Está a chegar o Natal e muitos podem querer fazer deste tempo, apenas, uma oportunidade de festa, encontro de amigos, de famílias que se encontram, partilham uma refeição, trocam prendas... Outros servem-se do Natal para praticar os seus gestos anuais de solidariedade, por vezes até, mostrando-os ao mundo como autopromoção e, assim, ficarem de consciência descansada.
Mas o Natal, onde encontramos tudo isso, é a celebração de uma data que deixou uma marca no mundo, há mais de dois mil anos atrás: o nascimento de Jesus Cristo, filho de Deus, o Salvador. É isto o Natal e não se pode mascarar o seu verdadeiro sentido com outros símbolos ou significados.
Celebrar o Natal é celebrar o nascimento de uma criança, num lugar simples, pobre, como a manjedoura que servia o alimento aos animais. A manjedoura, recordou Bento XVI, hoje Papa emérito, na sua publicação ‘A infância de Jesus’, tornou-se o lugar onde se encontra Aquele que se faz alimento para nós, o Pão da Vida, o verdadeiro alimento de que necessitamos, que é Jesus Cristo. Ele vem para nos ensinar, com a própria vida, o que é o Amor gratuito, capaz de perdoar sempre e dar a vida por cada um de nós.
A verdadeira celebração do Natal acontece, por isso, se eu deixar que no meu coração possa, também, nascer Jesus, criando espaço para O acolher e ser capaz de amar sem limites.
Numa vinheta de banda desenhada que circula por estes dias na internet, alguém se encanta com as cores do Natal, as luzes, o ambiente, mas quando lhe perguntam se já fez as pazes com a sua irmã, responde: ‘Não, porquê?’ Para vivermos o Natal precisamos deixar-nos envolver por Ele. Não pelo ambiente comercial e visual exterior, mas pela verdade e o amor que devem reinar no nosso coração. Há uns dias ouvia-se dizer, a propósito da pandemia e das restrições sanitárias, que era preciso salvar o Natal. Tenhamos a noção de que, não somos nós quem salvamos o Natal, mas é o Natal que nos salva.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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