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Boletim médico #48
Afinal, o que é a endometriose?
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Conheça as explicações de uma médica sobre esta doença incapacitante, cujo diagnóstico e tratamento podem ser verdadeiros desafios.

 

A endometriose é uma doença que tem vindo a ganhar particular atenção, pelo reconhecimento do seu impacto na qualidade de vida das mulheres. Ocorre devido à presença de células semelhantes às que existem no interior do útero, mas que se implantam e crescem noutros locais, nomeadamente nos ovários, trompas, bexiga, intestino, ou noutros órgãos mais distantes.

Dependendo da localização, os sintomas podem ser variáveis. No entanto, a intensidade das queixas nem sempre reflete a extensão e a gravidade da doença, e a forma variável como se apresenta pode levar a um diagnóstico tardio.

Esta doença pode afetar mulheres de qualquer idade, mas principalmente as mulheres em idade reprodutiva, e é uma das causas mais frequentes de dor pélvica e de infertilidade. O diagnóstico pode ser desafiador, acontecendo, em média, 6 anos após o início dos sintomas, muitas vezes porque as queixas são confundidas com outras situações, ou porque são desvalorizadas. Sintomas como dor menstrual, dor profunda na relação sexual, ou dor pélvica constante podem ser manifestações de endometriose e devem ser sempre investigadas.

Se, antigamente, a dor menstrual era encarada como “normal”, atualmente sabemos que deve ser valorizada, sobretudo se for debilitante e progressiva. O diagnóstico e o tratamento atempados da endometriose permitem melhorar a qualidade de vida das mulheres e ajudam a prevenir o agravamento da doença.

No que toca à fertilidade, a endometriose pode afetá-la não só pelas suas características, como pelo impacto de eventuais cirurgias mais radicais ou repetidas. Numa mulher que pretende engravidar, todo este contexto pode afetar a sua saúde física e psicológica.

Tal como o diagnóstico, também o tratamento é um desafio. Uma vez que a endometriose é uma doença crónica, recorrente e com uma progressão variável, o tratamento deve ser individualizado. Consoante o caso, pode envolver medicação para aliviar a dor, terapêutica hormonal para controlar o crescimento dos tecidos implantados, ou, em alguns casos, cirurgia para removê-los. Nos casos graves com indicação cirúrgica, a cirurgia é altamente diferenciada e deve ser realizada por médicos experientes, de forma a minimizar os riscos e a melhorar os resultados. Além disso, a avaliação e orientação por uma equipa multidisciplinar é fundamental, em todos os casos, para controlar os sintomas e diminuir o potencial impacto da endometriose a nível familiar, social e laboral.

Ainda há muito para descobrir acerca desta doença. À medida que a investigação avança e se vão obtendo novas informações sobre o seu comportamento, a esperança é que se desenvolvam novos tratamentos, cada vez menos invasivos, mais eficazes e com menos efeitos secundários.

A consciencialização sobre a endometriose é fundamental, tanto por parte das mulheres, como por parte dos profissionais de saúde. Os sintomas suspeitos não devem ser ignorados. Ter o apoio adequado faz toda a diferença, na vida de uma mulher com esta doença.

 

Vera Vilhena
Coordenadora de Ginecologia-Obstetrícia na Clínica CUF Barreiro

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