Jubileu 2025 |
Apresentação do Programa Pastoral 2024-2025 e do Jubileu 2025 no Patriarcado de Lisboa
“A esperança é a estratégia para construir o novo tempo que está a emergir”
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O Patriarca de Lisboa referiu que o Jubileu 2025, sobre a esperança, é “a estratégia que a Igreja propõe e abraça” para “vir ao encontro” do “mundo” e da “sociedade”. Na sessão de apresentação do Programa Pastoral 2024-2025 e do Jubileu 2025 no Patriarcado de Lisboa, D. Rui Valério desejou que o próximo ano jubilar “seja todo ele preenchido, iluminado, inspirado e acompanhado pela esperança”.

No Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa, no final da tarde desta terça-feira, dia 8 de outubro, o Patriarca começou a sua intervenção por sublinhar que “mais do que a viver uma época de mudanças, estamos numa mudança de época”. “Tanto de novo está a surgir, inclusivamente novos paradigmas. É verdade que é um tempo ainda, em larga medida, indecifrável; no entanto, há traços do seu rosto deste novo tempo que já são mais do que evidentes e visíveis. Um desses traços é a cultura de ameaça que pende um pouco transversalmente, aliás, em toda a sociedade. Houve a pandemia e era uma ameaça. Depois, a realidade trágica e dramática da guerra, representa uma ameaça. O aproximar-se do verão ameaçador pela seca pelos incêndios. O inverno então, é tempestades, é chuvadas, é mau tempo. E quando nós olhamos para o setor social, parece que daí existe uma ameaça em cada esquina: é o desemprego, é a violência que prolifera, é um dos traços. O outro traço é talvez aquele sentido de perda de um certo equilíbrio social. Estamos a viver uma época em que tudo tem que ser no extremo, a bipolarização, o exacerbado subjetivismo individualista também nos caracteriza e, de certa forma, dá forma, dá corpo e dá vida, inclusivamente aos conflitos internacionais em curso”, apontou.

Perante jornalistas, os vigários, os diretores e colaboradores dos departamentos da Cúria e de diversos convidados, D. Rui Valério reforçou a importância da esperança. “O Jubileu, o Jubileu da esperança, quer ser a estratégia que a Igreja propõe e abraça para vir ao encontro deste mesmo mundo e desta mesma sociedade. É uma estratégia, a esperança. Não é só o que nós habitualmente estamos acostumados a referir acerca da esperança, como uma atitude, uma atitude pessoal, porventura comunitária num ambiente cristão, mas é mais do que isso. O novo tempo que emerge, e que nós cristãos somos chamados a participar na sua configuração, no seu desenho e na sua realização, o Papa Francisco quer que seja pautado pela aplicação, pela mobilização da esperança”, apontou, reforçando que “a esperança é a estratégia para construir o novo tempo, a nova época que está a emergir”.

 

Dimensões da esperança

Falando desta “estratégia”, o Patriarca de Lisboa fez depois referência a “três dimensões da esperança”. Desde logo, lembrou que “a esperança significa e afirma o primado do amor”. “Onde existe esperança é porque existe amor. E existindo amor, existe necessariamente esperança. A esperança, portanto, funda-se no amor divino”, observou D. Rui Valério, destacando, “em segundo lugar”, que “a esperança nos sintoniza sempre com o bem”. “Uma pessoa de esperança é uma pessoa que acalenta e desenvolve dentro do seu coração um desejo de bem, um desejo do bom e um desejo da Verdade”, frisou. “Mas sobretudo, a esperança, para nós, e na medida em que ela é chamada a ser esta estratégia de construção do novo mundo, é um princípio operativo. Face à realidade do mundo, a esperança incute-nos o ardor e a coragem para agir, para construir”, resumiu.

O Patriarca de Lisboa terminou a sua intervenção lembrando “os famosos 10 sinais de esperança que o Papa Francisco, na bula que nos enviou, sublinha e refere”. “Esperança é então a capacidade de fazer, transformar, plasmar o presente em conformidade com aquilo que é o nosso futuro. Um grandíssimo teólogo suíço dizia que a esperança é o próprio Deus enquanto nosso futuro. E eu acho que ele tinha muita razão. O futuro, caríssimas e caríssimos, é Jesus Cristo. Que o próximo ano jubilar seja todo ele preenchido, iluminado, inspirado e acompanhado pela esperança significa que estamos a caminhar com Cristo, para Cristo e em Cristo, em Igreja sinodal”, concluiu D. Rui Valério.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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