DOMINGO III DO ADVENTO Ano B
“Ele não era a luz,
mas veio para dar testemunho da luz.”
Jo 1, 8
Podia chamar-se “Empresta-me os teus olhos” (mas chama-se Be My Eyes) a aplicação de telemóvel que liga pessoas cegas a uma rede de voluntários que traz, em tempo real, autonomia e liberdade a quem não vê. É tudo simples e intuitivo: quem não vê, entra na app, pede assistência visual a uma rede de voluntários que vêm, e quem puder atende. Em seguida aponta a câmara na direcção do que deseja ler ou encontrar, recebe a informação que lhe é lida ou dita, agradece e desliga. Não é maravilhoso? O projecto nasceu da cabeça de um deficiente visual finlandês, Hans Jorgen Wiberg e está disponível em 180 línguas. Poder ser a luz dos olhos de quem não pode ver é verdadeiramente admirável. A luz, primeira obra da criação, é também a identificação de Jesus, que João Baptista anuncia. Somos responsáveis por levar luz e alegria a todas as escuridões.
Certamente João Baptista não deveria ser conhecido pela alegria, mas desde o salto que deu ainda no seio da sua mãe quando Maria, grávida de Jesus, a foi visitar, ao gosto de anunciar e preparar todos para a vinda do Messias, podemos intuir o seu contentamento. Ser a voz não é ser a Palavra; ele bem sabe que a palavra é Jesus. Mas é ser instrumento, estar ao serviço daquele que vem “fazer novas todas as coisas”. Consta que começamos a reconhecer as vozes ainda na escuridão do seio materno; mesmo antes da luz a voz pode ser sinal de alegria e é sempre sinal de vida. Também na criação, mesmo a da luz, Deus realiza-a pela Voz e pela Palavra: “Faça-se…”! Descobrir a própria voz e escolher as palavras que por ela chegam aos outros e ao mundo é dom e responsabilidade. Que palavras de alegria oferecemos em cada dia?
Diziam os sábios judeus que a alegria era o mandamento mais difícil de cumprir. Será que ela se perdeu com a primeira falta? Ou estaremos empenhados em desperdiçar energias, pois para se fazer uma “cara feia” usam-se três vezes mais músculos do que para sorrir? Não há festa onde não há luz, e as casas luminosas, as vozes e palavras luminosas, fazem-nos desejar entrar e ouvir. Porque são fonte de alegria. Perdoem-me os mais sérios e sisudos que argumentam não encontrar no evangelho nenhuma gargalhada de Jesus; são incontáveis os sinais de alegria à volta de Jesus. Alegria de Maria e José, dos pastores, de Simeão e Ana, de João Baptista e dos discípulos, dos que foram curados e perdoados, de Marta e Maria, de Lázaro ainda atordoado do sono da morte, de tantos! O que nos terá acontecido para transformarmos, demasiadas vezes, o encontro com Deus e a vida em Igreja em algo sem cor, sem luz, triste, senão lúgubre, por vezes? Onde está a luz dos nossos olhos, a voz do nosso encanto, a alegria que vem de Deus?
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