A Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa, encheu-se na tarde desta sexta-feira, 4 de julho, para acolher a cerimónia de bênção das mãos e compromisso dos 75 finalistas da Licenciatura em Enfermagem da Escola de Enfermagem de Lisboa da Universidade Católica Portuguesa (UCP). A celebração foi presidida por D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa e Magno Chanceler da UCP, e contou com a presença de docentes, familiares e amigos dos finalistas.
Num ambiente de emoção e solenidade, D. Rui Valério destacou, nas palavras iniciais, o profundo valor humano e espiritual da vocação do enfermeiro: “Esta bênção de Deus consagra-vos de forma definitiva para uma entrega, dedicação e serviço aos outros, àqueles que são a classe preferida de Deus: os doentes, os frágeis, os vulneráveis. Ser enfermeiro é ser apóstolo da esperança para quem perdeu toda a esperança”. Inspirando-se na parábola do Bom Samaritano, o Patriarca evocou depois, na sua homilia, o papel essencial dos enfermeiros na cura e no cuidado do ser humano ferido. “A missão do enfermeiro é reativar a vida de quem está meio morto e transmitir força interior. Tal como o samaritano parou, aproximou-se e cuidou, também vós, caros enfermeiros, sois chamados a parar, a aproximar-vos e a dar vida àqueles que cuidais”, salientou. Apelou ainda a que cada um imprima, no seu coração, a palavra “aproximar-se”. “Por vezes, vale mais a vossa proximidade do que todo o saber adquirido. A sociedade quer competência, sim, mas precisa urgentemente de enfermeiros próximos, capazes de compaixão, de sofrer com quem sofre e de se alegrar com quem se alegra”, manifestou D. Rui Valério, sublinhando também a dignidade da missão profissional dos enfermeiros: “No que fazeis, no que sois, no que dais, vós sois verdadeiramente imagem e semelhança de Cristo, o Bom Samaritano que nos resgata, nos levanta e nos cura”. A Missa com os finalistas da Escola de Enfermagem de Lisboa da UCP ficou ainda marcada pela memória litúrgica de Santa Isabel de Portugal, Rainha Santa, evocada pelo Patriarca como modelo de generosidade e compaixão. “Ela, que tinha um coração grande como o mundo, é inspiração para vós: que também sejais grandes de coração e que irradiem esperança e alegria pelo mundo”, desejou. Saber, ciência e coração No final da celebração, o Padre Miguel Vasconcelos, capelão da Universidade Católica, agradeceu a D. Rui Valério pela sua presença constante e próxima: “Obrigado por ser nosso próximo, ano após ano, neste momento tão significativo da bênção dos enfermeiros e das suas famílias”. A cerimónia contou também com palavras de agradecimento da diretora da Escola de Enfermagem de Lisboa da UCP, Amélia Simões Figueiredo, que destacou o percurso dos estudantes e o papel da instituição. “Ao longo destes quatro anos, os nossos estudantes integraram uma universidade com forte identidade, enraizada no serviço ao próximo e na responsabilidade social. Hoje devolvemos à sociedade 75 novos licenciados em Enfermagem, preparados com saber, ciência e, sobretudo, coração”, garantiu. Dirigindo-se às famílias, a diretora agradeceu a confiança depositada na Escola de Enfermagem e à comunidade académica pela dedicação e compromisso educativo. Lamparinas, juramento e bênção das mãos A celebração ficou ainda marcada acender das lamparinas, a que se seguiu o juramento de Nightingale, o momento da promessa profissional do enfermeiro. Cada um dos 75 novos enfermeiros, com as suas lamparinas acesas nas mãos, proferiu então o juramento. “Comprometo-me solenemente, perante Deus e perante esta assembleia, a viver a vida com honestidade e a exercer fielmente a minha profissão. Abster-me-ei de tudo quanto for nocivo e maléfico, e não tomarei nem administrarei conscientemente nenhuma substância prejudicial. Farei de tudo o que estiver ao meu poder, para elevar o padrão da profissão e guardarei em segredo tudo o que de pessoal me for confiado, e todos os assuntos familiares de que venha a ter conhecimento no exercício da minha profissão. Com lealdade, esforçar-me-ei por ajudar toda a equipa no seu trabalho, e dedicar-me-ei ao bem-estar de quem for confiado aos meus cuidados”, garantiram estes novos profissionais. No final, o Patriarca de Lisboa benzeu as mãos dos 75 finalistas (10 rapazes e 65 raparigas) do curso de Licenciatura em Enfermagem 2025 da Escola de Enfermagem de Lisboa da UCP. A bênção das mãos é um dos momentos mais simbólicos da formação dos enfermeiros, assinalando o compromisso profissional e ético com o cuidado humano.![]() |
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