25.05.2014
Papa |
A uma janela de Roma
“Peço-vos que rezem por esta viagem”
O Papa Francisco pediu orações pela sua viagem à Terra Santa, onde vai estar entre 24 e 26 de maio. Na semana em que enviou uma mensagem pelos 50 anos do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, o Papa inaugurou trabalhos da assembleia geral da Conferência Episcopal Italiana e falou de invejas e ciúmes. Campanha do Vaticano alerta para o tráfico de pessoas durante o Mundial de futebol.
1. “Peço-vos que rezem por esta viagem”, pediu o Papa, na sua intervenção final na audiência-geral de quarta-feira, 21 de maio, a propósito da viagem que realiza por estes dias, entre 24 e 26 de maio, à Terra Santa. Esta “viagem à terra de Jesus”, sublinhou o Papa, será uma peregrinação “estritamente religiosa”, com dois objetivos: assinalar os 50 anos do encontro de Paulo VI com o então Patriarca Atenágoras, de Constantinopla, e rezar pela paz “naquela terra que sofre tanto”. Durante os três dias de visita, com início na Jordânia e etapas na Palestina e Jerusalém, Francisco decidiu dispensar os veículos à prova de bala e insistiu em usar um carro normal para poder estar o mais perto possível das pessoas, anunciou o Vaticano.
Ainda nesta audiência-geral, prosseguindo o ciclo de catequeses que tem vindo a desenvolver sobre os dons do Espírito Santo, Francisco falou do “dom da ciência”, sublinhando a beleza do mundo criado, que há que respeitar e defender, sem violentar. “O dom da ciência coloca-nos em profunda sintonia com o Criador e faz-nos participar na limpidez do seu olhar e do seu juízo”, referiu, na Praça de São Pedro, no Vaticano, convidando todos os seres humanos a conservarem a Criação.
Durante as saudações em língua italiana, o Papa lançou um apelo às populações da Bósnia e da Sérvia, vítimas de grandes inundações: “O meu pensamento vai ainda para as populações da Bósnia-Herzegovina e Sérvia, duramente atingidas por inundações, com perdas de vidas humanas, numerosos desalojados e profundos danos. Infelizmente a situação agravou-se, por isso convido-vos a unirem-se à minha oração pelas vítimas e por todas as pessoas que sofrem esta calamidade. Não falte a estes nossos irmãos a nossa solidariedade e a ajuda concreta da comunidade internacional”. O Santo Padre referiu-se, também, aos católicos na China: “A 24 de maio ocorre a memória litúrgica de Virgem Maria Ajuda dos Cristãos, venerada com muita devoção no santuário de Seshan, em Shangai. Peço a todos os fiéis de rezarem para que, sob a proteção de Maria Auxiliadora, os católicos na China continuem a acreditar, a esperar e a amar, e sejam, em cada circunstância, fermento de harmoniosa convivência entre os seus concidadãos”.
2. O Papa considera que o diálogo inter-religioso não implica “relativizar a fé cristã”, Numa mensagem por ocasião dos 50 anos do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, enviada ao presidente deste dicastério, cardeal Jean-Louis Tauran, Francisco sublinhou que a Igreja estará cada vez mais empenhada no diálogo com todos os que pertencem a diferentes tradições religiosas. O texto recorda que este conselho pontifício nasceu durante o Concílio Vaticano II, por vontade de Paulo VI. Nessa ocasião, "caracterizada por uma grande abertura", a Igreja "sentia-se animada por um sincero desejo de encontro e de diálogo com toda a humanidade". Aliás, continua o Papa, "o diálogo só é possível a partir da própria identidade". Como foi mostrado por São João Paulo II, reitera o Papa Francisco, “diálogo e anúncio não se excluem mutuamente, mas têm uma íntima ligação, embora se tenha que manter distintos e não devem ser nem confusos nem instrumentalizados ou considerados equivalentes ou intercambiáveis". “Como Cristo a caminho de Emaús”, prosseguiu, “a Igreja deseja fazer-se próxima e companheira de viagem de cada homem”.
3. O Papa quer bispos atentos às famílias e aos desempregados. “Entre os lugares em que a vossa presença me parece particularmente necessária e significativa – e a respeito da qual um excesso de prudência seria uma condenação à irrelevância – é a família”, declarou, na abertura da 66ª assembleia da Conferência Episcopal Italiana (CEI), no Vaticano. Francisco sustentou que os responsáveis católicos devem propor à sociedade atual a “centralidade e beleza” da família. “Hoje a comunidade doméstica é fortemente penalizada por uma cultura que privilegia os direitos individuais e transmite a lógica do provisório”, advertiu. Neste contexto, o Papa pediu ainda uma atenção particular “sobre quem está ferido nos afetos e vê ficar comprometido o seu próprio projeto de vida”.
4. O Papa Francisco deixou, no Domingo, 18 de maio, um avisou sobre o mal que a inveja provoca no diálogo da paz e na harmonia. “Confrontando-nos, discutindo e rezando, assim se resolvem os conflitos na Igreja”, avisou. Mas “a maledicência, as invejas e os ciúmes nunca nos poderão levar à concórdia, à harmonia ou à paz”, acrescentou perante milhares de peregrinos na Praça de São Pedro, no Vaticano.
5. O campeonato do mundo de futebol no Brasil pode ser aproveitado por redes de tráfico de seres humanos. O alerta à opinião pública foi lançado, esta terça-feira, pelo Vaticano. A denúncia parte da Rede Internacional da Vida Consagrada Contra o Tráfico de Pessoas, uma organização que envolve mais de 800 freiras e religiosos espalhados por 79 países e cuja presidente é a irmã Carmen Sammut. “A opinião pública precisa de ser alertada. Precisamos que as pessoas tomem consciência do que acontece à volta de um grande evento mundial como é o Campeonato Mundial da FIFA e o sofrimento dos que são traficados. Sem este esclarecimento, se não agirmos em conjunto a favor da dignidade humana, a fase final do Campeonato do Mundo, pode transformar-se numa terrível vergonha, em vez de uma festa para a humanidade”, alerta.
‘Joga pela vida, denuncia o tráfico’ é o lema da campanha pensada para o Mundial no Brasil e que foi incentivada pelo Papa Francisco, explica o prefeito da Congregação para os Religiosos, cardeal Brás de Aviz. “Unamos as nossas forças para salvar os mais vulneráveis desta escravatura do tráfico porque ninguém pode ser excluído da alegria que o Senhor dá. Esta é a motivação mais profunda da campanha que hoje oficialmente começamos”, disse.
A campanha conta também com o apoio dos Estados Unidos que, nesta conferência de imprensa, agradeceu a ação de todas as religiosas que, um pouco por todo o mundo, acompanham no terreno as vítimas de tráfico.
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