Lisboa |
Missa em Aveiras de Cima
“Obrigado ao Padre António Cardoso pelos 60 anos de não cessar de ser apóstolo”
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O Patriarca de Lisboa presidiu neste Domingo, dia 13 de julho, à celebração jubilar da Paróquia de Aveiras de Cima, que assinalou os 60 anos de sacerdócio do pároco, Padre António Cardoso, e os aniversários de várias instituições sociais da comunidade. “Obrigado ao Padre António Cardoso pelos 60 anos de, perpetuamente, não cessar de ser apóstolo”, salientou D. Rui Valério.

A Paróquia de Aveiras de Cima, na Vigararia de Azambuja, viveu este Domingo um momento de alegria e ação de graças, com a presença do Patriarca, ao celebrar os 60 anos de ordenação sacerdotal do Padre António Cardoso, pároco local desde 1967. A festa incluiu ainda o jubileu de três instituições ligadas à ação social da paróquia, que marcam profundamente a vida desta comunidade: os 55 anos do Jardim Infantil, os 30 anos do Lar Nossa Senhora da Purificação e os 20 anos da Casa Mãe.

Na saudação inicial, o Padre António Cardoso agradeceu a presença de D. Rui Valério e recordou com emoção o caminho sacerdotal que iniciou a 15 de agosto de 1965. “Grande graça me é concedida de rezar com o meu Bispo e com a minha comunidade a gratidão da fidelidade do meu sacerdócio e do sonho da minha vida e vocação, seguramente ao encontro do anseio do nosso querido Papa Francisco: que a Igreja seja no mundo como um hospital de campanha, erguido no meio da guerra e do sofrimento dos homens. O sonho da minha juventude aconteceu. O desejo do Santo Padre Francisco está a realizar-se. E nós aqui estamos, erguendo os nossos corações e as nossas mãos em oração, em ação de graças e em compromisso de continuarmos juntos como peregrinos da esperança”, afirmou o sacerdote.

Na presença do presidente da Câmara Municipal de Azambuja, Silvino Lúcio, e do presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, António Torrão, além de diversos membros de instituições da zona, o Patriarca de Lisboa, nas suas primeiras palavras, destacou o privilégio de finalmente conhecer a igreja de Aveiras de Cima, por onde tantas vezes passou na infância, acompanhando o pai camionista. D. Rui Valério sublinhou ainda a fidelidade do Padre António como “uma história viva, com rosto, com nome e com apelido”, enaltecendo a sua dedicação “a Cristo, à Igreja e à humanidade”, especialmente “aos mais frágeis, aos mais pobres e abandonados”.

 

Obras que vêm de Deus

Na homilia da celebração, o Patriarca destacou a fecundidade espiritual e humana das obras nascidas em Aveiras ao longo das últimas décadas. “Aquilo que é feito com Cristo, aquilo que é feito a partir de Jesus Cristo, é para ser em plenitude”, afirmou, considerando que as instituições comemoradas “fazem parte deste absoluto, deste infinito”.

Para D. Rui Valério, a longevidade e vitalidade destes projetos não se compreendem apenas por mérito humano: “O que é que pode reger durante 55 anos, 30 anos, 20 anos, um sacerdócio de 60 anos? Não é uma coisa que vem dos homens, é algo que vem de Deus”. O Patriarca sublinhou que estas obras sociais resistiram ao tempo porque assentam numa base sólida. “Se estas dádivas, estes dons, estas graças tivessem sido sustentadas sobre modas, sobre ideologias, elas já tinham sucumbido. Nós encontramo-nos aqui com aquilo que dá eternidade”, garantiu.

 

Reconstruir vidas

Ao evocar o testemunho do Padre António Cardoso e da comunidade paroquial, D. Rui Valério fez referência à parábola do Bom Samaritano, escutada no Evangelho da celebração, para ilustrar a ação pastoral que devolve dignidade e futuro às pessoas. “O ser humano reconstrói-se por gestos de dádiva, de doação, de partilha, de compaixão. É isso que estamos a celebrar: a capacidade de uma comunidade como Aveiras ser capaz de fazer o que este Samaritano fez”, assinalou. “Aqui reconstrói-se vidas, aqui recria-se para que cada dia haja novos inícios”, acrescentou, apontando o Padre António Cardoso como “um apóstolo desta Palavra que transforma, que recria, que gera caminhos”.

A concluir, D. Rui Valério agradeceu ao sacerdote jubilado por seis décadas de serviço fiel: “Obrigado ao Padre António Cardoso pelos 60 anos de, perpetuamente, não cessar de ser apóstolo. Ao mesmo tempo, é aquele apóstolo que não cessa de derramar o bom vinho da caridade, o bom azeite da alegria, para que o mundo seja cada vez mais parecido com o Céu”.

 

60 anos, 60 rosas

No final da Missa na igreja de Aveiras de Cima, uma paroquiana, em nome da comunidade, agradeceu “à Igreja, que hoje se fez representar por um Bom Samaritano, D. Rui Valério”. “Há 60 anos que vivemos acompanhados por um pastor que nunca passou ao lado. É por isso que, neste lugar sagrado, neste ano jubilar da esperança, queremos apresentar-nos como peregrinos da esperança, na figura das nossas crianças, dos nossos jovens, que são a esperança da Igreja”, salientou, convidando então todas as crianças a se aproximarem do altar para entregar 60 rosas ao pároco, “num gesto tão simples, como simples ele fez esta comunidade”.

Visivelmente feliz, o Padre António Cardoso foi surpreendido pelo gesto da sua comunidade. “Obrigado a todos vós, querida comunidade, nesta expressão e nesta oferta tão bonita dos meninos, de 60 florinhas, 60 rosinhas, 60 anos, neste perfume que temos procurado, pela graça de Deus, que recebeis”, salientou o sacerdote.

O pároco de Aveiras recordou de seguida que, em maio passado, foi peregrino a Roma e encontrou-se com o Papa Leão XIV. Neste sentido, mandou vir do Vaticano o símbolo deste ano santo jubilar, que ofereceu ao Patriarca de Lisboa.

Após mostrar a oferta, perante o aplauso de todos os presentes, D. Rui Valério destacou que a comunhão vivida na comunidade de Aveiras de Cima é sinal da presença do Céu entre os homens. “Agradecemos ao Senhor pela maneira como o amor que nós sentimos pulsar dentro dos nossos corações é a grande arma para fazer a eternidade. E de facto o grande alicerce desta comunidade, alicerce esse que tem estado sustentado e alimentado pelo exemplo, pelo testemunho, pela mensagem do Padre António Cardoso, é a grande rocha onde esta comunidade se ergue. E por isso aqui não apenas se indica o Céu, mas o Céu é aqui, o eterno é aqui, o infinito é aqui. É por isso que é uma comunidade no verdadeiro sentido da palavra, uma comunidade de comunhão”, manifestou o Patriarca, que durante a tarde, na sessão solene, ofereceu ao Padre António Cardoso a medalha da JMJ Lisboa 2023.

 

50 anos de Dedicação

A igreja matriz de Aveiras de Cima fica situada bem perto da principal autoestrada do País. Um facto que foi recordado pelo Patriarca de Lisboa, durante a sua presença nesta comunidade. “Deus Nosso Senhor concedeu-vos a graça, realmente, de colocar, como em nenhum sítio da A1, uma igreja tão próxima. Vocês vejam, caras, irmãs e irmãos, que quem vier de viagem, vai daqui até ao Porto e, ao longo da autoestrada A1, a única igreja que verdadeiramente vislumbra é esta. Há um bocado de privilégio que vem do Céu, oferecido a esta comunidade. Esta comunidade de Aveiras de Cima é para tantos, sobretudo para os que andam distraídos e afastados, a referência nas suas viagens. Quem passa por esta igreja, sente-se impelido à oração. Até nisto, Aveiras de Cima é grandiosa porque oferece um chamamento a quem passa, a quem viaja”, frisou D. Rui Valério.

No adro desta igreja, foi erigido, há menos de dez anos, uma estátua com o busto do atual pároco. “Homenagem ao Padre António José de Barros Cardoso – 50 anos de Dedicação. Gratidão de Todos os Paroquianos, das Freguesias de Aveiras de Cima, Vale do Paraíso, e Aveiras de Baixo e do Município de Azambuja. 11-06-2017”, refere a escultura, que foi inaugurada por ocasião dos 50 anos de presença deste sacerdote na paróquia.

texto e fotos por Diogo Paiva Brandão
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