagradas”, numa alusão aos casos de abusos sexuais a menores por parte de religiosos naquele país. “Como se explica que pessoas que recebem regularmente o Corpo do Senhor e confessam os seus pecados no sacramento da Penitência tenham pecado desta maneira? Continua a ser um mistério. Mas, evidentemente, o seu cristianismo não estava alimentado pelo encontro com Cristo”, garantiu. Nesta mensagem, o Papa convidou ainda à reflexão sobre a Igreja “como mistério de comunhão” e afirmou que “há muito a fazer na senda duma real renovação litúrgica”. Num “mundo em mudança, obcecado cada vez mais com as coisas materiais”, Bento XVI destacou a necessidade de “aprender a reconhecer de novo a presença misteriosa do Senhor Ressuscitado”. A Eucaristia, acrescentou, “deve ser celebrada com grande alegria e simplicidade, mas também de forma quanto possível digna e reverente”. O Papa anunciou ainda que o 51º Congresso Eucarístico Internacional vai decorrer na cidade filipina de Cebu, em 2016. 4. O Papa recordou no Angelus do passado Domingo, dia 17, que esta semana a Igreja assinalava também o Dia Mundial do Refugiado. “Realiza-se na próxima quarta-feira, 20 de Junho, a Jornada Mundial do Refugiado, promovida pelas Nações Unidas. Tem como objectivo chamar a atenção da comunidade internacional para as condições de tantas pessoas, especialmente famílias, forçadas a fugir das próprias terras, por estarem ameaçadas pelos conflitos armados e por graves formas de violência. Para estes irmãos e irmãs que sofrem tantas provações, asseguro a minha oração e a constante solicitude da Santa Sé, esperando que os seus direitos sejam sempre respeitados e que possam rapidamente reencontrar-se com os seus familiares e amigos”, desejou Bento XVI. 5. Ao receber em audiência, no passado dia 15, no Vaticano, o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, o Papa pediu um esforço conjunto a favor da paz em África e no Médio Oriente. “As cordiais conversas tiveram como tema central o papel da Organização das Nações Unidas, e em especial da Assembleia Geral, na resolução dos conflitos, com particular atenção aos que atingem actualmente diversas regiões do mundo, sobretudo a África e o Médio Oriente”, referiu um comunicado oficial. Já na véspera, o Papa tinha-se encontrado com o director-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva. Segundo um comunicado da Santa Sé, durante o encontro foi destacada a necessidade “de mover os obstáculos de ordem económica, social e política que impedem de satisfazer as necessidades alimentares do mundo inteiro”.![]() |
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