Ser adolescente é já não ser criança, mas ainda não ser adulto. É viver dividido entre o desejo de ser autónomo e a vontade de colo. Também por isso, a adolescência é um período fascinante de ganhos e, simultaneamente, de angústias, em que os jovens precisam de espaço, mas que exige orientação dos pais e profissionais de saúde.
Apesar das expectativas e da capacidade de resiliência, nem sempre é fácil atravessar a adolescência. Os adolescentes enfrentam desafios que vão da definição da identidade física, psicológica e moral, à criação de novos relacionamentos, enquanto têm de se tornar independentes dos pais. Transformações que são acompanhadas de um corpo em profunda mudança. A larga maioria que passa por esta etapa com mínimas questões demonstra a capacidade dos jovens de se adaptarem e recriarem a cada desafio.
A obesidade e o excesso de peso são situações comuns, que, muitas vezes, já vêm da infância, devido a maus hábitos alimentares e a estilos de vida inapropriados. As condições do comportamento alimentar do tipo restritivo ou bulímico são caracteristicamente diagnosticados neste grupo etário. Resultam da forma como os adolescentes se sentem e vivem a mudança corporal, e como a interação com a sociedade e os pares influencia as suas ideias e objetivos. A pressão sobre modelos de medidas ideais do corpo vai influenciar os jovens, que procuram nas suas referências as certezas e alguma garantia de pertença.
Por sua vez, a vontade de independência dos pais dá lugar a “disfunções relacionais”, como conflitos com a família e com os pares, provocando um impacto grande na saúde emocional e mental dos jovens, que têm de gerir ainda questões relacionadas com o crescimento e puberdade.
Doenças que podem ocorrer neste período:
Cardiovasculares e gastrointestinais
Estas doenças têm vindo a ser cada vez mais diagnosticadas, em relação direta com períodos prolongados de obesidade e estilos de vida desadequados. Cerca de 30 por cento dos adolescentes portugueses têm excesso de peso e de obesidade, sendo que muitos já foram crianças obesas. A hipertensão associa-se frequentemente à obesidade. É fundamental implementar hábitos de vida saudáveis desde a infância.
Doenças mentais
Segundo a Organização Mundial de Saúde, metade destas doenças surgem aos 14 anos, não sendo diagnosticadas, nem tratadas, na maior parte das vezes. As principais causas de morbilidade na adolescência, em Portugal, são as desordens de ansiedade e a depressão.
Sinais de alerta e como agir:
Optar por consultas periódicas, como espaços de educação para a saúde, reflexão e esclarecimento de dúvidas, pode ajudar os jovens e os pais a lidar melhor com este período. A consulta de Medicina do Adolescente da CUF trabalha também nesse sentido, privilegiando a abordagem multidisciplinar. A articulação entre as várias especialidades permite uma interação maior, uma troca de impressões em tempo real entre os vários profissionais que vão avaliar o jovem, com benefício para todos.
Hugo Braga Tavares
Especialista em Pediatria - Coordenador do Centro da Criança e do Adolescente do Hospital CUF Porto
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