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Boletim medico #51
A saúde mental das crianças
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Cuidar da mente é tão importante como cuidar do corpo. Por isso, da mesma maneira que é preciso estar atento aos sinais físicos, é essencial prestar atenção ao comportamento e às emoções das crianças. E, claro, assegurar que têm vivências saudáveis e felizes enquanto crescem.

 

A saúde mental é uma parte fundamental do desenvolvimento das crianças. À medida que crescem, e até nos primeiros anos de vida, podem surgir situações que interferem com o seu bem-estar e, no limite, contribuem para o aparecimento de patologias passíveis de se prolongar no tempo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 50% das perturbações mentais nos adultos começam a desenvolver-se antes dos 14 anos.

A atenção ao bem-estar psicológico deve começar na infância, o mais cedo possível, uma vez que patologias como a depressão ou a ansiedade podem aparecer logo nos primeiros anos de vida, com sintomas que podem ser semelhantes aos dos adultos. É também importante identificar eventuais perturbações do neurodesenvolvimento – alterações que podem estar presentes desde o nascimento e que afetam a cognição, a linguagem e a socialização – para uma intervenção precoce. Os sintomas surgem muito cedo e têm um impacto enorme no desenvolvimento relacional das crianças.

As consultas regulares de Pediatria são essenciais na identificação destas doenças, mas os pais podem consultar diretamente os pedopsiquiatras para esclarecer dúvidas e prevenir problemas. A Pedopsiquiatria permite que a criança viva de forma mais normativa, tratando também problemas que podem vir a ser crónicos na idade adulta. O nosso papel não é só diagnosticar a doença, mas, por vezes, explicar que os sintomas que preocupam os pais são normativos na fase de desenvolvimento em que a criança se encontra.

Os sinais de alerta mais comuns de problemas de saúde mental, nas crianças, são tristeza, irritabilidade, baixo interesse na relação com o outro, a criança evitar envolver-se em atividades, inclusive as lúdicas, problemas de linguagem e motores, e, ainda, ansiedade.

Na CUF, é privilegiada uma abordagem multidisciplinar, em que médicos e técnicos de várias áreas trabalham de forma articulada. Na primeira infância, e até aos cinco anos, o papel das terapias – como a Psicologia, a Terapia da Fala e a Terapia Ocupacional – é muito importante, pois a abordagem farmacológica só vai começando a ser opção a partir dos seis anos.

 



Perturbações no neurodesenvolvimento infantil

 

Espectro do Autismo

Os sintomas são, normalmente, o desinteresse pela interação social e padrões de comportamento repetitivos.

 

Aprendizagem

Revelam-se pela dificuldade no processo de aprendizagem.

 

Défice de Atenção e Hiperatividade

A criança está sempre agitada, não consegue fazer atividades, mesmo as lúdicas.

 

Perturbações do Processamento Sensorial

Hipersensibilidade ou hipossensibilidade nas várias modalidades sensoriais, que causam problemas no desenvolvimento. Por exemplo, a criança não tolera bem determinadas texturas e, por isso, tem problemas na alimentação e, consequentemente, no desenvolvimento.

 

Como promover a saúde mental das crianças?

  • Criar tempo de qualidade
  • Estar disponível para ouvir e brincar
  • Evitar irritar-se ou levantar a voz quando se zanga
  • Estabelecer uma rotina alimentar e de sono previsível e saudável
  • Moderar o uso de tecnologias e utilizá-las em conjunto, de forma lúdica

 

Pedro Henriques Santos
Pedopsiquiatra na Clínica CUF S. João da Madeira e no Instituto CUF Porto

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