DOMINGO X DO TEMPO COMUM Ano A
“Muitos publicanos e pecadores
vieram sentar-se com Ele e os seus discípulos.”
Mt 9, 10
Mais do que a sinagoga ou o templo, ao longo dos evangelhos, vemos como Jesus prefere os caminhos e as casas para se encontrar com as pessoas. Os lugares sagrados são também os do quotidiano, onde circulam as vidas e se celebra o trabalho, a amizade, o diálogo e o confronto, as alegrias e tristezas, o carinho e o descanso. A beleza dos templos e das celebrações é meta e ponto de partida da vida que fazemos acontecer fora deles, com todos e em especial com os que lá não vão. Não há lugares impuros ou indignos onde Jesus não possa estar presente, pois se aí estiver um só dos seus irmãos mais pequeninos…!
É significativo o chamamento de Mateus, um judeu que cobrava os impostos para os romanos, também no lugar de trabalho como os primeiros, pescadores pobres e honrados, à beira do mar da Galileia. Contrasta a condição de “pecador público” de Mateus, que se percebe não ser obstáculo ao chamamento de Jesus. Também ele se dispõe a deixar tudo. E, ainda mais, promove uma refeição festiva em sua casa onde Jesus e os discípulos participam. Não o fez certamente por possuir muitos bens, mas por entender que eles nada valem se não os partilhamos. É na familiaridade da casa, onde as palavras inquisidoras dos fariseus apontam o “pecado” de Jesus, que a novidade do amor de Deus se manifesta: Jesus é o médico que cura e salva; de nada valem os sacrifícios que não mudam o coração, pois Deus é misericórdia; e, “escândalo dos escândalos”, Ele veio chamar os pecadores.
Estamos a menos de dois meses de acolher mais de meio milhão de jovens em Lisboa. E o apelo tem sido repetido: “Gostaríamos de acolher o maior número possível de jovens em casas de família! Faltam-nos casas!” E o problema da habitação revela-se também aqui: sim, faltam casas e casas dignas para tantos, rendas acessíveis para casais jovens, possibilidade de lares onde o calor do amor e de laços familiares permitam o crescimento e o amor! Sim, há casas que são palácios (ainda que pareçam bunkers e mausoléus) e outras onde faltam condições dignas de vida. A maior riqueza das casas são as pessoas que nela vivem, e como vivem. Para estes dias é pedido simplesmente um pequeno espaço para dormir, uma partilha do pequeno-almoço, alguns momentos para estar juntos como família maior, que afinal é a verdadeira realidade de sermos cristãos e peregrinos neste mundo. É verdade que é mais fácil ser acolhido do que acolher, visitar do que receber, entrar na intimidade de outros do que deixar entrar na nossa. E todos os que já participámos em alguma JMJ não sentimos essa felicidade de ser recebidos com a pobreza do que se tem e a corajosa alegria de abrir os braços?
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