DOMINGO XXV COMUM Ano C
“Quem é fiel nas coisas pequenas
também é fiel nas grandes.”
Lc 16, 10
Que estamos no meio de uma crise económica ninguém duvida: basta olhar para os preços dos bens essenciais! Que tiramos poucas lições das adversidades naturais, como foi (e ainda é!) a pandemia da Covid 19, e da prepotência humana, como é (e se prolonga noutros lugares!) a guerra da Ucrânia, parece ser opção do egoísmo e da ganância de quem ganha com o mal dos outros! Nunca foi fácil a relação humana com os bens deste mundo. Pensar globalmente e agir localmente mostra-nos que pouco muda se cada um não quiser mudar: a fidelidade ao pouco, responsabiliza para o muito!
Relembro a história do sapateiro que encontrou enterrados sete potes cheios de moedas de ouro. Incapaz de saber o que fazer com tal riqueza, ainda que vivesse com a sua família muito pobremente, ficou intrigado com o sétimo pote que só tinha moedas pela metade. E esquecido do bem que podia fazer com tal riqueza inesperada, pôs-se a trabalhar loucamente para encher o sétimo pote. Tornou-se irascível, sempre azedo, sem tempo nem paciência para a mulher e os filhos. Salvou-o um amigo que lhe disse: “Esquece e enterra noutro lugar esses potes, pois estão amaldiçoados. Por mais que tentes nunca encherás o sétimo pote!”
Porque é que a riqueza cega? Conhecem alguém rico que não queira ser ainda mais? O que provoca essa insaciabilidade de “ter”, que se transforma em ganância e transforma o dinheiro e os bens materiais em fins, esquecendo que são meios? É talvez a ilusão de nos julgarmos donos. Ilusão que Anthony de Mello denunciava assim: “Não procures possuir coisas, porque as coisas não podem ser possuídas. Limita-te a certificar-te que elas não te possuam a ti e serás soberano da criação.” Quando percebemos a riqueza de ser administradores, alegra-nos colocar tudo ao serviço de muitos e não de poucos, ajudar a multiplicar para partilhar, orientar para o bem de todos o que não pode ser posse de ninguém.
A prontidão e inteligência com que o administrador decide despojar-se dos bens imediatos convida-nos a escolher o essencial. É preciso estabelecer as prioridades da vida e colocar as nossas forças em ser fiel ao mais importante. O que significa o dinheiro para nós e qual o lugar que lhe damos? Para que é que ele serve? Como investimos, e damos de graça, as energias, o tempo, os dons e qualidades que, no fundo, são as nossas riquezas? Se amamos a Deus, o que fazemos com o nosso dinheiro?
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