Intimamente ligada aos primeiros passos da SSVP no mundo, com o seu nascimento em Paris, a 23 de Abril de 1833, seria uma grande omissão não referirmos também a acção discreta de grande valor da Irmã Rosalie Rendu, junto dos sete jovens que, ousadamente, abriram o caminho às Conferências de Vicente de Paulo.
Esta funcionou como o bordão de que os primeiros Vicentinos da Conferência da Caridade necessitavam para caminhar até aos mais pobres.
A SSVP entrou em Portugal pelo entusiasmo do Cónego Sena de Freitas e o Padre Miel, ambos Lazaristas, com o Visconde de Aljezur e o Conde de Samodães, que fundaram em 29 de Setembro de 1859, a primeira Conferência em Portugal, junto à Igreja de S. Luís dos Franceses ficando, portanto, denominada “Conferência de S. Luís”.
A sua oficialização concretizou-se a 31 de Outubro do referido ano de 1859. Actualmente em Portugal, hierarquicamente, compõem-se de 900 grupos, denominados “Conferências”, com cerca de 10.000 membros, conhecidos por “vicentinos”, homens e mulheres, jovens ou adultos.
São mulheres e homens que testemunham a sua fé através do grande amor que dedicam a todos aqueles que sofrem, qualquer tipo de sofrimento ou carência, transportando Fé, Esperança e Caridade.
Para além das Conferências, existem na hierarquia vicentina em Portugal: um Conselho Nacional, 21 Conselhos Centrais que representam os vicentinos de cada diocese. Entre nós, todas as dioceses do Continente e das regiões autónomas da Madeira e dos Açores têm o seu Conselho Central como órgão coordenador.
Entre os Conselhos Centrais e as Conferências, existem ainda os denominados “Conselhos de Zona”, abrangendo um grupo regional de Conferências que, em cada diocese, representam o órgão directo coordenador da actividade das Conferências, como ramos de um tronco que é o Conselho Central.
Presença em Lisboa
Na diocese de Lisboa existem 8 Conselhos de Zona, cujas sedes estão localizadas em Alverca, Caldas da Rainha, Cascais, Lisboa (Nascente), Lisboa (Centro), Lisboa (Poente), Mafra e Queluz, com um total de 109 Conferências e 1126 vicentinos e vicentinas.
Na diocese de Lisboa, o número de famílias visitadas e seus agregados, corresponde a um total de 2584 famílias e 7397 agregados familiares, com um aumento progressivo, dada a situação económica vigente.
Pode dizer-se que o objectivo vicentino é testemunhar a Fé em obras, através de uma acção pessoal veiculada pela visita domiciliária, em espírito de Justiça e Caridade.
Não existem problemas que estejam fora do âmbito da Sociedade. A acção vicentina tanto pode ser exercida no domicílio da pessoa carenciada, corno no hospital, na prisão ou em qualquer outro local. Em todo o tempo e em todo o lugar o vicentino procura dar testemunho da sua fé, traduzida em obras. É sempre com o mesmo Amor e Carinho que criamos “Obras Especiais” e as gerimos como, por exemplo, Lares de idosos, Casas de Trabalho, Centros de Dia, Jardins de Infância, Roupeiros.
Podemos dizer que, em Portugal, a SSVP presta, em média anual, assistência a 28500 famílias, com agregados de 94.000 pessoas.
Dentro da assistência directa distribuímos livros, medicamentos, peças de roupa, géneros alimentícios, estes últimos com a prestimosa ajuda do Banco Alimentar Contra a Fome, material diversificado, procura na medida do possível a busca de colocação, assegurando na generalidade uma presença de solidariedade humana.
O trabalho da SSVP é, na realidade, a mensagem do Evangelho em acção: “Eu tinha fome, Eu tinha sede, Eu estava doente, Eu estava preso, Eu estava nu, Eu era estranho” e vós cuidastes de Mim.
A “vocação vicentina”, como “Coração da unidade na Sociedade de S. Vicente de Paulo”, como consta do Preâmbulo da nossa Regra, foi diversas vezes empregada pelo Papa Paulo VI ao dirigir-se à SSVP, exprime claramente a significação profunda da unidade tão concretamente sentida por todos os seus membros.
Uma “vocação”, no sentido lato, é um “apelo” da consciência esclarecida pela graça do Espírito Santo. Quem quer que um dia tenha desejado ser “vicentino” traduziu em acto o que é uma consequência da nossa fé cristã, não é somente o apelo absolutamente universal de Cristo ao espírito de caridade, pois é ainda uma nota particular desse apelo: o último desejo de participar «pessoal e directamente» no «serviço dos pobres» por um «contacto de homem para homem», pelo ‹‹dom pessoal do próprio coração com a sua amizade» e de o fazer numa comunidade fraternal de leigos animados da mesma vocação.
Há uma infinidade de matizes e de diversidades para exprimir esta vocação. Traduzi-la, concretamente em actos «medi-la», adaptá-la ao mundo variado e mutável é toda a vida vicentina, toda a vida da Sociedade de S. Vicente de Paulo.
Evoco de novo António Frederico Ozanam. Ele afirmou um dia que “gostaria de envolver o mundo inteiro numa rede de caridade”. E o seu desejo é hoje uma realidade com a existência da SSVP a servir em 147 países do mundo. Ozanam teve uma vida curta, mas rica de conteúdo, pois com 40 anos de idade partiu para junto de Deus a quem na terra serviu com fidelidade e entusiasmo e, parafraseando o nosso grande poeta Luís de Camões, “mais servira se não fora para tão longo amor, tão curta a vida”.
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Sociedade de São Vicente de Paulo
Conselho Central de Lisboa
Praça da Estrela, 12, 2.º andar, sala 6
1200-667 Lisboa
Telefone: 213918300
Assistente: P. Agostinho de Sousa
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