O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, deu posse ao novo Reitor do Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais, Cónego Nuno Amador, pedindo que este seminário “continue a ser o coração da nossa diocese”.
No final da tarde desta sexta-feira, dia 7 de março, durante a Eucaristia no oratório desta casa de formação, teve lugar a assinatura da tomada da posse, a que se seguiu o juramento do novo reitor.
Na presença dos Bispos Auxiliares D. Nuno Isidro e D. Alexandre Palma, e também do Bispo Emérito de Beja, D. João Marcos – que pertenceu à equipa formadora do Seminário dos Olivais –, e de diversos sacerdotes das equipas formadoras dos restantes seminários da diocese, o Patriarca deu, assim, posse ao Cónego Nuno Amador, de 45 anos, que substitui D. José Miguel Pereira, reitor desde 2011 que o Papa Francisco nomeou recentemente Bispo da Guarda.
Três traços do rosto renovado
Na homilia da Missa, D. Rui Valério começou por lembrar que “o tempo da Quaresma é um tempo, é uma caminhada de revisão de vida”. “Somos chamados, também, a reorganizar, cada um, a sua vida de comunhão com o Senhor, a sua vida espiritual. E a Palavra de Deus oferece-nos como que uma moldura para revisitarmos os modos e a maneira como nós vivemos a nossa relação com o Senhor. Toma como ponto de partida aquilo que são obras de piedade tipicamente da experiência religiosa, como o jejum, a penitência, mas de facto a Palavra de Deus está interessada em conferir um novo rosto ou um rosto renovado a essa nossa experiência com o Senhor”, apontou.
Na sua reflexão, o Patriarca partilhou depois “três traços deste novo rosto”, que são “um aconchego para a nossa própria vida espiritual”. Como “primeiro rosto da nossa experiência de comunhão” destacou o “momento de fraternidade, o momento de filiação, o momento de relação”. “Viver a experiência de vida com o Senhor é viver este fascínio transbordante de eu com Ele, mas eu também com os outros, em que se realiza aquela palavra do discurso sacerdotal de Jesus: Eu no Pai e o Pai em Mim, nós em vós e vós em nós. Isto é a nossa vida de comunhão com o Senhor”, referiu. “Hoje nós estamos aqui para saudar o Senhor D. José Miguel e para dar as boas-vindas e participar da tomada de posse da nova equipa, do reitor, do vice-reitor do seminário, e bem, e nós, então, somos devedores de um caminho que há muito tem sido trilhado nesta senda de uma vida de comunhão com Deus e, por isso, também com os outros”, acrescentou.
Como “segundo traço”, D. Rui Valério frisou que “um jejum, uma penitência, sem amor é tudo vazio”. “Todo o nosso percurso formativo é, em primeiro lugar, no caminho do amor. Aprendamos a amar e amemos, de facto. E aprendamos que da nossa vida de sacerdotes não há tarefa, não há palavra, não há pensamento, não há um instante, que não tenha que ser inspirado pelo amor. Quando isso faltar significa que já não estamos nos horizontes, no universo, da graça”, alertou.
Neste sentido, o Patriarca de Lisboa fez um pedido ao novo reitor: “O amor, portanto, é o nosso âmago, é a essência da nossa vida. O nosso seminário, todo ele, não é, como poderíamos pensar, a inteligência ou a cabeça da diocese: é o coração da diocese. E ao reitor e ao vice-reitor eu peço, essencialmente, isto: que o Seminário Maior de Cristo Rei dos Olivais continue a ser o coração da nossa diocese, do nosso Patriarcado”.
Como “terceiro traço”, D. Rui Valério apontou o “compromisso pessoal, nosso, na renovação da sociedade ou na renovação do mundo através da renovação do nosso próprio coração”. “Esta consciência de que sem o nosso compromisso, sem o nosso ir, sem o nosso estar, sem o nosso envolvermo-nos, as coisas não acontecem, de facto. Viver o projeto de vida que está radicado em Cristo significa dizer-lhe permanentemente aquele ‘Sim’ que nós dizemos a partir do Batismo, mas que nós dissemos, de forma tão solene, tão forte e pujante, no dia da nossa consagração”, salientou.
Oração e caminho conjunto
O convite final do Patriarca de Lisboa foi à oração. “Caríssimos, a oração deve ser, realmente, o toque, deve ser o contexto, deve ser a luz que transparece no nosso ser. Estamos num Seminário Maior, é uma casa santa porque é uma casa de consagrados: consagrados ao Reino, consagrados à obra do Senhor. Que São Vicente, que Cristo Rei, que Nossa Senhora acompanhem a nova equipa. Podem contar sempre com o Patriarcado, com a comunidade, com a sua oração, com a sua presença, com a sua generosidade. Assim como nós contamos, também, com este seminário”, terminou.