Domingo |
À procura da Palavra
Onde é que Te vimos?
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DOMINGO CRISTO REI Ano A
“Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos,
a Mim o fizestes”
Mt 25, 40

Há 20 séculos que os cristãos falamos de amor. Escrevemos tratados, repetimos com insistência que o amor é o critério fundamental de todas as escolhas. S. João da Cruz disse mesmo que, “no entardecer da vida todos seremos julgados pelo amor”. Mas no viver concreto da sociedade, nas “horas-da-verdade” em que os poderes se enfrentam, quando outros “valores” se mostram mais aliciantes, o ideal pode até manter-se, mas a realização de gestos concretos falha. A mensagem de Jesus não é sempre directa, simples e concreta?

São muitas as forças que puxam para a inércia e para o acomodamento. Que não admitem a dúvida nem a procura. Que estão convencidas de possuir todas as respostas. São as forças do poder e da tradição que afoga a novidade do Espírito. São algumas “realezas” mal-entendidas e mais mal praticadas, aquelas que anulam a responsabilidade de todos na construção da história. São todas as formas de desprezo e exclusão dos “pequeninos” deste mundo, não reconhecendo os seus dons e o seu valor. Um pouco como a escuridão onde o medo pode reinar! É aí que a força do Evangelho interpela constantemente a uma atenção nova a todas as situações. De nada nos vale dizer que andámos distraídos ou tínhamos muita pressa! “Onde é que Te vimos?” – perguntaremos no momento do juízo!

O mais decisivo na vida não é tanto o que pensamos e dizemos, o que acreditamos e escrevemos. Nem enchermo-nos de pena quando vemos o que está mal ou alguém que sofre. Podemos até ter uma consciência tranquila de não fazer mal a ninguém, e até de gritar para que acabem as injustiças. O que é decisivo é simplesmente isto: o que fiz e o que faço por quem sofre e pelas realidades que podiam ser melhoradas? E mesmo antes de pensar no que me é possível e a quem podia pedir para ajudar no socorro e na mudança, mil vozes interiores começam a dizer: “tem prudência”, “não te comprometas”, “tu não podes mudar nada”! Surge à superfície o medo, que congela o calor da esperança, e instala-se a preguiça de “desistir por falta de comparência”.

Escrevia há dias, no Facebook, o professor e escritor Frederico Lourenço sobre o sentido da vida: “a atenção que prestamos aos outros sem esperarmos nada em troca tem sempre de predominar nem que seja um milímetro sobre a atenção que damos a nós mesmos.” Tantas vezes rodamos demasiado em torno de nós próprios que parecemos um pião a escavar um buraco! É simples e directa a proposta de Jesus: esforçarmo-nos em eliminar seis situações concretas de sofrimento e de pobreza: a fome, a sede, o exílio, a nudez, a doença, a prisão. E se descobríssemos que essa disponibilidade ao próximo nos ajuda a viver mais plenamente?

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