A Diocese do Algarve foi a primeira diocese do país a receber a Cruz Peregrina e o Ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’, numa peregrinação que vai terminar em agosto de 2023 e que vai passar por todas as dioceses portuguesas. Durante 30 dias, entre 29 de outubro e 27 de novembro de 2021, os jovens algarvios sentiram a “grande responsabilidade” por serem os primeiros a receber os símbolos da JMJ e assumem mesmo que foi “um privilégio”. Para o delegado e coordenador do COD do Algarve, João Costa, “os símbolos foram a melhor desculpa” para os jovens “irem às periferias”, onde, “normalmente, não estão ou dificilmente entram”. O caminho começou em Vila Real de Santo António, quando os símbolos foram entregues pelos jovens espanhóis aos jovens portugueses, após uma travessia fluvial, através do Rio Guadiana. Ao longo de 1.270 km percorridos, os símbolos visitaram várias localidades, paróquias, três estabelecimentos prisionais, o hospital, várias instituições sociais e deixaram um desafio que ainda hoje permanece. Os símbolos “desafiam-nos a podermos ser também nós, jovens, símbolos de Cristo na nossa vida, no nosso quotidiano, tal como estes símbolos foram nas periferias da nossa cidade”, resume este jovem da paróquia da Sé, em Faro.
Para João Costa, a passagem dos símbolos na sua diocese teve dois momentos marcantes: a chegada, via fluvial, e a subida da ladeira no Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana), em Loulé, onde se assinalou o encerramento da peregrinação, num momento que reuniu jovens de toda a diocese, antes da passagem dos símbolos para a Diocese de Beja.
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Testemunho do Bispo do Algarve
A diocese do Algarve foi a primeira diocese portuguesa a acolher os símbolos da Jornada Mundial da Juventude, rumo a Lisboa 2023. Já vai longe o entardecer do dia 29 de outubro de 2021, data escolhida para dar início a esta extraordinária peregrinação. Todavia, o acolhimento dos símbolos em Vila Real de Santo António continua presente na memória e no coração dos jovens algarvios.
Tudo começou com a participação de alguns jovens portugueses na Eucaristia de “despedida” em Aiamonte, presidida pelo Bispo de Huelva, D. Santiago, e concelebrada pelo bispo do Algarve e D. Américo Aguiar e muito clero local. O rio Guadiana foi testemunha deste abraço afetuoso da Cruz que, entre cânticos festivos bilingues, uniu as duas margens, unindo simbolicamente não só duas dioceses e dois países, mas todos os povos da terra irmanados pela redenção da Cristo e anunciando a todos, desde já, a grande família constituída por jovens de todo o mundo que, em agosto de 2023, acolherá em Lisboa o Papa Francisco.
Destaco, neste acolhimento, o envolvimento das autoridades civis e da população local, que quiseram unir-se a um grupo numeroso de jovens, oriundos de todas as Vigararias da Diocese, numa sessão de “boas-vindas” que teve lugar na Praça Marquês de Pombal, “ex-libris” desta cidade”. Seguiu-se uma vigília de oração, na Igreja Paroquial, mais direcionada para os jovens, preparada e orientada pelos responsáveis da pastoral juvenil diocesana e presidida por D. Américo Aguiar. A escuta/partilha da Palavra e a Adoração Eucarística visavam ajudar os jovens a passar do acolhimento dos símbolos da JMJ, ao acolhimento da pessoa de Cristo, apoiados e guiados por Maria, de modo a cada um assumir esta “peregrinação dos símbolos”, como uma peregrinação pessoal espiritual rumo a Cristo.
Aliás foi este tom que se tornou a “marca” desta peregrinação diocesana: vemos, acolhemos, veneramos os Símbolos, mas é Cristo vivo e ressuscitado que somos chamados a acolher e a seguir. Foi contagiante o ambiente que se foi criando nos diferentes lugares, paróquias, comunidades que tiveram a oportunidade de se deter no acolhimento e na veneração dos símbolos… particularmente os jovens, muitos deles a respirarem já o ambiente que esperam vivenciar na JMJ em Lisboa 23.
Nesta peregrinação diocesana destaco a importância da passagem dos Símbolos por ambientes não celebrativos: os três estabelecimentos prisionais do Algarve, alguns hospitais e escolas, a Universidade, o Mercado Municipal de Faro, ruas e praças citadinas…
Os responsáveis da pastoral juvenil diocesana, juntamente como o COD, a que eu igualmente me associei, sentíamo-nos privilegiados por podermos celebrar a Jornada diocesana da juventude com a presença dos símbolos. Houve, por isso mesmo, grande empenho na organização desse fim de semana (19-21 novembro) e uma correspondência expressiva dos jovens com algumas centenas de inscrições. Todavia, o recrudescimento dos contágios pela Covid-19 nesses dias, levou-nos a suspender a sua realização, em diálogo com as autoridades sanitárias e autárquicas locais, já que os jovens eram provenientes de escolas de todo o Algarve, assim como de algumas universidades doutras regiões do país.
O bom senso, o sentido de responsabilidade cívica e de respeito mútuo, inclusive, pela população maioritariamente envelhecida de Monchique, motivaram esta decisão de suspender a realização desta nossa Jornada diocesana de Juventude e adiá-la para outra oportunidade. Isto não significou esmorecimento ou desânimo no apoio e na participação geral à passagem dos símbolos na última semana de novembro. Disso foi testemunha a numerosa presença de jovens, que encheu o Santuário de Nossa Senhora da Piedade (Mãe Soberana) em Loulé na celebração de encerramento desta peregrinação, presidida por D. Américo Aguiar e com a presença de numerosos CODs que, neste dia, participaram num encontro para o qual tinham sido convocados.
Apraz-me assinalar a dedicação e o esforço abnegado dos responsáveis diocesanos da pastoral juvenil (grupo de jovens) e dos assistentes espirituais, em organizar esta “peregrinação”, certo de que Cristo fez uma grande sementeira no coração de todos os algarvios, particularmente no dos jovens, com a certeza de que há-de frutificar na sua vida, ou melhor, que já está a dar frutos na sua vida, tal foi a adesão e o entusiasmo por eles revelado, entusiasmo que há muito eu não via na nossa Diocese.
Os Símbolos passaram, mas, estou certo, Cristo e Maria continuam presentes no coração e na vida de todos nós.
Manuel Quintas, Bispo do Algarve
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Números da peregrinação dos símbolos da JMJ na Diocese do Algarve:
1.270 km percorridos
27 localidades
32 paróquias e comunidades paroquiais
4 escolas
3 estabelecimentos prisionais (Olhão, Faro e Silves)
5 instituições sociais
Os símbolos passaram ainda pela Universidade de Faro, Mercado Municipal de Faro, Destacamento Territorial da GNR de Silves e Hospital de Faro.
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