DOMINGO XXVIII COMUM Ano C
“Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus
senão este estrangeiro?"
Lc 17, 18
Sempre me impressionou a história, contada por um cardeal belga, daquele homem que, tendo vivido rodeado de cristãos, um dia, quando se converteu, chorou de alegria pela maravilha da fé, e de tristeza porque os cristãos seus vizinhos nunca lhe tinham mostrado quão belo é acreditar em Deus. Talvez sofressem um pouco da “ingratidão” dos nove leprosos do evangelho de hoje. Tantas são as graças recebidas que, a certa altura, até o coração parece ficar indiferente. Ou vamos julgando que somos nós quem produz os milagres!
Tem sido espantosa a vitória da Medicina sobre a lepra. Saber que é possível salvar um leproso com cuidados médicos e higiénicos atempados, alegra-nos. Quanto à outra, aquela que contagia os corações para a indiferença, a intolerância e a ingratidão, sendo mais difícil a sua cura, também o remédio todos o sabemos: viver de coração aberto. Aberto ao novo, à diferença, à pluralidade, aos “samaritanos”! Essas pessoas inesperadas em que os gestos autênticos de fé e caridade interpelam a rotina e o vazio de tantos gestos religiosos. E começa a notar-se pelo agradecer. Quem sabe agradecer, e não apenas retribuir (como poderia retribuir ao próprio Deus quanto Ele me dá?) multiplica a alegria: é a sua, e a que gera no outro!
Mas até a gratidão parece gasta. Como se ela fosse um “pagar” o que se recebeu! E há quem viva a medir favores dados e recebidos numa contabilidade asfixiante da verdadeira gratidão. Também a eucaristia sofre, por vezes, deste utilitarismo! Da “missa pelo meu familiar que eu já paguei”, à “missa daquele padre simpático que fala tão bem”, que se faz da verdadeira acção de graças que ela é? Como nos unimos à acção de graças universal, que Cristo abraça e toma em suas mãos para oferecer ao Pai? Como nos oferecemos também nós se procuramos mais receber? A graça de Deus desce ao coração do pobre, àquele que lhe deu o todo de si e, por isso, está capaz de receber Deus!
Quem vive agradecido tem um olhar novo sobre a vida. Sabe de onde lhe vêm os dons e as surpresas. É capaz de voltar atrás para louvar a Deus. Tem um rosto e uns olhos que parecem iluminados porque é capaz de ver luz onde outros vêem escuridão. Libertou-se do “caruncho” da ingratidão!
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