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Nigéria: A extraordinária história de uma congregação inspirada na Cova da Iria
O outro milagre de Fátima
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Na semana passada, mais de 300 mil pessoas rumaram ao Santuário de Fátima. A Fundação AIS distribuiu aos peregrinos centenas de pagelas recordando os Cristãos perseguidos no Mundo e pedindo que nunca os esqueçamos nas nossas orações. Lá longe, na Nigéria, um dos países onde os Cristãos mais têm sofrido, uma congregação de irmãs corajosas demonstra por que razão as nossas orações são preciosas: inspiradas em Fátima, elas fazem acontecer todos os dias um pequeno milagre.

 

Num dos últimos atentados mais sangrentos registados na Nigéria, no final de Abril, dezenas de pessoas morreram quando participavam na missa numa universidade. Desde o primeiro instante que o atentado foi imputado à seita islamita radical Boko Haram. Este foi apenas um dos muitos atentados que têm dilacerado esta nação africana. A Nigéria é um país que alguns querem dividir. O Norte, maioritariamente muçulmano, e o Sul, onde predomina a religião cristã, parecem ditar uma espécie de fronteira entre si. No entanto, apesar das mortes violentas que têm vindo a ocorrer desde 1999 – mais de 11 mil pessoas -, há quem persista em demonstrar que o diálogo da paz é possível.

 

Fazer a paz ou a guerra

É certo que uma bomba demora menos tempo a preparar e a fazer explodir do que o complexo processo de fornecimento de água em zonas áridas deste país de África. Há quem seja terrorista e pretenda implementar a lei islâmica na Nigéria, e há quem deseje apenas ser instrumento de paz e de progresso entre a população do país.

Com aqueles, não vale a pena gastar um minuto de atenção. São terroristas. Mas detenhamo-nos um pouco sobre quem procura distribuir água pelas aldeias da Nigéria. Sabem quem são? Apenas um punhado de mulheres. São pessoas comuns, se as olharmos apenas como quem observa uma fotografia. Mas, se virmos bem, são seres humanos extraordinários, que fazem imenso com o pouquíssimo de que dispõem. Estas mulheres são heroínas pela persistência, pela convicção e pela fé. São as Irmãs de Nossa Senhora de Fátima, uma Ordem fundada em 1965 pelo Bispo John Raddington, SME, e que hoje, na pobreza dos seus meios, fazem a diferença, representam um oásis de esperança e de paz num país violentado quase todos os dias por grupos armados que semeiam o terror e a morte.

 

Uma Ordem inspirada em Fátima

Não é extraordinário que, apenas uma semana depois de uma multidão de milhares de crentes ter enchido o Santuário de Fátima, travarmos conhecimento com este punhado de mulheres, irmãs consagradas, que algures no Norte da Nigéria esventram a terra árida até que a água, que é sinal de vida, brote à superfície?

Estas irmãs, cuja Ordem foi inspirada nas aparições e na mensagem de Fátima, têm como missão ajudar as populações mais pobres a nível médico, educativo, social e pastoral.

 

Não desistir nunca

Os terroristas da Boko Haram procuram símbolos, Igrejas, crentes reunidos em oração, para sublinharem, na violência dos seus actos, que os Cristãos não são bem-vindos na Nigéria: pior, que os querem dali para fora, numa visão sectária do país que não permite sequer o diálogo com outras religiões, que impede a liberdade de culto. Estas mulheres consagradas, da Ordem das Irmãs de Nossa Senhora de Fátima, desejam o oposto: É no Norte do país, maioritariamente muçulmano que trabalham. É esse o seu povo. São pessoas pobres que precisam de ajuda médica, que necessitam de quase tudo. Até de água potável.

 

O apelo da Irmã Florence

No Norte da Nigéria, há uma congregação religiosa que ajuda as populações sem lhes perguntar se são cristãs ou muçulmanas. A madre superiora, a Irmã Florence Golam, pediu-nos para agradecer aos benfeitores portugueses, por quem rezam todos os dias, a ajuda imprescindível que tem chegado à Nigéria. “Se conseguíssemos obter mais ajudas seríamos capazes de construir nestas zonas rurais escolas, clínicas, dar formação, arranjar emprego às mulheres e aos jovens, e muito mais. Agradeço à Fundação AIS tudo o que fizeram por nós no passado e tudo aquilo que continuam a fazer no presente. Sem esta ajuda, penso que nunca poderíamos ter levado tão longe os nossos esforços.” A Irmã Florence escreveu-nos esta carta e, antes de se despedir, disse que continua a rezar “para que esta corrente de solidariedade e colaboração se mantenha”.

Na semana passada, milhares de pessoas rezaram a caminho do Santuário de Fátima pelos Cristãos perseguidos no mundo. Na Nigéria, também com o coração centrado em Fátima, há uma congregação religiosa que é semente de paz e que nos pede ajuda. Na Nigéria, todos os dias acontece um milagre.

 

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