O Papa Francisco condenou o machismo e lembrou as famílias em dificuldades. Na semana em que foi confirmada oficialmente a visita do Papa a Cuba, Francisco lembrou os cristãos mortos e perseguidos, lamentou uma nova tragédia com imigrantes no Mediterrâneo e condenou o antissemitismo na Europa.
1. O Papa Francisco reforçou a sua preocupação com a necessidade de respeitar e promover o papel das mulheres, na Igreja e na sociedade, alertando para as manifestações de machismo e de discriminação que as afetam. “Pensemos nas múltiplas formas de machismo em que a mulher era considerada como de segunda classe. Pensemos na instrumentalização e mercantilização do corpo feminino na atual cultura mediática”, referiu, na audiência-geral da passada quarta-feira, dia 22 de abril, na Praça de São Pedro.
Perante milhares de pessoas, Francisco falou numa “recente epidemia de suspeita, de ceticismo e mesmo de hostilidade” na cultura atual, em relação a “uma aliança entre homem e mulher que seja capaz, ao mesmo tempo, de refinar a intimidade da comunhão e proteger a dignidade da diferença". O Papa sublinhou ainda que a mulher não é uma “réplica” do homem e que a imagem da criação, relatada pelo livro do Génesis, o primeiro da Bíblia, não implica “inferioridade ou subordinação”. “Pelo contrário, homem e mulher são da mesma substância e são complementares, têm esta reciprocidade”, terminou.
O Papa recordou por várias vezes as famílias em dificuldades, inclusive na saudação aos peregrinos de língua portuguesa: “Rezai por todas as famílias, especialmente aquelas que passam por dificuldades, na certeza de que as famílias são um dom de Deus e o fundamento da vida social”.
Nas saudações em língua italiana, o Papa Francisco recordou que naquele dia se celebrava o Dia da Terra e exortou os fiéis a cuidarem da criação e a conservarem a harmonia divina entre as criaturas e a criação. “Hoje celebra-se o Dia da Terra. Exorto todos a verem o mundo com os olhos de Deus Criador: a terra é o ambiente a guardar e o jardim para cultivar. A relação dos homens com a natureza não seja guiada pela avidez, de manipular e de explorar, mas conserve a harmonia divina entre as criaturas e a criação, na lógica do respeito e do cuidado, para coloca-la ao serviço dos irmãos, mesmo das gerações futuras”, pediu.
2. O Papa vai visitar Cuba, durante pelo menos um dia, em setembro deste ano, confirmou oficialmente o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi. Francisco vai aproveitar a sua viagem aos Estados Unidos para visitar também aquela ilha. Soube-se recentemente que o Vaticano, e o Papa em particular, foram fundamentais no acordo histórico para restabelecimento de relações entre Cuba e os EUA. Francisco vai-se tornar no terceiro Papa a visitar Cuba, depois de João Paulo II e Bento XVI. Na altura, a visita de João Paulo II foi considerada importante para iniciar mudanças políticas em Cuba e depois da visita de Bento XVI o regime comunista passou a permitir maior liberdade religiosa para os seus cidadãos.
A passagem por Cuba deve acontecer antes de o Papa seguir para os Estados Unidos, onde estará entre 22 e 27 de setembro. Além do Encontro Mundial de Famílias, Francisco tem também encontro marcado com o presidente norte-americano, Barack Obama.
3. Muitos cristãos continuam a morrer e a dar a sua vida pelo simples facto de serem cristãos, recordou esta terça-feira de manhã, dia 21, o Papa Francisco. Na homilia da Missa que celebrou na Casa Santa Marta, no Vaticano, Francisco considerou que a Igreja de hoje é uma Igreja de mártires. O Papa deu vários exemplos recentes desta realidade: "Pensamos nos nossos irmãos degolados na praia da Líbia; pensamos naquele rapazinho [no Paquistão] queimado vivo pelos colegas porque era cristão; pensamos nos imigrantes que, em alto mar, foram lançados para a água pelos outros, por serem cristãos; pensamos naqueles etíopes assassinados por serem cristãos e em tantos outros que não sabemos, que sofrem nas prisões por serem cristãos. Hoje a Igreja é uma Igreja de mártires: eles sofrem e dão a vida e nós recebemos a bênção de Deus com o seu testemunho", referiu.
Entretanto, numa mensagem de condolências endereçada ao Patriarca da Igreja Ortodoxa da Etiópia, Abuna Matthias, o Papa mostrou-se chocado com a execução de 30 cristãos etíopes às mãos do autodenominado Estado Islâmico. Francisco manifesta profunda tristeza e preocupação com a “violência chocante perpetrada contra cristãos inocentes na Líbia”. “O sangue dos nossos irmãos e irmãs cristãos é um testemunho que grita para ser ouvido por todos os que ainda conseguem distinguir entre o bem e o mal. Este grito tem de ser ouvido por aqueles que têm o destino dos povos nas mãos”, escreveu Francisco.
4. O Papa apelou, no passado Domingo, à intervenção da comunidade internacional depois de mais um naufrágio no Mediterrâneo, com cerca de 800 imigrantes que viajavam com destino a Itália. “Dirijo um sentido apelo para que a comunidade internacional atue com decisão e rapidez, a fim de evitar que tais tragédias se venham a repetir”, declarou, perante milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a oração do Regina Coeli.
Falando sobre a embarcação cheia de migrantes que tinha naufragado nessa última noite, a cerca de 60 milhas da costa líbia, o Papa manifestou a sua “mais sentida dor” perante “tal tragédia”. “São homens e mulheres como nós, irmãos que procuram uma vida melhor, famintos, perseguidos, feridos, explorados, vítimas de guerras. Procuram uma vida melhor, procuravam a felicidade”, recordou, assegurando a sua “oração pelos desaparecidos e pelas suas famílias”.
5. O antissemitismo na Europa foi condenado, na segunda-feira, dia 20, pelo Papa Francisco. “As tendências antissemitas e certos atos de ódio e de violência são preocupantes na Europa. Os cristãos não podem deixar de ser firmes na condenação de qualquer forma de antissemitismo”, afirmou o Papa, durante uma audiência com os responsáveis da Confederação dos Rabinos Europeus (CRE), uma estreia desde a fundação desta organização, em 1956. “Judeus e cristãos têm a responsabilidade de contribuir para manter vivo o sentido religioso dos homens e da nossa sociedade, testemunhando a santidade da vida humana”, referiu.
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