Lisboa |
Missa de Nossa Senhora da Saúde, em Lisboa
“Paz no mundo depende do que cada um transporta dentro de si”
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O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, presidiu à Missa em louvor de Nossa Senhora da Saúde, na Igreja de São Domingos, na Baixa, e assegurou que “a oração, e particularmente a oração do Santo Rosário, é remédio contra a guerra, mas também contra o desespero”.

“Nossa Senhora da Saúde não é só aquela Mãe que sara as feridas do corpo, da alma e do espírito, mas a Senhora da Saúde é aquela Mãe que nos acompanha, que nos auxilia a sermos, sempre e cada vez mais, imagem e semelhança de Jesus. Realização plena daquele projeto com que cada uma e cada um nasceu e que desenvolve dentro do coração, dentro da vida, nas suas escolhas e opções, nos atos e também nas suas mensagens”, salientou o Patriarca, na saudação inicial da Missa que teve lugar na manhã deste Domingo, dia 11 de maio.

A celebração na Igreja de São Domingos foi promovida pela Real Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e de São Sebastião e teve lugar no IV Domingo da Páscoa, tradicionalmente chamado Domingo do Bom Pastor. “Somos convidados a contemplar Jesus como o verdadeiro Pastor das nossas vidas e, ao mesmo tempo, a maravilharmo-nos e a alegrarmo-nos pela feliz coincidência com a festa de Nossa Senhora da Saúde. Tanto mais que, neste ano jubilar, todos somos peregrinos da esperança. Confiar em Nossa Senhora, entregarmo-nos aos seus cuidados de Mãe, aceitarmos aquela saúde de corpo e alma que Ela nos transmite, é fazer de cada um de nós um arauto, um apóstolo da esperança”, frisou D. Rui Valério.

 

Paz

Na presença de generais, oficiais, sargentos e praças de todos os ramos, bem como de representantes do Exército, da Armada, da Força Aérea, da Guarda Nacional Republicana e da Polícia de Segurança Pública, o Patriarca de Lisboa recordou as primeiras palavras do novo Papa, no dia da sua eleição, a 8 de maio, para fazer um convite à Paz. “Há poucos dias, quando o Papa Leão XIV, na sua primeira intervenção, referiu a beleza da paz desarmada e desarmante, estava-se a dirigir a toda a Igreja, a todo o mundo, mas particularmente estava-se a dirigir aos militares e às forças de segurança. Que significa que o nosso trabalho e labor é a paz senão que nós não combatemos a guerra apenas com belicismo ou armas bélicas, mas o nosso combate começa a ser travado a partir da nossa interioridade, a partir do nosso coração. Em Fátima, Nossa Senhora, aqui por nós evocada como Nossa Senhora da Saúde, em pleno deflagrar da Primeira Guerra Mundial, dizia, mostrando o terço: ‘Rezai o terço todos os dias e por esse caminho alcançareis a paz’. A oração, e particularmente a oração do Santo Rosário, esse jeito de pregar e de rezar tão de Nossa Senhora, é remédio contra a guerra, mas também contra o desespero. É por isso que nós, aqui reunidos hoje, somo desafiados a ser testemunhas desta mensagem, a levar ao mundo que o segredo da paz, da harmonia não depende só do que temos ou não nas nossas mãos, não depende só daquilo que se encontra no alcance do nosso olhar. Mas a paz no mundo depende muito daquilo que cada um de nós transporta e cultiva dentro de si mesmo. Nossa Senhora é rainha dos corações, é aí que Ela começa por imprimir aquela medicina da qual ela é Senhora da Saúde”, garantiu.

 

Palavra de esperança

Ao presidir, pela segunda vez, enquanto Patriarca de Lisboa, à Missa em louvor de Nossa Senhora da Saúde, D. Rui Valério assegurou que “Cristo não é um pastor distante, mas próximo, que caminha connosco, que partilha as nossas fadigas, que combate os nossos empreendimentos”. “Ele está connosco e uma das formas de Cristo Bom Pastor encarnar e materializar a sua companhia junto de nós é oferecendo-nos a sua própria Mãe”, salientou.

“Maria encarna em cada um de nós a ternura do próprio Deus, mas Ela é também a fonte dessa coragem que não hesita perante nenhuma dificuldade, que não se deixa desencorajar perante nenhum obstáculo”, acrescentou. Neste sentido, pediu aos cristãos para serem, “como Igreja, um povo a caminho, um povo de ovelhas confiadas ao Pastor, mas também um povo que sabe anunciar com alegria”. “Eis aí uma outra medicina que o mundo de hoje necessita, uma palavra de esperança, uma mensagem de alegria, um motivo de verdadeira felicidade”, referiu.

O último pedido do Patriarca de Lisboa aos membros das forças armadas presentes na celebração destacou a vocação de cada um para ir ao encontro do outro. “A Virgem Santíssima é Nossa Senhora da Saúde pela sua dedicação total a cada um, à humanidade inteira, pela sua disponibilidade a sarar feridas. Mas Ela é também aquela Mãe do sorriso que nunca o perde, da serenidade que nunca fica atormentada. Nós, devotos filhos de Nossa Senhora da Saúde, acolhamos esta mensagem, mas ao mesmo tempo esta missão: sejamos para a sociedade portuguesa, neste coração do século XXI, aqueles arautos e profetas que são capazes de comunicar uma palavra transformadora, uma palavra que é capaz de rasgar horizontes de luz lá onde existem só trevas de medo, de desconfiança, de desespero. Aceita ser esse mensageiro de quem diz ao seu semelhante: ‘Eu estou aqui, poderei não ter o curso de Medicina, mas compreendo que para curar as feridas da tua alma tens a minha solidariedade, tens a minha ajuda, tens a minha prontidão para te socorrer’. Nos lábios de um artilheiro, estas palavras transformam-se em missão, em vocação”, terminou.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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