06.08.2024
JMJ Lisboa 2023 |
Missa de agradecimento pelo primeiro ano da JMJ Lisboa 2023
“Creio, sinceramente, que foi Cristo a principal razão que nos mobilizou a todos”
O Patriarca de Lisboa presidiu à Missa de agradecimento pelo primeiro ano da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, numa Sé totalmente lotada de jovens. “Se tu falas da JMJ só, sem este Cristo que ressuscita na tua vida, estás a fazer História, estás a fazer Arqueologia, estás a fazer passado”, considerou D. Rui Valério, que, no final da celebração, convocou os jovens para o ‘Rejoice’, o encontro nacional da juventude de comemoração do primeiro aniversário da JMJ Lisboa 2023, que vai decorrer em outubro.
A zona envolvente da Sé Patriarcal de Lisboa voltou a vestir-se com as cores da JMJ Lisboa 2023, o amarelo, o verde e o encarnado, no final da tarde deste dia 6 de agosto, terça-feira. Foram muitas centenas os jovens, vindos de toda a diocese, que quiserem participar na Missa, presidida pelo Patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, pelo primeiro aniversário da Jornada Mundial da Juventude. Também o Coro da Jornada, composto maioritariamente por jovens, marcou presença na celebração. No cortejo de entrada, os jovens levaram as imagens dos 13 patronos da JMJ Lisboa 2023: São João Paulo II, São João Bosco, São Vicente, Santo António de Lisboa, São Bartolomeu dos Mártires, São João de Brito, Beata Joana de Portugal, Beato João Fernandes, Beata Maria Clara do Menino Jesus, Beato Pedro Jorge Frassati, Beato Marcel Callo, Beata Chiara Badano e Beato Carlo Acutis. Este momento inicial da Missa foi também acompanhado pelos símbolos da JMJ, que acompanharam igualmente o cortejo: o Ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’ oferecido pelo Vaticano ao Patriarcado de Lisboa e a Cruz peregrina, ambos também transportados pelos jovens. Em frente ao altar, no chão, a bandeira de Portugal à esquerda, a bandeira da Coreia do Sul [sede da próxima JMJ em 2027] à direita e, ao centro, a Cruz do COD Lisboa. A Missa foi promovida pelo Serviço da Juventude, a Pastoral Universitária e o Setor de Animação Vocacional do Patriarcado de Lisboa e, na saudação inicial, o Patriarca de Lisboa agradeceu a “dedicação” de todos os que estiveram envolvidos na organização da Jornada. “Gostaria que esta saudação chegasse àquelas e àqueles que, há um ano, contribuíram de forma decisiva para que aquele verdadeiro momento, aquele Pentecostes que foi a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, e que esse alcance, esse brilho, essa grandeza, essa elevação muito derivou, claro, da graça de Deus e da Sua presença, mas também da dedicação daquelas e daqueles que eu agora vou saudar: ao COL [Comité Organizador Local], com as suas várias direções e tantos que trabalharam; ao COD [Comité Organizador Diocesano] de Lisboa e das outras dioceses; aos COP’s [Comités Organizadores Paroquiais] das várias paróquias que acolheram peregrinos; aos voluntários centrais e paroquiais; aos casais que ajudaram a receber os voluntários; às famílias de acolhimento; a todas as paróquias, movimentos e escolas; a todas as autoridades civis das paróquias, das freguesias; às Câmaras Municipais de Lisboa e de Loures e outras Câmaras Municipais, nomeadamente Loures, Cascais, Oeiras; saúdo também e agradeço o contributo do Governo de Portugal; e o contributo e a dedicação de tantas mulheres e homens de boa vontade”, expressou D. Rui Valério, escutando, desde logo, uma salva de palmas. Neste momento inicial da celebração, o Patriarca destacou ainda os patronos da JMJ Lisboa 2023 para agradecer a Deus a Jornada que Lisboa recebeu há um ano. “Com os nossos patronos, nós elevamos ao Alto o nosso louvor, o nosso agradecimento, a nossa gratidão com aquele jeito que Jesus nos ensinou a agradecer ao Pai, ou seja, não só com o que temos nas mãos, não só com o que pronunciamos pelos nossos lábios, não só com o que sentimos pelo nosso coração, mas o nosso louvor, a nossa gratidão é com todo o nosso ser, conscientes de que – mérito da Jornada Mundial da Juventude – todos nós nos tornámos um pouco diferentes, todos nós nos sentimos a progredir nos níveis da santidade, na consciência de seguir Jesus e, particularmente, todos nós saímos de lá com a certeza de que Jesus nos dá força para testemunhar, como missionários, a nossa fé e a nossa esperança. É este agradecimento que queremos dizer ao Senhor: um grande obrigado por aquele momento em que Portugal foi capaz de sair, em Lisboa, à rua para dizer que não temos vergonha de sermos cristãos, não temos vergonha de ser discípulos de Jesus, não temos vergonha do Evangelho, não temos vergonha de ser santos”, salientou. A Missa na Sé pelo aniversário da JMJ foi concelebrada pelo Patriarca Emérito de Lisboa, Cardeal D. Manuel Clemente, pelo Núncio Apostólico em Portugal, D. Ivo Scapolo, pelo Bispo da Guarda [diocese que pertence à Província Eclesiástica de Lisboa], D. Manuel Felício, pelo Bispo Emérito de Bragança-Miranda, D. António Montes Moreira, que reside há vários anos em Lisboa, e pelos Bispos Auxiliares de Lisboa, D. Joaquim Mendes, D. Nuno Isidro e D. Alexandre Palma, que é também presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, além de diversos sacerdotes. A vereadora do Município de Lisboa com os pelouros Direitos Humanos e Sociais, Educação, Juventude e Saúde, Sofia Athayde, marcou também presença na Missa que assinalou o primeiro ano da JMJ Lisboa 2023. A Transfiguração de Jesus e a JMJ A Missa de agradecimento pelo primeiro ano da JMJ Lisboa 2023 foi celebrada a 6 de agosto, Festa da Transfiguração do Senhor. “Caros amigos, o nosso encontro de há um ano atrás, aqui, em Lisboa, onde nós pudemos saborear a beleza e o encanto de sermos amigos e discípulos de Jesus ficou associado ao calor, tal como hoje, mas sobretudo à Transfiguração de Jesus, quando Jesus, um belo dia, pega em três dos seus discípulos, Pedro, Tiago e João, e os conduziu para um alto monte onde, perante eles, se transfigurou”, começou por referir, na sua homilia, o Patriarca, propondo uma “reflexão em quatro etapas”. Desde logo, para “perceber algo de Jesus, é necessário ter uma relação com Jesus e uma relação de amor”. “A coisa não vai lá – que me perdoem os académicos – com estudo ou só com reflexão. A descoberta de Jesus como Messias, como Senhor, acontece quando tu, com Ele, tens esta relação de amor, esta relação de paixão, esta relação de intimidade. Quando tu consegues estar com Jesus num momento de perigo e invocá-l’O, quando vais no Metro ou nos transportes públicos, ou então quando à noite, antes de chegar o ‘João Pestana’, estás a dialogar com Ele. Quando Jesus não tem espaços limitados na tua vida, mas te inunda o coração, então tu, aí, começas a compreender que Ele realmente é o Senhor, que realmente já é verdadeiro Filho de Deus”, explicou. Falando de improviso, D. Rui Valério sublinhou, depois, que o ser humano “é feito para a eternidade”. “Nós não somos feitos para a terra, para o pó, para a poeira; nós somos feitos para a eternidade, para o esplendor. A razão de ser do nosso ser é Deus, na nossa humanidade”, frisou. “Compreendes onde é que Deus acontece na tua vida? E compreendes que é na tua pessoa, na tua na tua realidade humana, que Deus faz história, que Deus se encarna? Compreendes como, a partir daqui, nós fazemos uma descoberta acerca daquilo que é a nossa identidade enquanto seres humanos, que se escancara perante nós um horizonte de vida, que perante nós se ergue, majestosa e maravilhosamente resplandecente, Deus? Esta é a razão de ser da nossa existência”, acrescentou. Como “terceiro momento” do “mistério da Transfiguração”, o Patriarca considerou que “quando Jesus nos inunda o coração, depois nós começamos a olhar e só vemos Jesus”. “Mas quando Jesus inundou o nosso coração, também aquilo que brota do nosso fazer, das nossas mãos é o Reino de Cristo. Quando Jesus está presente, inunda o teu coração, os passos que tu dás é sempre para Jesus. Tu, sozinho, com Jesus. E em Jesus reencontras todos os outros irmãos e todas as vicissitudes da existência. Extraordinário”, assinalou. Neste sentido, apontou: “Há um ano atrás, nós estávamos a viver este encanto. Creio, sinceramente, que a principal razão que nos mobilizou a todos, cada um à nossa maneira, a Lisboa, e que mobilizou aqueles milhares e milhares de irmãos que cá chegaram foi Cristo. Como dizia o Evangelho, foi Cristo que pegou em cada um de nós e nos trouxe cá e aqui mostrou-nos coisas maravilhosas”. No “quarto e último passo”, D. Rui Valério voltou a questionar os jovens: “O que é que efetivamente me deve levar a falar da JMJ 23? É só os amigos que eu lá conheci? É só aquele calor que eu passei? É só aquele encanto? O Evangelho está-nos a dizer: enquanto Jesus não ressuscitar na tua vida, enquanto Jesus não for o Senhor vivo da tua existência, da tua história não fales da JMJ. Se é só para contar o que vieste ver, o que vieste ouvir, isso é pouco. Aquilo que deve ser o nosso testemunho é o testemunho de um Cristo que ressuscitou no meu coração, é um Cristo que vive na minha vida. É isto que me habilita, me autoriza, me legitima a falar da JMJ! Não contes nada se Cristo não ressuscitou na tua existência, na tua vida e se tu não ressuscitaste com Ele. Porquê? Porque então estás a fazer Arqueologia, meu caro. Se tu falas da JMJ só, sem este Cristo que ressuscita na tua vida, estás a fazer História, estás a fazer Arqueologia, estás a fazer notícia, estás a fazer passado. Mas a JMJ existiu e existe para te proporcionar, para te ajudar a viver a experiência da Ressurreição de um Cristo que ressuscita na tua vida”. Visita do Papa a Lisboa? O Patriarca apontou, a finalizar, “como Cristo ressuscita na vida de cada um”. “Ele vai ressuscitar quando o teu pensamento for ao jeito do Evangelho. Vai ressuscitar quando tu fores luz para os outros. Vai ressuscitar quando a tua vida de santidade for verdadeiramente radiante. Aí, Cristo vai ressuscitar! Vai ressuscitar no teu coração, quando tu compreenderes que o ‘tu’ dos outros, o ‘tu’ de Cristo é mais do que o ‘eu’ da minha individualidade. Cristo ressuscita no amor, ressuscita na fé, ressuscita na esperança”, referiu, expressando o desejo de que o Papa possa voltar a Lisboa: “Caras irmãs e irmãos, vamos agradecer ao Senhor porque foi uma graça incomensurável, infinita, transcendente aquela que nos foi dada. Foi-nos dado o privilégio, a honra, a glória de ter vivenciado um momento de transfiguração também, há um ano atrás, com alguém cujas vestes eram extraordinariamente brancas, o Papa Francisco, a quem nós, todos, agradecemos, a quem nós, todos, rezamos pela sua saúde e a quem nós, todos, daqui dizemos este nosso desejo de o reencontrar, aqui, na nossa querida e amada cidade, outra vez, quem sabe para que os jovens de 2023, famílias de 2030, ele cá queira vir para um encontro de famílias. Quem sabe”. No final da sua homilia, D. Rui Valério assumiu que não contava com tanta gente na Missa de agradecimento pelo primeiro ano da JMJ Lisboa 2023, na Sé. “Um grande bem-haja. Obrigado pela vossa presença. Quero-vos dizer que não esperava que viesse tanta gente, porque me disseram que Lisboa, em agosto, vai de férias, mas obrigado pela vossa presença. Que Deus vos abençoe”, terminou o Patriarca de Lisboa, escutando uma nova salva de palmas. ‘Rejoice’ convoca jovens Nas palavras finais da Missa, antes da bênção, o Patriarca de Lisboa voltou a agradecer. “Sem dúvida que a palavra que hoje emerge e brota do nosso coração, dos nossos lábios, mas também daquilo que nós, na vida e na existência, vamos sentindo é a palavra ‘Obrigado’. Uma palavra de gratidão, uma palavra de gratidão a Jesus, ao Pai do Céu, à Virgem Santíssima, mas também à nossa Mãe na regeneração a uma vida nova, que é a Igreja e, no caso concreto, a Igreja de Lisboa. Foi pelos Pastores de Lisboa, de há um ano atrás, que nós tivemos aquela bênção e graça de viver o que vivemos, a JMJ 23!”, assinalou. Depois, D. Rui Valério lançou “uma palavra de convocação” aos jovens, propondo a atividade ‘Rejoice’, o encontro nacional da juventude de comemoração do primeiro aniversário da JMJ Lisboa 2023, que vai decorrer no Pavilhão de Portugal, no Parque das Nações, em Lisboa, nos dias 19 e 20 de outubro. “A Pastoral Juvenil do Patriarcado, a Pastoral Juvenil nacional e de cada uma das dioceses gostaria muito de introduzir, ou de inaugurar, uma experiência que, depois, seria desejável permanecer: um encontro anual da juventude de Portugal! Este ano, também, um pouco na celebração do primeiro aniversário da Jornada, mas vamos fazer essa experiência e, por isso, gostaria de convocar os jovens de Lisboa, do Patriarcado de Lisboa, a aderirem, a estarem presentes, porque, uma vez mais, tenho a certeza que a nossa amada e querida terra vai fazer história com a inauguração de uma experiência que, certamente, fará com que os jovens de Portugal mais se aproximem de Cristo, mais cresçam na consciência de servir o próximo, de servir na instauração do Reino de Deus. Portanto, que fique registado que 19 e 20 de outubro é um tempo para Cristo”, desafiou o Patriarca de Lisboa. Pagela de oração ‘Para continuar a caminhar’ Na chegada à Sé Patriarcal, cada jovem (ou menos jovem) que participou na Missa de agradecimento pelo primeiro ano da JMJ Lisboa 2023 recebeu a pagela de oração ‘Para continuar a caminhar’, com a imagem do Papa Francisco. Esta foi uma iniciativa da Fundação JMJ Lisboa 2023, que foi produzida pelo Departamento da Comunicação do Patriarcado de Lisboa.A OPINIÃO DE
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