O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, presidiu à Missa do 10.º aniversário da morte do Padre Ricardo Neves, destacando que recordar o antigo pároco do Estoril é recordar uma experiência viva de encontro com Deus.
Na Igreja da Boa Nova, no Estoril, no final da tarde desta segunda-feira, dia 15 de setembro, o Patriarca destacou, na sua homilia, que a memória do Padre Ricardo Neves é inseparável da experiência de Deus que transmitia: “Mais do que um homem excecional, um padre maravilhoso, nós, no contacto com o Padre Ricardo, saboreávamos a própria presença de Deus, porque Deus o inundava, o investia, porque Deus era a sua razão de ser”. Recordando o espírito aberto e acolhedor do sacerdote falecido em 2015, aos 42 anos, D. Rui Valério sublinhou que o Padre Ricardo Neves “tinha esse dom de nos tornar participantes da sua própria parábola amorosa, apaixonante, que ele vivia com o Senhor”. A Missa foi concelebrada pelo Patriarca Emérito de Lisboa, Cardeal D. Manuel Clemente, por dois Bispos Auxiliares, D. Nuno Isidro e D. Alexandre Palma, e por cerca de duas dezenas de sacerdotes, entre os quais o atual pároco, Cónego Paulo Malícia, com o Patriarca a evocar ainda a forma como o Padre Ricardo Neves viveu o sofrimento da doença, comparando-a a uma verdadeira via sacra em comunhão com todos. “Nunca ele nos sentira tão presentes no seu coração como nessa etapa da vida. O sofrimento não o afastou de nós, nem da comunidade, nem da alegria de viver, mas antes mergulhou ainda mais íntimo e profundamente”, assinalou. Na presença do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, e de numerosos fiéis, em particular muitas famílias com as suas crianças, D. Rui Valério lembrou também a alegria e a simplicidade com que o sacerdote se relacionava com todos. “O dia em que nós com ele convivíamos era um dia que verdadeiramente tinha valido a pena. Não só por ele, nem tanto por ele, mas sobretudo por aquilo que nós descobríamos. Sentíamo-nos bem, porque neste encontro com Deus nos era proporcionado um horizonte para nos reencontrarmos com a autenticidade de cada um de nós”, referiu. Entrega total Na celebração da Memória da Bem-aventurada Virgem Maria das Dores o Patriarca evocou também a capacidade de abertura que caracterizou a vida do Padre Ricardo Neves, comparando-a à atitude de Maria, a Virgem das Dores: “Se há uma palavra que define e identifica realmente a sua existência (…) era aquela de uma enorme, incomensurável, abertura ao divino, ao transcendente, mas também a cada um de nós e ao sofrimento do mundo. Tudo era reconduzido, bem ao jeito de Nossa Senhora, para os pés de Jesus”. Nascido a 15 de setembro de 1972, o Padre Ricardo Neves foi ordenado presbítero no dia 29 de junho de 1997, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Entre julho de 2002 e julho de 2011, foi vice-reitor do Seminário de São José de Caparide, tendo sido nomeado pároco do Estoril em julho de 2011. Em setembro de 2014, foi-lhe diagnosticado cancro, tendo falecido a 6 de agosto de 2015, aos 42 anos. Para o Patriarca, o sacerdote deixou um testemunho de entrega total. “Ele não fora levado pela doença, ele oferecera-se, entregara-se, de si mesmo fizera uma dádiva. As suas palavras e gestos não são memórias vazias, mas têm uma carga frutificante, produtiva de uma nova vida”, assinalou. A terminar, D. Rui Valério convidou todos a dar graças pelo dom da vida e do ministério do Padre Ricardo Neves: “Digamos um obrigado ao Senhor por nos ter concedido uma tão elevada graça. O Padre Ricardo não partiu, ele continua a viver em Cristo, lá onde existe um sorriso, uma palavra para romper a solidão, uma capacidade de ir ao encontro dos outros”. ‘Memória’ do Padre Ricardo Neves No final da celebração, o pároco do Estoril – e um amigo de toda a vida do Padre Ricardo Neves – explicou que a comunidade quis “marcar estes 10 anos do falecimento do Padre Ricardo de uma forma muito simples”. “Porque eu sei que era assim que ele queria. Por ele, era somente a Missa e mais nada”, observou o Cónego Paulo Malícia. A Missa Solene, na Igreja Senhora da Boa Nova, foi o primeiro momento da homenagem ao legado do sacerdote falecido em 2015. Esta ‘Memória’ da Paróquia do Estoril prossegue no dia 17 de setembro, às 18h00, com a inauguração de um painel comemorativo, do artista Rui Aleixo, a que se segue a inauguração de uma exposição fotográfica e o lançamento de um livro. Estas ações vão decorrer no Auditório Senhora da Boa Nova e têm entrada livre. Na noite do dia 20 de setembro, sábado, às 21h00, vai ter lugar, novamente no Auditório Senhora da Boa Nova, o concerto ‘Arvorecer’, com direção artística de Matilde Trocado. Os bilhetes estão à venda no site bol.pt e custam 15¤. “Que seja uma semana para recordarmos alguém que que marcou a nossa vida, porque Deus amou a vida dele”, desejou o pároco do Estoril.![]() |
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