Lisboa |
Patriarca saúda as Comunidades Chineses Católicas na Europa reunidas em Lisboa
“É isto que significa ser comunidade de paz”
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O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, participou, nesta manhã de quarta-feira, dia 1 de outubro, no IV Congresso Pastoral das Comunidades Chineses Católicas na Europa, que se está a realizar no Seminário da Torre d’Aguilha, em São Domingos de Rana, ressaltando a importância do encontro como um sinal de esperança e diálogo.

Na sua intervenção, perante cerca de 70 participantes, o Patriarca de Lisboa começou por saudar esta iniciativa, considerando-a “oportuna e proativa”, sobretudo num tempo marcado por tensões globais.

“Os temas que dominam hoje a agenda da maior parte dos países são a guerra, em referência aos conflitos armados na Ucrânia e em Gaza, e a migração, fenómeno global que aparentemente apanhou desprevenidos os países de destino e acolhimento. Neste contexto, a vossa presença e participação neste fórum constitui um autêntico ato estruturante, quer socialmente, quer em termos civilizacionais”, afirmou.

Sublinhando que “a paz como força que vence e anula a guerra não depende, como nos ensinou Jesus, de escolhas ou estratégias políticas ou económicas, mas humanistas”, D. Rui Valério destacou o valor do encontro como sinal de esperança.

“Promover um encontro como vós estais a fazer, para dialogar e reafirmar a luz dos valores que sustentam a dignidade humana, é já um sinal de esperança”, disse, acrescentando: “É isto que significa ser comunidade de paz. Vosso seja o cântico de São Francisco de Assis: ‘Senhor, fazei-me um instrumento da vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor’”.

Referindo-se ao caminho da Igreja, o Patriarca de Lisboa recordou ainda que este é um ano jubilar e apelou a que se viva com confiança e esperança. “O Papa Leão XIV é particularmente sensível aos gestos transformadores que homens e mulheres esperançosos conseguem realizar. Mas o Sumo Pontífice impele-nos também a discernir sinais de esperança presentes e atuantes no mundo. Sem dúvida que vós sois o maravilhoso sinal da esperança que não desiste, nem se rende às dificuldades”, afirmou.

D. Rui Valério concluiu felicitando os participantes e deixando uma mensagem de boas-vindas: “Parabéns, bem-vindos a Lisboa e votos de um maravilhoso encontro”.

 

Migrantes, jovens e missão

Após a saudação do Patriarca de Lisboa, foi aberto um momento de diálogo com estes responsáveis pela pastoral das Comunidades Chineses Católicas na Europa, nomeadamente sobre a ajuda prestada pelo Patriarcado de Lisboa aos migrantes. “Os três principais problemas que hoje em Portugal, e concretamente em Lisboa, estão associados aos migrantes são: primeiro, a habitação – onde dormem, onde vivem os migrantes; segundo, é a legalização; e o terceiro, é a dimensão da família”, enumerou, sublinhando que “o fator língua é decisivo para a inclusão dos migrantes”

D. Rui Valério foi ainda desafiado a deixar “algumas palavras para os jovens” e começou por lembrar que “Lisboa recebeu, há 2 anos, um acontecimento que nos marcou: a Jornada Mundial da Juventude”.

“Olhando para o que foi 2023, nós descobrimos, ou contemplamos, duas dimensões para jovens: em primeiro lugar, a amizade com Jesus, com Cristo, o estar com Jesus, o dialogar com Jesus. Não é fazer, não é dizer aos jovens ‘fazei’, não. O primeiro desafio é estai, está com Jesus. O segundo desafio é missionário: jovens, sede missionários. Em Lisboa, agora, após dois anos de formação, entendemos que chegou o momento de irem para a missão em muitos bairros da cidade, bairros muito pobres que nós não vemos, mas eles estão lá. Chamamos a este projeto Missão Agora”, salientou.

Por fim, o Patriarca foi questionado sobre a situação da prática religiosa em Lisboa. Reconhecendo a “crescente natureza cosmopolita da cidade”, D. Rui Valério garantiu: “Mais importante do que os números é que, neste momento, Lisboa é uma diocese mobilizada para a missão. Para mim, isso é o mais importante, que os padres da diocese, que os nossos leigos estejam mobilizados e sensibilizados para a missão, para o anúncio de Jesus, para ir ao encontro das pessoas”.

O IV Congresso Pastoral das Comunidades Chinesas Católicas na Europa está a decorrer no Seminário da Torre d’Aguilha, em São Domingos de Rana, Cascais, desde o passado dia 29 de setembro e prolonga-se até amanhã, dia 2 de outubro.

 

Nossa Senhora da China e bolo da lua

Os responsáveis pelo IV Congresso Pastoral das Comunidades Chineses Católicas na Europa ofereceram ao Patriarca de Lisboa “uma recordação”, um quadro com a imagem de Nossa Senhora de Donglu, também chamada Nossa Senhora da China, “simbolizando a união entre a fé chinesa e a Igreja universal”. D. Rui Valério recebeu ainda o bolo da lua, um doce tradicional chinês, “representando a união da comunidade”.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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