Mais de 2800 jovens participaram na Jornada Diocesana da Juventude 2025, que percorreu as ruas do centro da cidade de Lisboa, durante este Domingo, 23 de novembro, e escutaram o Patriarca D. Rui Valério referir “o grande desígnio” de Jesus para cada um: “Que lhe permitas que Ele tome posse do teu coração”.
A Sé Patriarcal de Lisboa acolheu a Missa da Jornada Diocesana da Juventude (JDJ) 2025, presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério. Quase três milhares de jovens de toda a diocese marcaram presença nesta celebração que assinalou também a Solenidade de Cristo Rei. Na homilia da celebração, o Patriarca refletiu sobre o significado da realeza de Cristo, convidando os jovens a olhar para Jesus de forma nova. “Caros amigos, nós hoje estamos a celebrar a Solenidade de Cristo Rei. Rei, uma palavra que automaticamente nos traz à mente um trono majestoso, uma coroa de ouro, poder, poder absoluto. Mas quando nós voltamos o nosso olhar e o nosso coração para Aquele que é o nosso Rei, que é Jesus, então nós descobrimos que a sua coroa é de espinhos, que o seu trono é a Cruz e que a sua realeza é conquistar-nos não com a força, mas com o amor”, afirmou. D. Rui Valério sublinhou que a lógica do mundo – centrada na conquista e no desempenho – contrasta com o modo como Jesus atua: “O mundo quer-nos convencer de que a felicidade é uma questão de conquista com o nosso esforço… Olhemos, pois, fixemos o nosso olhar n’Aquele que hoje se ergue no madeiro da Cruz e que nos diz: «Eu, Rei, porque te quero conquistar»”. Jesus propõe-se, não se impõe Numa Sé repleta de jovens, o Patriarca insistiu no carácter próximo e companheiro de Jesus. “Ele quer-nos conquistar não aproveitando-se dos nossos medos (…) mas pela via do amor”. E acrescentou que a presença constante de Cristo se torna o argumento mais forte para deixar-se conquistar por Ele: “Não há um instante da nossa vida em que Ele não esteja connosco. E isso conquista-nos. O ser humano é conquistado por essa presença de quem ele sabe que o ama”. Contrariando qualquer visão autoritária do poder de Cristo, D. Rui Valério sublinhou que a realeza de Jesus respeita sempre a liberdade humana. “É Rei não porque invade arbitrariamente o território da nossa existência (…) Jesus propõe-se, mas não se impõe”, garantiu. A partir desta certeza, lançou perguntas aos jovens: “E eu deixo-me conquistar por Jesus? Que espaço, que abertura, que lugar é que Jesus tem na minha vida e na elaboração dessa decisão?”. Neste sentido, o Patriarca destacou ainda que permitir que Deus conduza a vida não limita, mas liberta. “Quando nós queremos o que Deus quer, nós temos aquilo que queremos”, frisou. Acreditar mais no amor do que na força Na Missa concelebrada por D. Nuno Isidro e por D. Alexandre Palma, Bispos Auxiliares de Lisboa, e ainda por diversos sacerdotes, D. Rui Valério salientou depois que reconhecer Jesus como Rei traduz-se num estilo de vida ancorado na bondade e na ternura: “Significa que nós acreditamos mais no amor do que na força, mais na bondade do que na violência, mais na liberdade do que na obrigatoriedade, mais na ternura do que na agressividade”. No final da homilia, o Patriarca de Lisboa deixou um apelo forte aos jovens participantes da JDJ 2025. “Este é o grande desígnio que hoje Ele tem para ti: que lhe permitas que Ele tome posse do teu coração, que Ele contigo tome posse desse leme para conduzir a tua existência. Não queiras fazê-lo sozinho. A vida apresenta-nos desafios demasiadamente grandes para serem enfrentados só por nós. Ele quer estar contigo, mas quer estar contigo se te conquistou e conquista-te para que tu te enamores d’Ele”, sublinhou. D. Rui Valério concluiu com uma mensagem de esperança: “Que no final desta nossa Jornada Diocesana da Juventude levemos para as nossas casas a certeza, esta certeza que é quase um dado de fé: Jesus quer-se enamorar de mim, está enamorado de mim. Que eu me deixe enamorar por ele, me deixe conquistar por Ele. Isso significa que verdadeiramente reconheci que Jesus é Rei.” Mancha de jovens católicos enche centro da cidade O dia da Jornada Diocesana da Juventude 2025, na cidade de Lisboa, teve como ponto de encontro a Igreja do Sagrado Coração de Jesus. Manhã cedo, pelas 9h00, o acolhimento e a animação estiveram a cargo da Comunidade Católica Shalom. Na presença de muitas centenas de jovens, a oração inicial foi então presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério. Seguiu-se o momento ‘Recordar o Jubileu dos Jovens em Roma’, em que foi lembrada a peregrinação que cerca de 1600 jovens do Patriarcado de Lisboa fizeram, entre a madrugada de dia 26 de julho e até dia 5 de agosto, para participarem no Jubileu dos Jovens, por convite do Papa Francisco, junto ao Papa Leão XIV, no Vaticano. A comitiva, composta por 31 autocarros, foi sempre acompanhada pelo Patriarca de Lisboa. Pelas 11h00 tiveram início 11 workshops sobre a amizade, em 11 lugares diferentes de Lisboa: a própria Igreja do Sagrado Coração de Jesus, a capela do Hospital dos Capuchos, a Igreja de Nossa Senhora dos Anjos, a Capela de Nossa Senhora da Carreira, a Igreja de São José dos Carpinteiros, a Igreja de São José da Anunciada, a Igreja do Rato, a Igreja de São Mamede, o 100 Luiza Andaluz e o Convento dos Cardaes. Foram muitos os oradores e as instituições convidadas a dar testemunho nesta manhã de JDJ 2025. Desde logo a Pastoral das Vocações de Lisboa e o Pré-Seminário, que abordaram ‘A amizade com Jesus. Como crescer na amizade com Jesus?’ ou a Cáritas Diocesana de Lisboa e o CEPAC - Centro Padre Alves Correia que falaram sobre ‘O acolhimento como sinal de amizade. Como posso acolher os migrantes e amar como Jesus?’. Já o leigo João Fialho refletiu sobre ‘Os amigos de Jesus. Na Bíblia, quem são os amigos de Jesus?’ e Afonso Virtuoso falou de ‘Construir a amizade social. Qual é o nosso papel na construção de um mundo mais justo?’. O Padre Ricardo Figueiredo apresentou ‘Acutis e Frassati: 2 amigos de Jesus. O que nos ensinam estes dois santos sobre a amizade?’, o Padre Nelson Faria, SJ falou do ‘Scroll infinito e amizade. Como lançar raízes num tempo de scroll infinito?’ e Catarina Martins de Bettencourt (Fundação AIS) e o Padre Hugo Alanis mostram o que é ‘Ser perseguido por ser amigo de Jesus. Quais os riscos e alegrias de testemunhar de forma radical a amizade com Jesus?’. O Patriarca Emérito de Lisboa, Cardeal D. Manuel Clemente, e D. Joaquim Mendes, Bispo Emérito Auxiliar de Lisboa, também participaram na Jornada Diocesana da Juventude 2025, tendo abordado ‘A história de uma amizade. Amizades duradouras’. O projeto Missão Agora esteve a ‘Testemunhar a amizade com Jesus. Como mostrar ao mundo que sigo Jesus?’ e as religiosas Escravas do Sagrado Coração de Jesus apresentaram ‘A oração como fonte e alimento da amizade. Como é que a oração me aproxima de Jesus?’. Finalmente, o Padre Duarte da Cunha, acompanhado de Tiago Biachi e Madalena Seabra Gomes participaram num workshop com o tema ‘Amizades livres e fecundas. Relações que me ajudam a crescer’. Confissões, conversa, concerto e caminhada O tempo de almoço foi também tempo de confissões, com vários sacerdotes a estarem disponíveis em diversas igrejas. A tarde iniciou-se na Igreja de São Domingo, ao Rossio, para uma conversa entre um bispo, D. Alexandre Palma, Bispo Auxiliar de Lisboa, e um podcaster, Tomás Magalhães, que foi moderada pelo jornalista João Maldonado. O tema foi: ‘Reconciliar comunidades polarizadas?’. Os jovens tiveram ainda tempo de escutar um concerto ao vivo, com ‘Banquete’, de Luís Roquette. No final da atuação, os mais de 2800 jovens fizeram uma caminhada desde a Igreja de São Domingos até à Sé Patriarcal. Ao longo do percurso, rezaram o Terço, enchendo as ruas da Baixa de Lisboa de oração. A Missa na Sé Patriarcal encerrou a JDJ 2025, que foi organizada pelo Serviço da Juventude, o Setor de Animação Vocacional e a Pastoral Universitária e teve como tema ‘Vós também haveis de dar testemunho, porque estais comigo’ (Jo 15, 27), da Mensagem do Papa Leão XIV para a XL Jornada Mundial da Juventude.![]() |
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