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A uma janela de Roma
Papa convoca religiões a rezar pela paz
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Invocar, em conjunto, a paz para um mundo ainda dilacerado pelo ódio. Este é o pedido de Bento XVI antes do encontro de Assis. Na semana em que propôs uma autoridade pública mundial para responder à crise, o Vaticano publicou a mensagem para o Dia do Migrante e do Refugiado e reagiu à morte de Kadhafi.

 

1. O Papa convidou os crentes de todas as religiões a invocarem em conjunto a paz para um mundo ainda dilacerado pelo ódio, pela divisão, pelo egoísmo e pelas guerras. Numa celebração no Vaticano que substituiu a habitual audiência geral das quartas-feiras, Bento XVI antecipou o encontro inter-religioso pela paz e a justiça marcado para o dia seguinte, quinta-feira, 27 de Outubro, em Assis, e fez votos para que a iniciativa favoreça o diálogo entre as pessoas de diversas religiões. O encontro de Assis assinala os 25 anos do Dia Mundial de Oração pela Paz convocado por João Paulo II naquela cidade italiana, um encontro que juntou representantes dos vários credos do mundo e, pela primeira vez, também dos que se assumem como ‘não crentes’. O encontro de 1986 levantou também alguma polémica entre sectores mais tradicionalistas que viram com maus olhos o que lhes pareceu ser a promoção do sincretismo religioso. O próprio Cardeal Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, manteve-se afastado do evento.

Para evitar quaisquer confusões a esse respeito o Vaticano fez saber que no encontro desta quinta-feira não haverá qualquer momento de oração conjunta. Cada religião será convidada a rezar segundo a sua própria tradição e costume.

 

2. O Vaticano sugeriu a criação de uma autoridade pública mundial que dê resposta à crise económica e financeira mundial. A proposta foi lançada esta semana, em conferência de imprensa, e surge num documento do Conselho Pontifício Justiça e Paz onde se lê também que mais de mil milhões de pessoas vivem com um pouco mais de um dólar por dia.

A Santa Sé considera que o mundo vive subjugado a um neoliberalismo económico "sem controlo" e denuncia a existência de mercados monetários e financeiros especulativos "que são nocivos para economia mundial".

 

3. Foi publicada esta semana a Mensagem do Papa para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, com o tema ‘Migrações e novas evangelizações’. As migrações produziram uma mistura de pessoas e povos sem precedentes. Situação que trouxe novos problemas do ponto de vista humano, ético, religioso e espiritual. O tema da nova evangelização escolhido pelo Papa para o próximo ano também se aplica, por isso, aos migrantes, cuja realidade é muito diversa. Há emigrantes cristãos que perdem a fé quando chegam aos países mais secularizados do Ocidente; há emigrantes não cristãos que se convertem nas terras de acolhimento; e há também tantos estudantes que precisam de ajuda e atenção, já para não falar do drama de tantos milhares de refugiados. Se juntarmos a isto o actual panorama de indiferença religiosa ou secularização, de individualismo e falta de convicção religiosa cristã, é de esperar que Bento XVI considere apostar na nova evangelização também junto dos milhões de refugiados espalhados pelo mundo e junto daqueles que têm responsabilidade de acompanhá-los. O Dia Mundial do Migrante e Refugiado assinala-se a 15 de Janeiro. Até lá, fica o desafio do Papa aos responsáveis da Igreja, a agentes pastorais e até mesmo aos líderes civis e políticos.

 

4. A Santa Sé desejou o início da obra de pacificação e reconstrução da Líbia, com o apoio da comunidade internacional. “A notícia da morte de Kadhafi conclui uma demasiado longa e trágica fase da sangrenta luta para depor um regime duro e opressivo. Estes dramáticos acontecimentos obrigam uma vez mais a reflectir sobre o preço do imenso sofrimento humano que acompanha a queda de qualquer sistema que não esteja assente no respeito e na dignidade da pessoa, mas sim sobre a predominante afirmação do poder. Há que fazer ainda votos de que, poupando ao povo líbio novas violências geradas por um espírito de desforra ou de vingança, os novos governantes possam empreender sem mais tardar a necessária obra de pacificação e reconstrução, com um espírito de inclusão, tendo como base a justiça e o direito; e que a comunidade internacional se empenhe em ajudar generosamente a reconstrução do país. Da sua parte, a pequena comunidade católica da Líbia continuará a oferecer o seu testemunho e o seu serviço desinteressado, em particular no campo caritativo e sanitário, e a Santa Sé empenhar-se-á a favor do povo líbio, com os instrumentos à sua disposição no campo das relações internacionais, no espírito da promoção da justiça e da paz”, salientou em comunicado a Sala de Imprensa da Santa Sé, a propósito da captura e morte do antigo líder líbio Muammar Kadhafi.

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