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Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima visita Lisboa
“Abre-te a Nossa Senhora, aproxima-te d’Ela”
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O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério presidiu à Missa e à procissão de velas pelas ruas da cidade com a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, na noite de 13 de outubro, incentivando à multidão presente a “não temer” e a “não desesperar”. “Abre-te a Nossa Senhora, aproxima-te d’Ela, que Ela conduz-te à verdadeira força da vida, que é Jesus”, convidou.

A Imagem Peregrina chegou à Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, em Lisboa, pelas 18h00, vinda do Santuário de Fátima. Após o rito de acolhimento e a recitação do terço, foram muitos os que se aproximaram de Maria para rezar, para tirar uma fotografia ou simplesmente para estar e contemplar a Imagem Peregrina.

As novas tecnologias cortam distâncias e foram muitos os fiéis que, junto a Nossa Senhora de Fátima, fizeram videochamadas para os seus familiares e amigos, permitindo que também estes, mesmo longe, saudassem a Mãe de Cristo e sentissem a sua presença materna.

Em frente à Virgem, cinco letras gigantes, brancas e embelezadas com pétalas de rosas, formavam a palavra MARIA. Em frente a Nossa Senhora, três crianças, uma rapariga mais velha e duas mais novas, trajadas a rigor, faziam lembrar os Pastorinhos de Fátima, Lúcia, Jacinta e Francisco.

Pelas 20h00, teve início a celebração da Eucaristia, presidida pelo Patriarca de Lisboa, numa igreja jubilar que foi pequena para acolher tantos fiéis. Na saudação inicial, D. Rui Valério sublinhou a alegria do encontro em torno da Virgem Maria: “Nesta noite maravilhosa de um dia tão glorioso como este 13 de outubro, eis-nos reunidos como filhas e filhos em torno à imagem d’Aquela a quem cada um de nós pode chamar uma palavra e um nome que nos enche os lábios, o coração e a vida: Senhora de Fátima, nossa Mãe. Na sua presença, sentimo-nos resgatados à solidão, à orfandade e, por isso, o nosso júbilo é imenso. Nesse esplendor de luz, nós sabemos que Ela nos indica sempre o seu Filho, Jesus Cristo”.

 

A esperança que é Cristo

Na homilia, D. Rui Valério partiu do Evangelho de Marta e Maria e do episódio das bodas de Caná para sublinhar a importância de recentrar a vida no essencial. “Quando Jesus, um belo dia, se dirigiu à atarefadíssima Marta com as palavras: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas, mas uma só é necessária», esta advertência referia-se à importância do essencial, daquilo que efetivamente é necessário”, salientou.

Referindo-se a Caná, o Patriarca destacou: “Eis que veio a faltar algo, não de menos importância, precisamente o vinho, no qual se reconhece o símbolo da alegria, o símbolo do próprio amor, o símbolo daquela docilidade do espírito – e faltou. E esta falta foi ocasião para a intervenção de Nossa Senhora. A Virgem Santa fala, indica, interpela. E nesta sua intervenção, Nossa Senhora abre o horizonte para Jesus: «Fazei o que Ele vos disser».”

“Aqui, Maria revela-se verdadeiramente como a Mãe e a Senhora da esperança, aquela que nos indica a esperança por excelência da nossa vida, que é Jesus. E no seu decorrer, Jesus não apenas transforma a água em vinho, mas foi mais longe: Jesus revela-se como o verdadeiro vinho da nossa vida”, explicou D. Rui Valério.

 

“Não temas. Não desesperes”

Num tom pastoral, o Patriarca de Lisboa dirigiu-se diretamente aos fiéis: “Minha cara irmã e meu caro irmão, não temas. Não temas quando na vida te sentires que te faltam as forças. Porque da mesma maneira que em Caná a falta de vinho foi ocasião para o encontro e para a descoberta do verdadeiro vinho, na tua vida, quando sentires que te faltam as forças, abre-te a Nossa Senhora, aproxima-te d’Ela, que Ela conduz-te à verdadeira força da vida, que é Jesus. Não desesperes. Maria, nossa Mãe na esperança, porque quando tu te sentires que caminhas na escuridão, aproxima-te, abre-te a Maria, que Ela conduzir-te-á à verdadeira Luz. E quando na vida tu sentires que andas preocupado, que tens medo, abre-te a Maria. Ela há de te levar Àquele que é o encorajamento por excelência, Àquele que é capaz de fazer da morte ressurgir vida, Aquele que é capaz de fazer com que quem caia, esteja tombado, se reerga. Maria, a Mãe da esperança, porque nos leva a descobrir e a sentir Aquele que é a nossa plenitude, Aquele que é a nossa Luz, Aquele que é o nosso tudo”.

 

“Sair da rotina da superficialidade”

Estabelecendo um paralelo com 1917, ano das aparições de Nossa Senhora em Fátima, D. Rui Valério recordou que “também então faltou algo de essencial” ao mundo, e que “foi essa ausência que abriu a porta à intervenção da Virgem Santíssima”.

“O mundo foi como aquelas bodas de Caná. Sentiu a falta de algo essencial. Havia guerra, havia medo, havia solidão. Uma vez mais, como em Caná, foi esta falta que representou uma porta para que a Virgem Santíssima entrasse e interviesse. E o que Ela trouxe? Trouxe a esperança quando ensinou a rezar o terço todos os dias pela paz. Ela vinha dizer ao mundo que não estava condenado a permanecer nas trevas”, observou o Patriarca.

D. Rui Valério partilhou ainda o testemunho da sua avó Júlia, presente na Cova da Iria no dia 13 de outubro de 1917, descrevendo o “milagre do sol”. “Era um dia chuvoso, tremendamente chuvoso. Tanto que, as pessoas, na terra, se estacavam por aquela lama a fundo. As pessoas estavam repassadinhas integralmente. Mas depois o sol despontou mais forte, mais radiante do que nunca. As roupas começaram a enxugar e viu-se o milagre: o sol bailou”, contou.

“Minha cara irmã e meu caro irmão: que rotina é essa que te caracteriza, que te acompanha todos os dias e que o Senhor hoje te pede para abandonar? Sair da rotina da superficialidade, sair da rotina do pecado. Terá sido esta a mensagem que Deus nos quis transmitir com o baile do sol”, referiu.

O Patriarca de Lisboa concluiu a homilia sublinhando que Maria “aponta sempre para Jesus Cristo”. “Foi pela Santíssima Virgem que o Filho de Deus veio ao mundo. É pela Santíssima Virgem que o mesmo Filho de Deus deve, no mundo, reinar. Essa presença de Jesus no mundo acontecerá se começar por acontecer dentro do teu coração”, garantiu.

 

Procissão de velas pelas ruas da cidade

Terminada a celebração eucarística, pelas 21h45 teve início a longa procissão de velas, presidida pelo Patriarca de Lisboa, que percorreu diversas avenidas próximas da Igreja de Fátima – Av. Marquês de Tomar, Av. Miguel Bombarda, Av. Elias Garcia, Av. Defensores de Chaves, Campo Pequeno, Av. António Serpa e Av. Cinco de Outubro –, regressando ao ponto de partida.

Foi uma verdadeira multidão de fiéis, de vela na mão, que acompanhou a Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima pelas ruas da cidade. A paróquia tinha convidado os que não puderam caminhar a colocar colchas e velas às janelas, num gesto de comunhão e fé.

 

Rumo a São Tomé e Príncipe

A visita de Nossa Senhora de Fátima a Lisboa está a decorrer com o tema ‘Com Maria, caminhamos na Esperança’ e antecede a peregrinação da Imagem Peregrina a São Tomé e Príncipe, entre 15 de outubro e 5 de novembro.

No final da Missa, António Mucharreira, servita de Fátima e organizador da peregrinação, partilhou o significado desta missão: “Estava a pensar como seria bom o mundo do dia-a-dia se fosse como estes momentos que estamos aqui a viver, na paz, ao encontro desta Mãe que nos visita. (…) Este tempo também é d’Ela, invocado com o nome de Fátima. Na quarta-feira partimos para uma missão de 20 dias”.

O Patriarca de Lisboa benzeu depois os terços que vão ser entregues às crianças de São Tomé e Príncipe, em particular na Paróquia da Virgem Peregrina, reforçando o carácter missionário da peregrinação de Maria pelo país africano.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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