DOMINGO XXXI DO TEMPO COMUM Ano A
“Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo.
Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado.”
Mt 23, 12
Tornou-se fácil confundir o dia de Todos os Santos com os Fiéis Defuntos. Até porque o primeiro é feriado e proporciona a ocasião de visitar o cemitério e colocar uma flor e uma lágrima no sepulcro de alguém querido. E claro que há uma relação entre estes dois dias, pois ambos são iluminados pela luz da Ressurreição de Jesus. A celebração de Todos os Santos abraça a multidão incontável de mulheres, homens, idosos, jovens e crianças que procuraram e seguiram a Deus de coração sincero; o dia seguinte aponta-nos o mistério da pequenez e da fragilidade humana, condição evangélica para passar da morte à Vida! O primeiro envolve-nos na vocação universal à santidade, caminho novo todos os dias, cheio das surpresas de Deus e da humanidade (não confundir com “falsas piedades” ou cheiro de “velas e incenso”); o segundo compromete-nos com a sementeira de esperança em gestos fraternos de carinho junto de quem sofre!
Como são difíceis as palavras quando nos confrontamos com a morte! O próprio Jesus não disse muitas coisas. Deixou as nossas perguntas em suspenso. Sofreu connosco e chorou. Mas, saltando os nossos limites, disse o que tínhamos sede de ouvir: “Eu sou a Ressurreição e a Vida”! É por isso que a celebração das exéquias se torna num particular momento de testemunho desta esperança. Só é pena tantas vezes esquecermos que a Ressurreição é para ser vivida já agora. E esse é o caminho da santidade: passar pela morte do egoísmo para a ressurreição da vida que se dá em abundância!
A dor, o sofrimento e a morte, esses limites constantes do nosso existir, lembram-nos o quanto somos pequenos, o quanto precisamos dos outros. E contrariamente ao tantas vezes proclamado, descobrimos que é bom precisarmos uns dos outros. “Preciso de ti” foi a frase que salvou aquela pessoa desinteressada da vida, minada por uma doença que os médicos não identificavam. E até a surpreendente imagem das mesas redondas dos trabalhos da assembleia sinodal que decorreu em Roma neste mês de Outubro, parecia dizer isso: “Precisamos uns dos outros. De todos!” Esperamos certamente deste Sínodo pequenas “ressurreições” de caminhos novos, de opções cada vez mais cristãs, de Igreja mais luz, sal e fermento do mundo, de alegria, verdade e compromisso em viver o amor de Deus em tudo e com todos. Na mensagem ao povo de Deus, sublinhou-se a escuta como tarefa constante, a começar por aqueles que “não contam” e ninguém escuta: os mais pobres. Não é neles que Deus gosta tanto de falar e confundir os sábios e entendidos? Ah, como precisamos da santidade de precisar de todos, para que todos ressuscitemos!
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