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Bakhita: A história da escrava africana que se tornou santa
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Bakhita significa ‘afortunada’ e é o nome que lhe foi dado pelos seus raptores. Vendida e revendida várias vezes nos mercados de Cartum, conheceu as humilhações, os sofrimentos físicos e morais da escravidão. ‘Bakhita – Uma santa para o século XXI’ é o título de uma obra lançada esta semana em Lisboa.

O livro fala sobre a vida da santa africana que o Papa João Paulo II canonizou no ano 2000. Um retrato do percurso de vida desta religiosa do século XIX que foi escrava na região onde nasceu: o Darfur, no Sudão.

“Esta mulher era de uma família nobre na altura. O pai era um chefe tribal, depois foi raptada por traficantes árabes de escravos e durante oito anos foi vendida cinco vezes. Foi martirizada, violentada, até ao extremo”, conta o cónego António Rego, durante a apresentação, no auditório da Rádio Renascença.

Na casa do cônsul italiano no Sudão, Bakhita conheceu a serenidade, o afecto e momentos de alegria, mesmo tendo saudades da sua própria família. A sorte de Bakhita mudou quando o cônsul a conseguiu levar para Itália e conheceu as Irmãs Canossianas. Acompanhando a filha do patrão à catequese conheceu quem era Deus e quis ser baptizada. Mais tarde optou por se consagrar para sempre a Deus – que ela amava e com meiguice lhe chamava ‘o meu patrão’ – no Instituto das Filhas da Caridade Canossianas. “Quando vai para a vida religiosa, no princípio, era porteira e tinha muito contacto com a comunidade toda. Chamavam-lhe a freira morena e isso ganhou uma dimensão de popularidade e ela ficou conhecida em toda a Itália”, sublinha o cónego Rego.

Madre Josefina Bakhita, nome que adquiriu pelo Baptismo, nunca esqueceu os seus africanos. Dizia muitas vezes: “Senhor se eu pudesse voar lá longe, entre a minha gente e proclamar a todos a tua bondade. Oh! Quantas almas eu poderia conquistar para Ti. Entre os primeiros os pais e os meus irmãos. Faz ó Jesus com que também eles te conheçam”. Em Darfur, no Sudão, terra onde nasceu em 1869, existe uma comunidade de Irmãs Canossianas e começaram a surgir vocações locais.

A história de Bakhita, que morreu em Schio (Vicenza-Itália) em 1947, é um símbolo para o século XXI, onde ainda persistem sinais de tráfico e escravatura de seres humanos. A Igreja celebra a sua memória no dia 8 de Fevereiro.

 

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Livro: Bakhita – Uma santa para o século XXI

Uma santa para o século XXI porque é nova, envolvente, simpática, humilde, provocadora, explosiva, mística, radicalmente pobre, completamente apaixonada por Deus.

Bakhita é uma mulher realmente capaz de comunicar com a humanidade multifacetada que enfrenta o novo milénio. Questiona-a e coloca-a frente às suas próprias responsabilidades, mas leva-a sempre a sentir-se amada.

Não sabia escrever. Ler, apenas o estritamente indispensável. Amiga de S. Pio X, admirada por João Paulo II e apresentada pelo Papa Bento XVI, na Encíclica Salvos na Esperança (nºs 3-5), como exemplo de humildade e esperança. Uma negra, amada pelos brancos. Uma cristã respeitada pelos muçulmanos. Invocada pelas mulheres de África. Hostilizada pelos regimes africanos. Uma ponte entre o Continente Negro e a Europa. Um desafio para as Missões. Quem falava com ela intuía que estava a falar com uma santa e ela prometeu a todos orações e intercessões.

 

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DVD: Bakhita

Ano 1947. Quando Aurora Marin chega ao convento das Irmãs Canossianas de Schio (Itália), Irmã Bakhita já tinha falecido. Decepcionada, ela recorda e conta a extraordinária vida da mulher que a criou, depois de sua mãe ter morrido aquando do seu nascimento. Nascida numa aldeia da região do Darfur (Sudão), raptada por comerciantes de escravos, Bakhita sofre durante vários anos todo o tipo de brutalidades.

São dois DVD's, com 207 minutos, em três idiomas: Português, Francês e Inglês.

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