Sob o tema ‘Alimentar o planeta, energia para a vida’, está a decorrer na cidade de Milão, em Itália, a exposição universal ‘Expo Milão 2015’. Uma iniciativa que, segundo a organização, serve de ocasião para o mundo “refletir e debruçar-se sobre as diversas tentativas para encontrar soluções para as contradições do nosso mundo”. “Se por um lado há ainda quem sofra com a fome, por outro lado há quem morra por distúrbios de saúde ligados a uma alimentação incorreta e exagerada”. São os contrastes existentes neste mundo que por vezes nos parece tão desequilibrado.
Desafiado, fui conhecer esta exposição. A última memória que tinha de algo do género remonta ao ano 1998, na cidade de Lisboa. Desse evento (Expo 98), recordo muito bem as longas e demoradas filas para entrar em diversos pavilhões de exposição. Em Milão foi como se estivesse a reviver esses momentos. O objetivo era tão simples: conhecer o pavilhão de um determinado país, perceber como me queriam transmitir a mensagem do cuidado pela alimentação, do valor do alimento, mostrando os diversos tipos de produção e a tecnologia utilizada no cultivo, no fabrico, na conservação, etc. Porque o alimento é necessário e sem ele não podemos viver!
Recorrendo a maior ou menor capacidade tecnológica e ‘multimedial’, por estes pavilhões fui encontrando sensibilidades diferentes, atenções específicas a públicos determinados, estratégias de marketing para cativar, com maior ou menor capacidade de um bom acolhimento, embora esse sempre estivesse presente. O ideal seria que esse acolhimento existisse sempre, em todos os lugares e em todos os momentos. As filas que encontrei e onde cheguei a estar não se verificavam em fronteiras europeias na busca de uma nova vida, com alimento, com seguranças, com dignidade, mas para ver como nos mostram na Europa e fora dela a vida ideal.
O Estado do Vaticano (Santa Sé), presente nesta exposição, aponta para uma outra dimensão do alimento. ‘Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’. Este é o mote a partir do qual foi concebido o pavilhão da Santa Sé, que procura concentrar a atenção dos visitantes sobre a “forte relevância simbólica do gesto de alimentar e das potencialidades de desenvolvimento antropológico” que esse mesmo gesto requer. O alimento não é apenas para alimentar o corpo mas torna-se meio de encontro, de convívio, de comunhão, de crescimento. Porém, nem todos têm acesso a essa possibilidade e, neste pavilhão, vemos como pela mão da Igreja o alimento chega onde poderia ser impossível.
A mesa é esse lugar de alimento. Mas é lugar também de encontro, de trabalho, de repouso, de oração. A mesa pode ser lugar de decisões, de discussão, de responsabilidade. A mesa é o lugar da Eucaristia onde toda a vida está presente e, por isso mesmo, quando na mesa celebramos, a vida toda está lá.
P. Nuno Rosário Fernandes, diretor
p.nunorfernandes@patriarcado-lisboa.pt
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