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Roma
“Ter a coragem de recusar tudo o que nos leva para fora do caminho”
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No dia em que começou o retiro de Quaresma, o Papa Francisco apontou a “oração” como ‘arma’ para vencer o “Maligno”. Na semana em que se soube que “Paulo VI será santo este ano”, Francisco publicou um novo documento sobre a renúncia dos Bispos e Cardeais e o Vaticano anunciou que o Papa vai reunir-se com jovens de todo o mundo.

1. O Papa Francisco iniciou, no passado Domingo, o retiro de Quaresma que, este ano, tem a orientação do padre e poeta português José Tolentino Mendonça. Até esta sexta-feira, 23 de fevereiro, na Casa do Divino Mestre, em Ariccia, nos arredores de Roma, o Papa e outros colaboradores mais diretos da Cúria Romana vão meditar sobre o tema ‘Elogio da sede’. “Somos criaturas de desejo, não temos apenas necessidades; temos de ir além e escutar a voz profunda do desejo, do desejo humano que é um vestígio de Deus no nosso coração”, disse ao portal de notícias do Vaticano o padre Tolentino Mendonça. “Deus não é apenas um enigma, uma invisibilidade: em Jesus, Ele fez-se próximo de nós. Portanto, nos exercícios espirituais, penso que a coisa mais importante é ficar abertos diante desta proximidade”, acrescentou o sacerdote português que disse ter-se inspirado na poesia de Emily Dickinson, Fernando Pessoa, Clarice Lispector, Antoine de Saint-Exupéry e no italiano Tonino Guerra. Os temas escolhidos pelo sacerdote português para as reflexões diárias são: “a ciência da sede”, “percebi que estava sedento”, “esta sede de nada”, “a sede de Jesus”, “as lágrimas contam uma sede”, “beber da própria sede”, “as formas do desejo”, “ouvir a sede das periferias”, e “a bem-aventurança da sede”.

 

2. No primeiro Domingo da Quaresma, o Papa Francisco dirigiu-se aos presos de todo o mundo, deixando-lhes uma mensagem de esperança e transformação. “Quero dirigir uma saudação particular às pessoas detidas: caros irmãos e irmãs que estão na prisão, encorajo cada um de vós a viver o período quaresmal como ocasião de reconciliação e renovação da própria vida, sob o olhar misericordioso do Senhor”, disse, após a recitação da oração do ângelus. Na Praça de São Pedro, Francisco refletiu sobre os temas das “tentações, da conversão e da Boa Notícia”. “Somos chamados a enfrentar o Maligno através da oração, para sermos capazes, com a ajuda de Deus, de o vencermos na nossa vida diária”, aconselhou aos peregrinos, sublinhando que “o mal” está em redor de todas as pessoas, com manifestações de violência, guerras, injustiça e recusa do outro. “É preciso ter a coragem de recusar tudo o que nos leva para fora do caminho, os falsos valores que nos enganam, atraindo o nosso egoísmo de forma subtil”, advertiu. No dia em que também iniciou o seu retiro de Quaresma, o Papa disse que este tempo de preparação para a Páscoa é um tempo de penitência, mas “não triste”.

 

3. A Sala de Imprensa da Santa Sé divulgou, no dia 17 de fevereiro, uma intervenção de Francisco ao clero da Diocese de Roma, onde se lia que “Paulo VI será santo este ano”. Paulo VI, o pontífice que liderou a Igreja Católica entre 1963 e 1978, período em que encerrou o Concílio Vaticano II, foi beatificado pelo Papa Francisco a 19 de outubro de 2014. O futuro santo Paulo VI foi o primeiro Papa a fazer viagens internacionais, entre as quais uma visita a Fátima, a 13 de maio de 1967. A biografia divulgada pelo Vaticano aquando da beatificação referia que Paulo VI “sofreu muito por causa das crises que afetaram repetidamente o corpo da Igreja”, durante a sua vida, tendo respondido com “uma corajosa transmissão da fé, garantindo a solidez doutrinal num período de mudanças ideológicas”. A 21 de junho de 1963, foi eleito Papa, escolhendo o nome de Paulo VI, e concluiu os trabalhos do Concílio “entre várias dificuldades, estimulando a abertura da Igreja ao mundo e o respeito pela tradição”. O futuro santo escreveu sete encíclicas, entre as quais a ‘Humanae vitae’ (1968), sobre a regulação da natalidade, e a ‘Populorum progressio’ (1967), sobre o desenvolvimento dos povos, tendo instituído o Sínodo dos Bispos e o Dia Mundial da Paz.

 

4. Os jovens de todo o mundo vão poder participar nos trabalhos da reunião pré-sinodal do Sínodo dos Bispos, de 19 a 24 de março. A Santa Sé informou, no passado dia 16 de fevereiro, que os jovens vão poder enviar o resultado da reflexão a um dos grupos linguísticos, através das páginas www.synod2018.va ou https://www.facebook.com/synod2018. A reunião pré-sinodal decorre de 19 a 24 de março, no Vaticano, com cerca de 300 jovens participantes - crentes e não crentes -, oriundos de todo o mundo, que irão colocar questões a Francisco. O secretário do Sínodo, Cardeal Lorenzo Baldisseri sublinhou que a reunião preparatória de março quer permitir que os jovens sejam “atores e protagonistas” na preparação do próximo Sínodo. “Entre os jovens a ouvir, estarão em particular os que vêm de situações difíceis e das ‘periferias existenciais’, jovens que muitas vezes não têm possibilidade de se fazer ouvir para dar a conhecer as suas situações e as suas expectativas. Haverá ainda jovens não-católicos, não-cristãos e não-crentes, para que a escuta dos jovens se realize, o mais possível, em 360 graus”, explicou o Cardeal. O Sínodos dos Bispos vai realizar-se de 3 a 28 de outubro e tem como tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”.

 

5. “Aprender a despedir-se” é o título de um novo documento assinado pelo Papa Francisco, denominado “Motu proprio”, sobre a renúncia por limite de idade dos Bispos e Cardeais ao serviço da Santa Sé. O texto cancela o automatismo da resignação aos 75 anos, até agora em vigor, para os membros da Cúria romana e núncios apostólicos. O novo documento prevê agora que todos os pastores – independentemente do cargo que ocupam – devem apresentar a sua renúncia por escrito, quando completam os 75 anos de idade (tal como já o fazem os bispos diocesanos), mas o Santo Padre “poderá prolongar o seu serviço, se considerar oportuno”. Entre as razões desta decisão está o aumento generalizado “da qualidade de vida” e “a delicadeza de algumas situações” pastorais e diplomáticas. Esta decisão implica “a virtude da prudência” e um “adequado discernimento”, tal como refere o documento que foi divulgado no dia 15 de fevereiro.

Aura Miguel, jornalista da Renascença, à conversa com Filipe Teixeira
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