JMJ Lisboa 2023 |
Vigília JMJ: Lisboa, Santarém e Setúbal rezaram pela Jornada Mundial da Juventude
“Os jovens estão na Igreja e querem estar na Igreja”
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As dioceses de Lisboa, Santarém e Setúbal estiveram a rezar juntas pela Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Um momento de oração que encheu o Mosteiro dos Jerónimos e mostrou como “os jovens não abandonam a Igreja”, segundo o Bispo Auxiliar de Lisboa D. Joaquim Mendes. Duas paróquias de Lisboa (Almargem do Bispo e Peniche) testemunham a vivência dos ‘seus’ jovens na Vigília JMJ.

 

“Um momento forte de fé, de oração e de ação de graças, com uma multidão de jovens das Dioceses de Santarém, Setúbal e Lisboa, comprometidos na preparação da JMJ”. É desta forma que D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar de Lisboa, resume, ao Jornal VOZ DA VERDADE, a Vigília JMJ, que teve lugar na noite de dia 25 de março, na Igreja de Santa Maria de Belém, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. “Este tempo de oração foi uma manifestação do amor dos jovens à Virgem Maria, a quem rezaram com verdadeiro afeto filial, de adoração a Jesus Cristo presente no Sacramento da Eucaristia e de corresponsabilidade na missão da Igreja, no compromisso efetivo de colaboração na realização da JMJ”, acrescenta o prelado, que presidiu à celebração no dia da Anunciação do Senhor.

Na intervenção que fez neste momento de oração interdiocesano, D. Joaquim Mendes desejou que a Virgem Maria continue a ser, para os jovens, “inspiração e referência” no “acolhimento de Deus” e “do sonho que Ele tem para cada um”. O convite aos jovens foi para “levar Jesus” aos outros, com “gestos de acolhimento, partilha da fé e de serviço”. “Levar Jesus mais com gestos do que com discursos, como fez a Virgem Maria depois da Anunciação, indo ao encontro da prima Isabel. ‘Partir apressadamente’ para acolher os jovens que, em agosto, virão ao seu encontro, preparando-se e preparando um ambiente verdadeiramente acolhedor, para que este encontro seja um ‘dar’ e um ‘receber’, um momento de crescimento na fé e uma verdadeira experiência de fraternidade cristã e de esperança que deixe marca nas suas vidas”, desejou o Bispo Auxiliar, dirigindo-se, em particular, a cada jovem.

Num momento conturbado da vida da Igreja em Portugal, ver tantos jovens reunidos para rezar “não foi uma surpresa” para D. Joaquim Mendes. “Foi antes a constatação do que ouvi no Sínodo sobre os Jovens. Em vários contextos, os jovens católicos pedem propostas de oração e momentos sacramentais capazes de tocar a sua vida quotidiana. Momentos como este, da Vigília JMJ, de celebrar o sacramento da reconciliação e de oração e adoração silenciosa, que lhes proporcionam uma experiência de Deus, de comunidade cristã e de ponto de partida para missão”, concretiza. Neste sentido, o prelado garante sentir que os jovens não abandonam a Igreja. “Não só o sinto, mas constato-o. Através do seu fervor e da sua fé, os jovens contribuem para mostrar o rosto da Igreja, como a ‘verdadeira juventude do mundo’, refletindo Cristo, o grande Vivente, o Cristo eternamente jovem, que os ama e os atrai a si. Os jovens ajudam-nos a descobrir, com eles, a juventude da Igreja, abrindo-nos à graça dum novo Pentecostes, como esperamos que seja a próxima JMJ”, termina o Bispo Auxiliar de Lisboa.

 

Um ‘cheirinho’ de JMJ

A Vigília JMJ foi centrada na exclamação de Maria ‘Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra’ – tema da JMJ Panamá 2019 – e foi mais um passo na preparação para a JMJ Lisboa 2023. João Simões, de 20 anos, é o responsável pelo COP (Comité Organizador Paroquial) de Almargem do Bispo e esteve presente nos Jerónimos, com um grupo de cerca de 20 jovens, acompanhados do pároco, padre Carlos Pinto. “O mais importante era preparar os miúdos do percurso do ‘Say Yes’, que vão estar presentes na Jornada Mundial da Juventude, para lhes dar um ‘cheirinho’ do que será Jornada. Começarem a participar nestas iniciativas de forma a abrirem o coração e a estarem prontos para o grande evento com o Papa Francisco, que se está a aproximar”, refere este jovem, ao Jornal VOZ DA VERDADE.

Segundo o responsável pelo COP de Almargem do Bispo, este foi “um momento diferente” do que estão habituados na realidade paroquial. “A mística do próprio espaço da igreja do Mosteiro dos Jerónimos, com toda a grande afluência de gente e de jovens que havia, mais a oração que foi muito bonita e os cânticos… para os jovens, foi diferente daquilo a que eles estão habituados. É sempre cativante”, garante João.

Sobre o caminho de preparação para a JMJ Lisboa 2023, este responsável assume que “já vai muito longo”, mas que “está a correr bem”. “Tem sido não digo difícil, mas com os seus desafios, naturais, dada a dimensão deste evento. Momentos altos, outros mais baixos, faz parte do percurso, mas sempre com espírito de união dentro da equipa, unidos pela mesma causa e pelo mesmo motivo”, frisa. Questionado se tem sido possível chegar a jovens fora da Igreja, dando-lhes a conhecer a Jornada Mundial da Juventude, João Simões lembra que em Almargem do Bispo, na Vigararia de Sintra, “a maioria dos jovens já estão, mais ou menos, integrados com aquilo que é a vida da Igreja, mesmo que não participem”. “Esta é uma zona rural, muito próxima, em que a maioria dos miúdos anda na catequese, ou já andou. Portanto, mesmo aqueles que não estão ativos na Igreja, de alguma forma têm esse contacto e sabem da JMJ”, saliente o responsável pelo COP de Almargem do Bispo.

 

Por causa da Jornada

De mais longe vieram os jovens de Peniche, que também se fizeram presentes no Mosteiro dos Jerónimos para a Vigília JMJ. Matilde Monteiro, de 16 anos, está no 10.º ano da catequese e foi uma dos 21 jovens que veio até Lisboa, numa carrinha da paróquia. “A presença na Vigília JMJ foi um desafio lançado pela catequista do meu grupo de jovens e também pelo pároco, padre Diogo [Correia]. Juntámos outros grupos de jovens, do 7.º até ao 10.º, para irmos a Lisboa, e gostámos muito. Percebi que todos os jovens presentes têm o mesmo objetivo que eu: estávamos lá, todos, por causa da Jornada e estávamos em plena comunhão. A JMJ um encontro com Cristo, em que vamos ter oportunidade de estar com o Papa, que é um verdadeiro testemunho de Cristo. Foi isto que a vigília em Lisboa nos transmitiu”, resume esta jovem, ao Jornal VOZ DA VERDADE, garantindo ter “gostado bastante” quando estiveram “todos a rezar o terço”. “Gostei também muito de alguns dos textos lidos”, acrescenta.

Em Peniche, há muitos jovens interessados em participar na JMJ. “No caminho preparação, todos os meses, nos dias 12, fazermos uma noite de oração. No mês passado, começámos os encontros de preparação, organizados pelo COP, e temos estado, também, a falar das Jornadas em todos os grupos de jovens e da catequese”, explica Matilde Monteiro, que ainda não participou “em nenhuma JMJ”, ao contrário da irmã, Marta. “Ela fala-me bastante da Jornada e ajuda-nos a motivar. A expectativa já é muita”, garante esta jovem de Peniche.

 

Pertença à Igreja

O responsável pelo Comité Organizador Diocesano (COD) de Lisboa faz, ao Jornal VOZ DA VERDADE, um balanço “muito positivo” da Vigília JMJ. “Pretendeu-se que esta não fosse apenas uma proposta diocesana, mas que, de alguma maneira, outras dioceses se pudessem juntar. No nosso caso, que os jovens de Lisboa, Santarém e Setúbal pudessem rezar e se preparar espiritualmente para a Jornada. Fazemos um balanço muito positivo, não só pelo número de pessoas – porque, de facto, os Jerónimos estavam cheios e foi muito bonito para os jovens –, mas também pelo número de padres que se disponibilizaram para estar a confessar durante toda a vigília e pelo momento posterior à vigília, de convívio, que foi muito positivo. Parece-me que já se sente pressa no ar, quase, quase, a chegar à Jornada Mundial da Juventude”, observa João Clemente.

Este responsável agradece “muito” a presença do Bispo Auxiliar D. Joaquim Mendes “com os jovens” e destaca que, num momento conturbado da vida eclesial em Portugal, esta iniciativa mostrou que os jovens estão com a Igreja. “Ainda que esses temas [dos abusos de menores na Igreja] sejam uma preocupação – e não é possível não estarmos atentos àquilo que vai acontecendo –, há nos jovens uma decisão anterior que é a sua pertença à Igreja, a sua pertença a Jesus. Por isso, os jovens continuam a estar presentes na Igreja, continuam a servir a Igreja”, manifesta João Clemente, lembrando que, “neste momento, em Lisboa, há mais de 5000 jovens voluntários nas paróquias e nas vigararias para a Jornada”. “Esta é uma resposta de que os jovens estão na Igreja e querem estar na Igreja, querem continuar a servir a Igreja, querem preparar a Jornada Mundial da Juventude. Isso é o mais bonito”, assegura o responsável pelo COD de Lisboa.

 

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Durante toda a Vigília JMJ, foram muitos os jovens que aproveitaram para se confessar. “Graças a Deus, muitos padres disponibilizaram-se para confessar os nossos jovens”, salienta o responsável pelo COD de Lisboa, João Clemente.

 

Após a oração na igreja, houve “um chá quente para todos se poderem encontrar e reencontrar”, segundo desejava a organização. “Foi um momento de convívio que foi muito positivo”, garante o responsável diocesano pela Pastoral Juvenil.

 

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Pela JMJ

A Vigília JMJ foi organizada pelos Comités Organizadores Diocesanos (COD) de Lisboa, Santarém e Setúbal, para rezar pelos jovens, pela Jornada Mundial da Juventude, pelos seus frutos e pela sua preparação. Ao juntar as três dioceses de acolhimento no Mosteiro dos Jerónimos, o objetivo foi “criar comunhão entre os três COD e preparar na oração a chegada dos peregrinos que serão recebidos em Santarém, Lisboa e Setúbal”, explicou a organização, em comunicado. O local escolhido para este momento de oração, o Mosteiro dos Jerónimos, é “muito significativo para a JMJ Lisboa 2023”. “De 1 a 6 de agosto de 2023, ali perto, estará a Cidade da Alegria – a feira vocacional e o parque do perdão”, lembra a nota.


Vigília JMJ Lisboa 2023

texto por Diogo Paiva Brandão; fotos por Duarte de Mourão Nunes / COD de Lisboa
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