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Hoje, mais do que nunca, temos de dar ouvidos aos mais velhos; àqueles cuja experiência de vida nos pode alertar para os perigos do facilitismo e do “ter mais olhos que barriga”. Preparar o futuro é uma obrigação de sempre e as gerações mais novas já perceberam que os mais velhos não estão a acautelar o seu amanhã.

Se nos regozijamos com o que conseguimos construir, como reagimos à onda de destruição das coisas e da pessoa humana? Há que acreditar no homem mas, para isso, há que viver o Evangelho, transmitindo ao mundo a beleza da novidade da vida cristã.

“Habite em vós com abundância a palavra de Cristo, para vos instruirdes e aconselhardes uns aos outros com toda a sabedoria” (Col 3, 16)


“Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje!”

Este é um conselho que ouvimos muitas vezes na nossa juventude e que não podemos omitir ou subestimar nos nossos contactos (leia-se: acção educativa) com os mais jovens.

A boa gestão do tempo é talvez a chave dos sucessos em várias áreas de trabalho a que nos dedicamos: nos estudos, nos transportes, nas responsabilidades profissionais ou até nas compras e lida da casa.

Hoje vemos que, perante a actual crise económica em que Portugal mergulhou, numa má gestão dos poucos recursos disponíveis e numa globalização que tem este lado negativo, o que há a fazer é combater a nossa natureza e começar a fazer hoje o que pode e deve ser feito. Não amanhã, mas no já do hoje! É que há muito a fazer e pouco tempo para o fazer …

Um plano exigente vai mudar o país: seja por via de novas políticas do governo que vai tomar posse, seja por imposição da “Troika” que veio para salvar a nossa economia da banca rota. Há que dizer isto bem alto: a nossa economia estava às portas da banca rota. E lá estaríamos, não fosse a nossa pertença à UE e ao equilíbrio que os governantes desta mesma UE procuram manter.

O mesmo se passa na economia da nossa casa, da nossa família. Quando o dinheiro não chega para os transportes, para novos livros de estudo, ou até para, eventualmente, pôr sobre a mesa queijo ou fiambre, o que há a fazer? Naturalmente que temos de racionar as despesas. Isto quer dizer dar equilíbrio à gestão do nosso dinheiro e gastar onde é apenas essencial. Há que ensinar isto, em casa! Custa! Claro que custa… É sempre agradável não haver preocupação com gastos, mas há que olhar para o dia de amanhã.

“Na última década, Portugal teve o pior crescimento económico dos últimos 90 anos” – comparativamente, isto pode ser traduzido por “nos últimos anos não ensinámos os nossos filhos a poupar, a fazer uma boa gestão dos gastos e a criar riqueza”.

“Portugal tem a pior dívida externa dos últimos 120 anos e a pior dívida pública dos últimos 150 anos” – comparativamente, isto pode ser traduzido por “nos últimos tempos, ficámos a dever dinheiro na padaria, na mercearia, no banco e não renovámos o seguro do carro”.

“A taxa de desemprego já ultrapassou os 12%” – comparativamente, isto pode ser traduzido por “nos últimos anos os nossos filhos acabaram os estudos e, depois de muitas despesas na sua educação e grandes expectativas no seu futuro, eles continuam em casa, a viver da economia dos pais ou dos avós e não conseguem emprego”. Ou pode querer dizer “nesta casa marido e mulher perderam o emprego e vivem numa situação aflitiva”.

Sabemos que “em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”, mas também sabemos, e a genética dá-nos grandes certezas, de que ”num ambiente agressivo só sobrevivem os melhores”. Por isso, o que há a fazer é não guardar para amanhã o que podemos fazer já hoje: ter uma vida equilibrada, sermos comedidos nos gastos, poupar, como previdência de um futuro com incertezas e sermos bons alunos, aprendendo com os mais velhos, para sermos bons profissionais.

Temos de nos voltar para outros mercados. Temos de saber vender com arte e dando aos nossos produtos características que os outros países não apresentam. Temos capacidade para o fazer, porque, tal como outrora, somos agora, de novo, um país que procura trabalho no estrangeiro e somos o segundo país da OCDE com maior “fuga de cérebros”.

O acordo com a “Troika” está longe de ser fácil e dentro de três meses teremos de apresentar as primeiras contas do que já fizemos no ajustamento financeiro, económico e social. Seremos capazes?

Comecemos pela nossa própria casa, pela nossa família!

 

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Ainda sobre a lei do aborto

Todos sabemos que se fazem 20 mil abortos por ano, em Portugal, desde a sua liberalização. Os números divulgados pelo estudo sobre a liberalização do aborto em Portugal revelam que os valores não têm parado de aumentar.

Hoje, não temos dúvidas de que a vida humana é um processo que começa na concepção, tem uma fase uterina e depois prolonga-se nos anos que vivermos neste mundo. Se a vida é este processo, como é que se pode assumir a interrupção voluntária da gravidez, só porque não é conveniente trazer um filho ao mundo?

O Sector da Pastoral Familiar tem procurado dar relevo ao valor da vida, numa vida com respeito pelos outros e no agradecimento a Deus pelas maravilhas que Ele faz em nós. Relembramos apenas alguns momentos de festa e alegria no agradecimento pelo dom da vida:

2 de Fevereiro na Festa da Apresentação do Senhor, com a bênção de bebés nas paróquias;

25 de Março na Anunciação do Senhor, Dia Mundial da Criança Concebida, em que rezamos por todas as crianças ainda no ventre materno e pelas crianças não nascidas.  

Semana da Vida (Maio) – uma semana de oração, com o objectivo de suscitar nas consciências, nas famílias, na Igreja e na sociedade, o reconhecimento do sentido e do valor da vida humana em todos os seus momentos e condições.

Nunca é demais relembrar todo o trabalho de voluntários que, com muito amor e dedicação, vão amparando mulheres em dificuldade, muitas vezes naquilo que elas assumem como o “drama” da sua gravidez. E relembrar todas as Instituições de apoio aos bebés, que mais não fazem senão a enorme obra de dignificar o dom da vida.

Este é o compromisso de tantos que criam condições para que, quando surgem os problemas que tendencialmente possam levar ao aborto, dizem: “estamos aqui para ajudar a resolver o problema”.

A razão última para a decisão de abortar prende-se com a ausência de Deus na vida e no coração de cada um, numa mentalidade de comodismo e de falsa segurança. Há que promover uma cultura de Vida que responda aos problemas reais da maternidade em Portugal, de tal forma que se torne evidente que o aborto é uma má decisão e que deve ser completamente abolido.

Muitas das mulheres que se vêem atiradas para essa “necessidade de abortar” acabam por se confrontar com problemas ainda mais graves do que aqueles que motivaram a sua decisão drástica de pôr fim a uma gravidez.

“A Igreja crê firmemente que a vida humana, mesmo se débil e enferma, é sempre um esplêndido dom do Deus da bondade. Contra o pessimismo e o egoísmo que obscurecem o mundo, a Igreja está do lado da vida. E em cada vida humana sabe descobrir o esplendor do «Sim» e do «Ámen» que é o próprio Cristo.” (nº 30, Familiaris Consortio, João Paulo II)

Sector da Pastoral Familiar
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