Foi inaugurado, em Loures, o novo Parque Papa Francisco, um espaço requalificado junto ao rio Trancão que celebra a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 e pretende deixar um legado de paz, ecologia e compromisso cívico. O momento, na tarde desta sexta-feira, dia 27 de julho, contou com a presença do Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, que abençoou o local e enalteceu o seu valor simbólico.

“Este é um lugar dedicado à animação cultural, à criatividade, mas, sobretudo, é um local de memória”, afirmou D. Rui Valério. “É de memória que tem um alcance não apenas local, nem nacional, mas que tem um alcance e uma amplitude internacional”, acrescentou.

O Patriarca recordou que “alguns meses depois da jornada ter ocorrido, vários líderes mundiais, a começar pelo Papa Francisco, ainda se referiam à JMJ de Portugal para encontrar naquilo que nós aqui vivemos e no modo como vivemos as condições e o indispensável para que houvesse paz no mundo”. Sublinhou, a esse propósito, a referência feita pelo Papa Francisco ao corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé: “Propôs-lhes que olhassem para como se fez aqui em Portugal, nos municípios de Loures e Lisboa, para encontrarem aí inspiração para como incrementar e implementar a paz no mundo”.

“Hoje, junto a esta maravilhosa efeméride que celebra a presença e a passagem do Papa Francisco, nós colocamos em letras grandes a palavra paz. Porque foi com o coração que o Papa Francisco veio até nós, e quem passa aqui é exatamente o palpitar do coração que vai sentir dentro de si próprio”, concluiu D. Rui Valério.

 

Um gesto ecológico e simbólico

A cerimónia de inauguração iniciou-se com a plantação simbólica de uma oliveira – árvore escolhida pelo Papa Francisco como sinal de paz e de esperança. Este gesto insere-se no projeto Give Back - Ecologia Integral e o Jubileu 2025, que visa a plantação de 20.025 árvores em Portugal, como parte de uma campanha mundial promovida pela Pastoral Juvenil, em resposta ao apelo da encíclica Laudato Si’ sobre o cuidado da Casa Comum.

Este ato representa um compromisso com a ecologia integral e a gratidão pela JMJ: “Um gesto simples, mas cheio de significado, que une fé, ecologia e responsabilidade”, refere o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil.

 

“Um legado que nos enche de orgulho”

O presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, destacou o impacto profundo que a Jornada Mundial da Juventude teve no concelho: “É algo que nós nunca mais esqueceremos e nunca mais iremos viver. A JMJ deu uma projeção ao nosso país, mas particularmente a Loures, como nunca antes”.

Com emoção, o autarca relembrou a transformação urbanística que o evento permitiu: “Passar aqui e ver estes contentores que faziam seis e sete pisos… era algo que quem vivia aqui não gostava de ver. Só mesmo o Papa Francisco e a JMJ permitiram que os contentores saíssem daqui definitivamente e pudéssemos usufruir deste parque”.

Para Ricardo Leão, a atribuição do nome Parque Papa Francisco foi uma escolha natural e unânime. “Foi decisão da Câmara Municipal de Loures, por unanimidade, darmos o nome deste parque ao Papa Francisco, porque é mais do que merecido. Este é o legado que deixamos à população do concelho de Loures: um espaço de lazer, de encontro e de memória”, explicou

O presidente da autarquia – que juntamente com o Patriarca de Lisboa descerrou a placa de homenagem ao Papa Francisco – expressou também o apreço pela colaboração com a Igreja: “Temos conseguido manter uma relação extraordinária com todas as paróquias do nosso concelho. Isso foi essencial para envolver toda a juventude naquilo que foi a JMJ, e por isso agradeço aos padres, que são também meus amigos e amigos do povo”.

 

“Nunca houve um legado como este”

Presente na cerimónia esteve também o ex-presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, que agradeceu ao município de Loures pela colaboração decisiva. “Nunca uma Jornada Mundial da Juventude teve um legado como este. Foi a primeira vez que, depois da JMJ, no local onde ela decorreu, nasceu um parque com esta importância ecológica e social”, lembrou D. Américo Aguiar, que recordou ainda o reconhecimento do Papa Francisco: “O Santo Padre disse que esta foi – e será para toda a eternidade – a melhor Jornada Mundial da Juventude que viveu”.