O Cardeal-Patriarca de Lisboa convidou os agentes judiciais a não se sentirem aprisionados pelo sentido de posse. Na Missa de Abertura do Ano Judicial, na Sé Patriarcal, D. José Policarpo garantiu ainda que a “justiça pela fé” encaminha “para a santidade”.
Falando sobre os textos escolhidos para a celebração – “ambos falam da radicalização da justiça quando o tempo humano atingir a sua plenitude, que acreditamos ter acontecido em Jesus Cristo” – D. José Policarpo sublinhou que os bens são para ser postos “ao serviço do amor”. “Se deixarmos que o sentido de posse nos aprisione o coração, acabaremos fechados em nós mesmos, incapazes de nos abrirmos àquela justiça que define a perfeição humana”, sublinhou o Patriarca de Lisboa, acrescentado: “Jesus concretiza no desprendimento dos bens materiais a prática da justiça, mas é no caminho novo aberto àqueles que aceitaram segui-l’O que se aprenderá o que é, verdadeiramente, a justiça”.
Nesta celebração, que decorreu no passado dia 31 de Janeiro, D. José Policarpo citou depois o apóstolo Paulo. “É por isso que São Paulo na Carta aos Gálatas diz que só na fé alcançaremos a justiça, e a fé é seguimento de Jesus, escutando-O continuamente, estabelecendo com Ele uma cumplicidade, na intimidade, que ao mesmo tempo nos dá força e nos revela o caminho. Este novo caminho de busca da justiça pode exigir-nos que aceitemos partilhar, com Cristo, a Sua Cruz. O vigor da fé relativiza, embora não anule, a força da Lei como caminho de justiça”. O convite foi, por isso de construção da justiça. “Esta justiça pela fé encaminha-nos para a santidade. Mas a fé ilumina já os caminhos humanos da justiça: ajuda-nos a não a desligar das exigências do amor e a desejar ir sempre mais longe na construção da justiça”.
Na sua homilia, o Cardeal-Patriarca não esqueceu a urgência da justiça. “A busca da justiça é uma dimensão fundamental no esforço de construir uma sociedade mais perfeita, mais digna do homem, mais próxima do desígnio de Deus. Na perspectiva teológica da Bíblia, a plenitude da justiça coincide com a perfeição humana, com a santidade, na linguagem cristã”, referiu, frisando: “Quem não vive a sua vida lutando pela justiça, precisa de ser justificado, isto é, ajudado a mudar o sentido da vida e pôr-se na senda da justiça”.
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