O Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, presidiu à Missa do 20.º aniversário da dedicação da Igreja dos Pastorinhos, no dia 1 de maio, considerando que, “sem aquele lugar sagrado”, Alverca “seria mais pobre de gratuidade, de solidariedade e de comunhão”.
Consagrada a 1 de maio de 2005, pelo então Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, a Igreja dos Pastorinhos em Alverca foi a primeira no mundo dedicada aos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta Marto. Exatamente 20 anos após a dedicação, o atual Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, presidiu à Missa nesta igreja, no final da manhã de quinta-feira, começando por saudar a comunidade. “Neste dia maravilhoso em que a comunidade de Alverca se reúne para agradecer e louvar o Senhor pelos 20 anos da consagração da sua maravilhosa e amada igreja paroquial, é com igual alegria que eu começo por saudar esta comunidade maravilhosa aqui reunida, a verdadeira Igreja, e nós, cada um, as verdadeiras pedras vivas deste templo do Senhor, personalizando essa saudação, antes de mais, no Padre Marcelo, agradecendo o convite, mas agradecendo também todo a labor, toda a disponibilidade e dedicação que, com a comunidade, convosco, irmãos e irmãs, tem trilhado caminhos de santidade e também caminhos de construção da Igreja, aqui, em Alverca. Obrigado. Que os pastorinhos continuem a abençoar e a acompanhar a vossa caminhada”, desejou, nas palavras iniciais. Nos 20 anos (2005-2025) da dedicação da Igreja dos Pastorinhos, D. Rui Valério lembrou, na sua homilia, que “a Palavra de Deus define um lugar sagrado, como a igreja, como morada de Deus”. “Significa que é um lugar que não existe para si próprio, mas que desempenha uma função, desempenha um serviço. Não se construiu este lugar para ter aqui uma obra prima arquitetónica, mas a sua construção foi em nome de, não existe para si próprio. E isto é um ensinamento fundamental para a nossa vida. Porque significa que quem participa da vida desta igreja, cresce, amadurece, desenvolve a consciência de que tal como a Igreja não existe para si própria, também nós não existimos para nós mesmos. Desenvolve-se aqui um estilo, uma configuração de vida que é aquela vida que é capaz de se tornar serviço, que é capaz de fazer missão, que é capaz de ter um horizonte de existência que – vocês perdoem-me esta imagem – não é o nosso umbigo”, frisou. Laboratório de solidariedade Na presença do presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, e do presidente da União das Freguesias de Alverca do Ribatejo e Sobralinho, Cláudio Lotra, entre outros autarcas, o Patriarca assegurou que “Alverca, sem este lugar, seria mais pobre”. “Pobre de quê? Pobre de gratuidade. Pobre de solidariedade. Pobre de comunhão. Reparem como uma igreja, para além, obviamente, de ser um lugar do culto, é um laboratório de solidariedade. Porque tal como a igreja não existe para si, mas para alguém, nós, cristãos, eu, homem, mulher, que sou batizado, estou aqui para ir ao encontro dos meus irmãos e das minhas irmãs”, observou. “Quando nós, caras irmãs e caros irmãos, a partir de um lugar sagrado como esta igreja, sentimos e descobrimos que o Senhor está presente, que Cristo continua vivo, a partir desta experiência fundamental, ou fundante, ou fontal, de fonte, então, eu vou descobrir Jesus presente em toda a vila, em toda a cidade, em todos os acontecimentos. Mas atenção: é necessário primeiro senti-l’O aqui presente, na Eucaristia, na comunidade aqui reunida. Porque se não houver este primeiro passo, esta primeira descoberta, é muito difícil, depois, que os outros aconteçam e se desenvolvam”, acrescentou D. Rui Valério. Referindo-se ao Evangelho lido na celebração, que narra o episódio de Zaqueu, “aquele cobrador de impostos, publicano, que, enfim, correu à procura de um sicómoro, uma árvore, e a partir de lá viu Jesus”, o Patriarca lembrou que “os ‘Zaqueus’ que existem hoje são o homem e a mulher do nosso tempo, é a sociedade, é cada um”. “Os ‘Zaqueus’ de hoje procuram, muitas vezes, não só Jesus, procuram, muitas vezes, não só verem Jesus, mas os ‘Zaqueus’ de hoje também precisam de encontrar um ‘sicómoro’ com os quais, ou sobre os quais, ou dos quais verem Jesus. Uma igreja é um sicómoro, realmente. Mas não te esqueças: uma igreja não é só um lugar. Não perguntei ao Padre Marcelo, mas tenho a certeza de que, ao longo do ano, porque se vem a um batizado, ou se vem a um casamento, ou se vem, pura e simplesmente, as pessoas que não têm prática religiosa, que não têm prática cristã, mas que, aqui, podem encontrar um sicómoro, ou seja, um lugar que lhes permite ver o Salvador, que lhes permite ver Jesus Cristo. Tal como esta igreja de Alverca, dedicada aos pastorinhos, é um sicómoro, assim também tu és chamado a ser. Tu, cada um, és chamado a ser este sicómoro, esta ‘árvore’ que permite que o meu irmão, que anda afastado, mas sedento de Deus e de Cristo, possa realmente encontrar o Senhor”, desejou o Patriarca, na Missa que assinalaram os 20 anos da Igreja dos Pastorinhos, em Alverca. Símbolo na calçada Pároco de São Pedro de Alverca desde fevereiro de 2020, o Padre Marcelo Boita deixou diversos agradecimentos na celebração aniversária. “Em primeiro lugar, gostava de agradecer a Deus, claro, porque sem Ele nada disto era possível, sem Ele não estaríamos aqui, estaríamos de férias noutro lado ou de fim-de-semana prolongado. Estamos cá porque Deus quis e, por isso, agradecemos ao Senhor e também a todos aqueles que sonharam esta igreja e que hoje também queremos lembrar, os que porventura já partiram e, também junto de Deus, intercedem por nós”, apontou, no final da Missa dos 20 anos da igreja paroquial. O sacerdote agradeceu ainda a “presença” e o “cuidado” do “nosso Pastor, o nosso Patriarca D. Rui”, bem como dos autarcas presentes. Em particular, o Padre Marcelo agradeceu à junta de freguesia a obra na calçada do adro da igreja que iria ser inaugurada após a Missa. “Queria agradecer esta lembrança tão boa que foi aquela obra que está lá fora, à saída da igreja, ou à entrada, conforme, na calçada. Queria agradecer esta oferta do símbolo da Igreja dos Pastorinhos. Já desde 2000 foi pensado, portanto quando esta igreja foi pensada este símbolo já existia, se calhar caiu um bocadinho no esquecimento, mas está lá, com a sua explicação: são os dois pastorinhos de um lado, do outro lado o símbolo da igreja, que nos faz relembrar o carrilhão que ainda não toca – mas há de tocar, se Deus quiser –, e depois também a cruz e uma janela aberta ao mundo, que depois se prolonga num cajado dos pastorinhos e do São Pedro, padroeiro da nossa paróquia. É um símbolo bonito, que vai ficar ali gravado na pedra, por isso também obrigado à junta de freguesia por esta oferta, e ao senhor calceteiro e os seus ajudantes, porque isto não é fácil, partir pedra por pedra é um trabalho árduo, mas é uma arte”, agradeceu o Padre Marcelo Boita. “Agradeço a todos os que ajudaram para que esta igreja e este centro pastoral fossem construídos com arrojo e visão de futuro. Agradeço a todos os que, ao longo destes anos, têm contribuído para que este sonho, que já é realidade, continue a ser realidade e um oásis de esperança nesta nossa cidade”, terminou o pároco de Alverca. Após a Missa presidida pelo Patriarca de Lisboa e a inauguração do símbolo na calçada, teve lugar no auditório um almoço partilhado e momentos de convívio entre toda a comunidade cristã. A festa terminou com um concerto comemorativo, durante a tarde. Dedicação em 2005 Lançada a primeira pedra no ano 2000, com a visita do então Papa João Paulo II a Fátima, a Igreja dos Pastorinhos começou a ser construída em 2002, na cidade de Alverca, tendo sido dedicada no dia 1 de maio de 2005, pelo então Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo. “Nossa Senhora tem uma capacidade de atração misteriosa. Não vale a pena discutir nem perguntar porquê”, referia, na homilia. Em maio de 2021, o Santuário de Fátima ofereceu à Paróquia de São Pedro de Alverca as imagens oficiais da canonização dos Pastorinhos de Fátima, em 2017.![]() |
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