Domingo |
À procura da Palavra
A pressa e a sabedoria
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DOMINGO XXXII DO TEMPO COMUM Ano A
“A Sabedoria é luminosa e o seu brilho é inalterável;
deixa-se ver facilmente àqueles que a amam
e faz-se encontrar aos que a procuram.”
Sab 6, 12

 

A pressa instalou-se de “unhas e dentes” na vida dos homens. É o correr intenso de toda a gente, a urgência das coisas que “eram para ontem”, as agendas cheias de múltiplos afazeres, e este ar “muito ocupado” que é preciso dar, pois, se não o dermos, até parece que não estamos a ser úteis à sociedade. Talvez isso nos obrigue a “fazer” muito mais do que a “pensar” ou a saborear o que foi feito, para daí retirar a sabedoria que leva a “fazer melhor”!

É curioso como o difícil não é escolher entre coisas boas. Hoje até é quase impossível ter um horário para a catequese das crianças porque é preciso conjugá-lo com a ginástica, a música, o karaté, a natação e um rol de muitas “coisas boas”. Ainda bem que é assim, pois a pluralidade de oportunidades confere uma identidade maior às opções! E a fé cristã é, fundamentalmente, uma questão de identidade. Daí a riqueza de vivermos neste tempo, às vezes apressado demais, mas onde a adesão a Jesus Cristo pede para ser mais autêntica!

Claro que na corrida da vida, ser “lebre” parece muito melhor que ser “tartaruga”! Mas, como na fábula, também aí as aparências iludem! O lento transformar do mundo precisa de alguns audazes, mas de muitos persistentes, e muito do génio de uma descoberta acontece no fim de uma imensa cadeia de insucessos! Por isso a sabedoria se dá a conhecer aos que a procuram e a amam. Não é só consequência lógica daquilo que se fez, mas dom gratuito para quem tem sede de mais, para quem é fiel!

Ter a luz acesa na noite é consolo a quem anda perdido e sinal de acolhimento para quem se espera. Essa luz que se alimenta do azeite da escuta, da alegria de fazer caminho com outros, da coragem de nos abrirmos ao Espírito Santo. No lento caminho que Jesus fez com os discípulos, Ele testemunha a urgência do amor, a única “pressa” que, sem ansiedade nem angústia, nos é devida. A “grande pressa” que era bom ter e de que fala o evangelho é a de viver e testemunhar a vinda do Esposo! Essa vinda em todas as pessoas, e nas situações que nos pedem para parar um pouco ao seu lado!

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