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“Evolução clínica do Papa Francisco continua regular”
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O Papa deverá ter alta em breve, após uma semana hospitalizado. Na semana em que recebeu cartas de crianças hospitalizadas, o Papa pediu para “não virar a cara aos pobres”, pediu aos políticos que rejeitem “soluções oportunistas” e renovou o desejo de “fraternidade e paz”.

 

1. O Papa Francisco deve ter alta hospitalar “nos próximos dias” face à contínua evolução clínica “regular”, indicou o Vaticano na passada quarta-feira, dia 14 de junho. “O Santo Padre descansou bem durante a noite. A equipa médica informa que a evolução clínica continua regular, sem complicações, e que por isso estão a planear a alta para os próximos dias”, informou a Sala de Imprensa da Santa Sé. No mesmo comunicado, é adiantado que, “durante a manhã, o Santo Padre dedicou-se ao trabalho”, dirigindo-se “antes do almoço à pequena capela do apartamento privado onde se recolheu em oração e recebeu a Eucaristia”.

Francisco foi hospitalizado para uma operação a uma hérnia no abdómen no passado dia 7 de junho, estando hospitalizado desde esse dia, com boa recuperação, tendo retomado o trabalho a partir do Hospital Gemelli no início desta semana. No Domingo, 11 de junho, o Vaticano já tinha indicado que o Papa conseguiu levantar-se, dar uns passos e passou algumas horas a trabalhar, além de descansar e rezar. Os médicos desaconselharam Francisco, de 86 anos, a celebrar publicamente, do hospital, a oração do Angelus para evitar esforços que ponham em risco a cicatrização da rede que foi aplicada na parede abdominal durante a intervenção cirúrgica. Apesar de o Papa não ter aparecido à janela do seu quarto, dezenas de fiéis reuniram-se nos jardins do hospital para o acompanhar na oração.

 

2.Desde que está internado no Hospital Gemelli, Francisco tem recebido inúmeras mensagens de crianças hospitalizadas. A maioria delas ilustradas com desenhos coloridos. Logo no primeiro dia, quatro miúdos internados no Hospital pediátrico Bambino Gesù enviaram um desenho onde se vê o Papa de óculos, deitado de costas, numa cama de hospital, com pijama e cruz peitoral e um quadro clínico atrás da cabeceira que mede os valores básicos de vida. A cama tem rodas e ao lado da cama estão uns chinelos. Por cima, há uma grande janela com dois rapazes e duas raparigas, vestidos com roupa colorida e a frase: “Não tenhas medo, nós estamos contigo”.

Entre os vários postais e cartolinas desenhadas enviadas nestes dias a Francisco, conta-se a mensagem das crianças e adolescentes da oncologia pediátrica do Gemmelli, onde está internado: “Caro Papa Francisco, soubemos que não tens estado bem e, por isso, partilhamos o mesmo hospital. Esperamos muito que possas recuperar o mais depressa possível para voltares a realizar as tuas atividades quotidianas. Obrigado pelo que fazes por nós e por teres vindo, várias vezes, ao nosso encontro; és sempre bem-vindo e esperamos-te de braços abertos”. A mensagem manuscrita, com um coração vermelho desenhado no fim da página acrescenta ainda, entre parêntesis: “Esperamos que aprecies os nossos pequenos pensamentos”.

 

3. “Quando nos cruzamos com um pobre, não podemos virar o olhar para o lado oposto, porque impediríamos a nós próprios de encontrar o rosto do Senhor Jesus”, escreveu o Papa na Mensagem para o próximo Dia Mundial dos Pobres que, neste ano, se assinala a 19 de novembro. O texto, publicado no dia 13 de junho, com o título ‘Nunca afastes de algum pobre o teu olhar’, sublinha que cada pobre, sem exceção é nosso próximo e não importa a cor da pele, a condição social, a proveniência. “Somos chamados a ir ao encontro de todo o pobre e de todo o tipo de pobreza, sacudindo de nós mesmos a indiferença e a naturalidade com que defendemos um bem-estar ilusório”, sublinha Francisco. “Vivemos um momento histórico que não favorece a atenção aos mais pobres. O volume sonoro do apelo ao bem-estar é cada vez mais alto, enquanto se põe o silenciador relativamente às vozes de quem vive na pobreza”, lamenta o Santo Padre.

 

4. O Vaticano divulgou no Domingo, 11 de junho, uma mensagem do Papa ao grupo do Partido Popular no Parlamento Europeu (PPE), cujos deputados deveriam ter sido recebidos por Francisco dias antes, pedindo aos políticos que rejeitem “soluções oportunistas”. “Desafios como o das migrações ou o do cuidado do planeta, só podem ser enfrentados a partir deste grande princípio inspirador: a fraternidade humana”, escreveu. Desde o Hospital Gemelli, onde está internado, Francisco dirige-se ao presidente do PPE, Manfred Weber, sublinhando a necessidade de “traduzir o grande sonho da fraternidade em ações concretas de boa política”, a todos os níveis.

O Papa considera que o pensamento social cristão deve alimentar “a ideia de uma Europa que saiba conjugar a unidade e a diversidade das culturas, a necessidade de uma visão elevada da política que torne concreto o sonho da fraternidade e assegure a todos os homens e mulheres do continente uma vida que respeite o ser humano”.

 

5. O Papa Francisco deveria ter assinado no sábado, 10 de junho, na Praça de São Pedro, uma ‘Declaração sobre a Fraternidade Humana’, elaborada por dezenas de Prémios Nobel que participaram no Meeting Mundial ‘Not Alone’ (‘Sozinho não’), organizado pelo Vaticano. “Embora não possa acolher-vos pessoalmente, quero dar-vos as boas-vindas e agradecer cordialmente por terdes vindo. É com alegria que me uno a vós para professar este desejo de fraternidade e paz em prol da vida do mundo”, escreveu o Santo Padre, numa mensagem lida pelo organizador do encontro, cardeal Mauro Gambetti, presidente da Fundação ‘Fratelli tutti’. O Papa agradeceu a participação dos convidados na elaboração da ‘Declaração’, desejando que “ofereça «uma gramática da fraternidade» e seja um guia eficaz para a viver e testemunhar concretamente no dia a dia”.

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