Escrevo este texto em Cracóvia, na Polónia, durante a peregrinação que acompanho com a paróquia que me está confiada, Nossa Senhora do Amparo de Benfica, percorrendo os passos de São João Paulo II. É, para mim, uma graça grande poder percorrer estes caminhos, tornando presente uma figura que marcou a Igreja, e também a mim e aos da minha geração.
Eu era criança quando o Papa polaco esteve pela primeira vez em Portugal, e por isso a minha memória desse momento é muito vaga. Mas, na minha juventude, durante o pontificado de João Paulo II, pude estar próximo, com uma grande assembleia de jovens da Diocese de Lisboa, em 1995, em Castelgandolfo, um dos seus lugares de descanso em tempo de férias. Recordo, desse momento, as suas palavras: “Eu conto convosco. Não tenhais medo!”. Foram palavras que tocaram e transformaram. Palavras ditas nessa altura e palavras escritas em muitos textos que fui lendo ao longo do tempo.
No ano 2000, ano jubilar, participei em diversas celebrações presididas por João Paulo II, em Roma, bem como em outros momentos festivos desse ano tão especial, como, por exemplo, a Jornada Mundial da Juventude, onde participaram mais de dois milhões de jovens. Recordo aquela noite de vigília, em Tor Vergata, onde cantávamos a bela melodia de Marco Frisina, ‘Jesus Christ, You are my life’, e o Santo Padre, envolvido por toda aquela multidão, agitava os seus braços como que embalado pela música e pelos jovens que o rodeavam. Esta era uma certeza que nos era recordada e que afirmávamos: Jesus Cristo é a nossa vida!
Mais tarde, após a sua morte em 2005, estive em Roma, como jornalista, na celebração de beatificação, em 2011, e recordo a presença com um grupo que levámos, com o nosso jornal, também à celebração de canonização, três anos depois.
Foram momentos que marcaram, acompanhando passos que marcam, de uma vida tocada por Deus. Talvez, por isso, a oportunidade de fazer este caminho nos Passos de São João Paulo II tenha um sabor tão especial. Estar nos lugares significativos da vida deste santo; celebrar onde celebrou; pisar os mesmos lugares por ele pisados, também no que era o tempo do seu descanso, faz surgir um sentimento de alegria, mas sobretudo de gratidão pela oportunidade de poder colher de tão belo testemunho de vida, marcado pela santidade.
Neste testemunho, e por estes dias aqui vividos, percebe-se, também, que para contemplar Deus é preciso estar dentro da sua criação. Se ficarmos do lado de fora, apenas observamos o que acontece à nossa volta; mas se estivermos dentro, como quem navega num rio no meio da montanha, sentimo-nos envolvidos pela beleza de Deus, e deixamo-nos levar pela corrente da água que nos leva a contemplar o verdadeiro Amor.
Editorial, pelo P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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