Continuando a refletir sobre o modo como a catequese é dirigida a todas as pessoas nas mais diversas situações, o Diretório para a Catequese menciona tanto diferentes idades como os contextos humanos. Apresenta as características da catequese das diversas etapas da vida: crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos. Quanto aos diferentes contextos humanos, destaca a catequese com as pessoas com deficiência, com migrantes e emigrantes e a catequese com as pessoas marginalizadas. Em todas estas circunstâncias se refere que o contributo específico da catequese para a evangelização passa pela «tentativa de entrar em relação com as vivências das pessoas, com os seus modos de viver e os processos de crescimento pessoais e comunitários» tendo em vista a «receção pessoal da fé» e a «interiorização da experiência da fé» (DC 396).
No que diz respeito à catequese com as crianças, o Diretório recomenda que se tenha em conta a multiplicidade de variáveis que preenchem o mundo das crianças: família, ambiente social e eclesial, experiência escolar, situações de precariedade económica e afetiva, de violência, etc. Particular atenção merece a condição de nativos digitais que caracteriza as crianças atuais. No entanto, crê-se que a criança é capaz de Deus e de pôr questões pertinentes relativas ao sentido da vida que muitas vezes os adultos ou não sabem ou não têm capacidade de responder.
Com as crianças da idade pré-escolar, o Diretório destaca a necessidade de fazer coincidir as primeiras formas de socialização com uma primeira evangelização e anúncio da fé de caráter educativo que pode acontecer na família, na comunidade cristã e em ambiente escolar.
A catequese com as crianças (6 aos 10 anos) tem em vista um primeiro encontro com Jesus Cristo, uma primeira iniciação à fé cristã em todas as suas dimensões, na qual se inclui um conhecimento orgânico da fé e a celebração dos sacramentos. O texto esclarece: «A necessidade de fazer do processo de iniciação cristã uma autêntica introdução experiencial à globalidade da vida de fé leva a olhar para o catecumenado como uma imprescindível fonte de inspiração. Torna-se muito oportuna uma iniciação cristã configurada segundo o modelo formativo do catecumenado, mas com critérios, conteúdos e metodologias adequados às crianças desta fase.» (DC 242)
Com os pré-adolescentes, período da vida em que a par dum «forte desenvolvimento da dimensão física e emocional, começa a tomar forma o processo lento e laborioso de personalização do indivíduo» (DC 246), a catequese deve «preocupar-se em semear nos seus corações os germes de uma visão de Deus» que poderá amadurecer graças a uma dinâmica querigmática. «O querigma falará especialmente do Senhor Jesus como irmão que ama, como amigo que ajuda a viver as relações da melhor maneira, não julga, é fiel, valoriza os recursos e os sonhos, realizando os desejos de beleza e de bem.» (DC 247)
Com os adolescentes (dos 14 aos 21 anos), o Diretório retoma algumas das intuições principais da pastoral com os jovens presentes no Sínodo sobre os jovens, a fé e o discernimento vocacional: a participação dos jovens na pastoral da Igreja, a primazia da dimensão vocacional na educação cristã e a necessidade de figuras adultas coerentes que os acompanhem. Dos educadores requer-se que caminhem com os jovens, os saibam escutar, promovam o seu protagonismo e responsabilidade e reconheçam aqueles que têm capacidade de liderança. (cf. DC 245) Importância fulcral nestas idades é reciprocidade entre os jovens e a vida em grupo.
A catequese com os jovens deve centrar-se em dois eixos principais: o aprofundamento do querigma centrado na experiência do encontro com Deus e o crescimento no amor fraterno e no serviço. «A dimensão vocacional da catequese juvenil requer que os percursos formativos sejam elaborados tendo por referência as experiências de vida.» (DC 253) Se a catequese com jovens se pode fazer de modo estruturado, ela também acontece em momentos ocasionais. Entre as formas ocasionais de catequese, o Diretório refere a experiência da Jornada Mundial da Juventude «que constitui uma ocasião para se dirigir a tantos jovens que, de outro modo, seriam inalcançáveis. É bom que, na preparação para a Jornada e durante a sua realização, os presbíteros e os catequistas desenvolvam percursos que permitam que se viva plenamente essa experiência de fé.» (DC 254)
Deixando por agora a secção sobre a catequese com adultos na qual se incluem os idosos, (DC 257-268), o Diretório menciona diversos interlocutores com os quais a catequese é chamada a interagir, começando pelas pessoas portadoras de deficiência (cf. 269-272). A comunidade cristã é chamada a viver uma cultura de inclusão, reconhecendo o lugar destas pessoas na Igreja, a sua educabilidade, a sua vontade de ser ativas e promovendo o seu protagonismo da evangelização.
Por fim, destaca-se a insistência, nos mais diversos contextos, às condições particulares dos migrantes e emigrantes, dos presos e das pessoas marginalizadas. A Igreja manifesta a sua solicitude pelas pessoas que vivem estas situações, acolhendo-as de forma incondicional, praticando a solidariedade para com elas, mas sem se demitir de lhes dirigir um anúncio da fé especificamente ligado às situações que vivem. (cf. DC 274)
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