No primeiro Angelus após a notícia da resignação, Bento XVI agradeceu as orações e manifestações de afeto. O Papa esta semana está de retiro, mas antes encontrou-se com o clero de Roma. O Conclave para eleger o novo sucessor de Pedro continua em preparação.
1. Milhares de pessoas reuniram-se no passado Domingo de manhã, na Praça de São Pedro, no Vaticano, para o penúltimo Angelus do Papa. Bento XVI, que vai resignar no próximo dia 28, pediu aos peregrinos para que rezem por ele e pelo futuro Papa. “Agradeço a todos a vossa oração e afeto por estes dias. Peço-vos que continueis a rezar por mim e pelo próximo Papa, bem como pelos exercícios espirituais a que darei início esta tarde com os membros da Cúria Romana. Cheios de fé e de esperança encomendemos a Igreja à maternal proteção de Maria Santíssima. Muito obrigado”, disse Bento XVI.
Naquela que foi a penúltima oração do Angelus antes da resignação, o Papa lembrou que sendo este o Ano da Fé, a Quaresma é o tempo certo para redescobrir a fé em Deus. “Entrámos na Quaresma, tempo de conversão e de penitência para preparar a Páscoa”, lembrou, convidando à renovação: “A Igreja, mãe e mestre, apela a todos os seus membros a renovarem-se no Espírito, a reorientarem-se na direção de Deus, renegando o orgulho e o egoísmo para viverem no Amor”, sublinhou ainda o Santo Padre.
Para Bento XVI, “neste Ano da Fé, a Quaresma é a melhor altura para redescobrir a fé em Deus como critério base da nossa vida e da vida da Igreja”.
2. Bento XVI iniciou o habitual retiro de uma semana para exercícios espirituais durante a Quaresma. Mas este ano há uma novidade: as suas meditações vão estar disponíveis em podcast, ou seja, em ficheiro áudio ou multimédia que pode ser descarregado da internet. “A Rádio Vaticano contactou com o cardeal Ravasi e o Conselho Pontifício da Cultura, para pôr em podcast todas as suas meditações. Por isso, quem quiser, poderá ouvir tudo tranquilamente”, explica o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi.
É habitual o Papa retirar-se uma semana para fazer exercícios espirituais durante a Quaresma. Este ano, o pregador convidado é o cardeal Gianfranco Ravasi. “Durante os exercícios espirituais, pregados pelo Cardeal Ravasi, o Papa não terá atividade pública, nem outros compromissos. Vai dedicar-se à oração, aos exercícios espirituais, em comunhão com os seus colaboradores, com a Cúria Romana”, acrescentou o padre Lombardi.
O retiro termina este sábado, dia 23, com umas palavras de Bento XVI.
3. O Papa encontrou-se com os padres da Diocese de Roma, prometendo manter-se próximo de todos. “Estou muito grato pela vossa oração, como disse ontem senti quase fisicamente. Ainda que me retire agora em oração, estarei sempre próximo de todos vós e tenho a certeza que também vós vos mantereis perto de mim, mesmo que aos olhos do mundo eu permaneça oculto”, afirmou Bento XVI, que falou de improviso durante 45 minutos.
Na sua intervenção, o Papa falou também sobre o Concílio Vaticano II, no qual participou como perito, voltando a defender que os textos conciliares só podem ser lidos à luz da tradição da Igreja e nunca de um ponto de vista de rutura. “A autêntica força do Concílio estava presente e a pouco e pouco vai-se realizando, torna-se a verdadeira força da renovação da Igreja”, disse Bento XVI.
4. O Papa pode alterar as regras que regem o Conclave, anunciou o Vaticano nesta quarta-feira. Bento XVI está a estudar a possibilidade de fazer alterações em duas leis estabelecidas pelo seu antecessor, João Paulo II.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, disse que Bento XVI estava a considerar fazer mudanças que iriam "harmonizar" dois documentos aprovados pelo seu antecessor: um rege o período enquanto o papado está vago, conhecido como Sé Vacante, o outro é mais específico sobre o funcionamento do Conclave depois do seu início.
Recorde-se que a Constituição Apostólica ‘Universi Dominici Gregis’, de 1996, estipula que um Conclave deve começar entre 15 e 20 dias após o papado ficar vago, o que significa que não pode começar até 15 de março sob as regras atuais. Alguns cardeais acreditam que o Conclave deve começar mais cedo, a fim de reduzir o tempo em que a Igreja Católica fica sem Papa.
Entretanto, foi também anunciado que o séquito que acompanha mais de perto o Papa vai continuar ao seu lado depois da resignação, a 28 de fevereiro. Atualmente vivem junto de Bento XVI o seu secretário pessoal, monsenhor Georg Ganswein, e um conjunto de leigas consagradas do movimento Comunhão e Libertação.
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