Todos os católicos entendem o casamento – MATRIMÓNIO – como um Dom de Deus, uma vocação sagrada pela qual um homem e uma mulher se entregam um ao outro numa comunhão para toda a vida. É uma oportunidade para experimentar um amor que conduz a uma profunda e completa forma de vida. O casamento expressa um amor que reflecte o amor de Deus e é um caminho sagrado para a santidade. É um sinal e uma fonte de esperança e de apoio para todos e é celebrada pela Igreja como um Sacramento.
Quando uma mulher e um homem se casam comprometem-se, um com o outro, para toda a vida. Esta promessa única vai ao encontro do desejo mais profundo do coração humano – a doação ao outro através de um amor total, mútuo e fiel. Com base nesta promessa, o casamento para toda a vida revela o melhor dos seres humanos, pois é a fonte de muito amor, esperança e alegria, e é também neste contexto que, muitas pessoas, vivem os desafios e o sofrimento da condição humana. Por esta razão, o Concílio Vaticano II descreveu o casamento como uma “íntima comunidade de vida e de amor, fundada pelo Criador e dotada de leis próprias” (Gaudium et Spes 48).
O casamento é a base natural da família e, portanto, da educação das crianças e da continuação da sociedade humana. Devidamente entendido, o amor matrimonial “exige a indissolubilidade da doação recíproca definitiva” (João Paulo II, Familiaris Consortio: Exortação Apostólica sobre a Família (1981) 13).
Citando S. Paulo: “Maridos, amai as vossas mulheres como também Cristo amou a Igreja e se entregou a Si mesmo por Ela para a santificar” (Ef 5, 25). Assim como a aliança de Deus com o seu povo é para toda a vida, assim também Jesus insiste que o casamento cristão é indissolúvel: “Não separe, pois, o homem o que Deus uniu.” (Mt 19, 6).
Cada casamento é único, pois não há duas pessoas iguais; as dificuldades e falhas de cada casamento resultam de um conjunto de factores particulares, incluindo as decisões e condutas dos envolvidos. É claro que hoje em dia há óbvias pressões económicas, culturais e sociais que afectam o casamento.
Porque se empenha a Igreja em ajudar os casais a “viver” o seu casamento?
Perante essas pressões económicas, culturais e sociais, a Igreja apela aos casais para se concentrarem nas suas vidas, no compromisso fiel com o seu cônjuge, e para amarem e cuidarem da nova e alargada família que resulta do seu casamento: “a graça própria do sacramento do Matrimónio destina-se a aperfeiçoar o amor dos cônjuges e a fortalecer a sua unidade indissolúvel”. Por meio desta graça, “eles auxiliam-se mutuamente para chegarem à santidade pela vida conjugal e pela procriação e educação dos filhos” (Catecismo, 1641).
O casamento é tanto um caminho de fé e de confiança, como de amor. Um casamento completo é (normalmente) a aventura de partilhar todas as etapas da vida adulta – o romance dos jovens, a paternidade, a meia-idade e a velhice – com a pessoa a quem corajosamente confiamos o nosso coração.
Como qualquer compromisso para toda a vida, o casamento é uma viagem ao desconhecido, que envolve um constante desprendimento relativamente ao passado para abraçar o futuro. É uma viagem ao que verdadeiramente somos, e ao que verdadeiramente é o nosso cônjuge.
Os católicos consideram que o casamento é um Sacramento – um sinal efectivo e visível da Graça de Deus – que testemunha o amor criativo e fiel de Deus presente na vida do casal. Como um sacramento da Igreja, “o santo matrimónio” consagra o amor humano, a sexualidade e a procriação para um fim mais nobre. Une o casal a Deus e torna-o um sinal da Sua aliança com o Seu povo. Identifica o casal com Cristo que transforma o casamento num sinal do Seu amor fiel e indissolúvel para com a Igreja. Transforma a família numa “igreja doméstica”.
Muitas paróquias ainda não têm uma equipa de CPM (Centros de Preparação do Matrimónio), mas terão eventualmente muitos casais empenhados em diversos Movimentos, como, por exemplo, Equipas de Nossa Senhora, Casais de Santa Maria, Encontro Matrimonial, etc. etc. Todos Movimentos que têm um cariz de índole familiar, numa espiritualidade de oração e partilha, onde são postos em comum os êxitos, as alegrias e também as frustrações e dores que a família experimenta. Não se deve esquecer que a preparação para a futura vida de casal é sobretudo tarefa da família e, por isso, há que sublinhar a exigência de uma particular solidariedade entre as famílias.
A partilha ajuda ao crescimento dos casais. E fazemos aqui um desafio a todos os casais / famílias verdadeiramente empenhados no anúncio da felicidade, que testemunhem e partilhem a sua experiência de “igreja doméstica”.
E quando a relação do casal fica muito tensa?
É complicado ver as questões em perspectiva, quando a relação está muito tensa. Os casais devem recordar repetidamente que os desafios são pontos de potencial crescimento na sua relação. Por vezes lidarão bem com as situações. No entanto, quando a relação está realmente com dificuldades, os casais devem procurar ajuda. Infelizmente, muitos casais adiam a decisão de procurar ajuda até que a sua relação se deteriora totalmente.
Nalgumas situações os casais alegam falta de amor pelo cônjuge. Muitos dizem “já não existe nada entre nós”, ou “o amor acabou”, o que afinal quer traduzir que o vínculo com o outro - como a pessoa mais importante da sua vida - diminuiu de forma significativa.
Não há respostas fáceis nestes casos. Talvez um ou ambos os esposos tenham mudado tanto que toda a forma de se relacionarem tenha que ser reconstruída. Talvez a aparente diminuição do amor seja o resultado final de falhas que existiam na sua relação desde o princípio.
Para discernir qual o caminho a seguir, os casais devem procurar manter o seu casamento. Primeiro que tudo, recorrer a ajuda profissional, orientada por padres ou outros conselheiros; este apoio pode ajudar o casal a restabelecer o diálogo e a renovar o seu amor.
Um grande esforço deve ser feito para fortalecer a oração diária e o alimento espiritual através dos sacramentos da eucaristia e da reconciliação. Os esposos nunca devem esquecer que “… «o Salvador dos homens e Esposo da Igreja vem ao encontro dos esposos cristãos com o sacramento do Matrimónio». Fica com eles, e dá-lhes a coragem de O seguirem tomando sobre si a sua cruz, de se levantarem depois das quedas, de se perdoarem mutuamente, de levarem o fardo um do outro, de serem «submissos um ao outro no temor de Cristo» (Ef 5, 21) ” (Catecismo, 1642).
Como corresponde às aspirações humanas mais profundas, uma ruptura no casamento tem um enorme potencial para magoar e desiludir. Dificilmente alguma família nesta sociedade moderna não seria tocada profundamente pela dor de quem experimenta uma ruptura no seu casamento.
Uma palavra de estímulo e esperança
Alcançar a velhice na companhia do cônjuge, da família e dos amigos, é uma alegria que só é experimentada por aqueles que perseveraram em tempos difíceis. Tais casamentos testemunham a importância de uma longa e ininterrupta fidelidade purificada e enobrecida (Familiaris Consortio 77). Perseverar no casamento é acima de tudo manifestação da graça do sacramento, do “mistério” pelo qual os dois se tornam “um só Corpo”, tal como Cristo é um só com a Igreja numa aliança inquebrável de amor e de fidelidade.
É bom apostar na formação dos jovens para relações duradoiras, pois é na família que aprendemos a ser quem somos e a ser com os outros, numa articulação entre o individual e a socialização.
Lisboa celebra as Bodas Matrimoniais
A diocese de Lisboa, com todas as suas paróquias e movimentos, vai celebrar as Bodas de Ouro e de Prata com os casais que, este ano, perfaçam 50 e 25 anos de matrimónio. O encontro terá lugar no dia 16 de Maio, nos Jerónimos, com acolhimento a partir das 14h30 e missa presidida pelo Cardeal-Patriarca, às 16h00.
Vamos fazer festa com essas famílias vindas dos vários pontos da diocese, dando a conhecer ao mundo que estas caminhadas de vida conjugal valem mesmo a pena, agradecendo a Deus pelo dom da vida e pela sua presença em todos os momentos da construção do bem comum do matrimónio e da família.
A Igreja reza para que vençam as forças da «civilização do amor», que jorram da fonte do amor de Deus, forças que a Igreja emprega sem descanso em benefício de toda a família humana. (João Paulo II, Carta às Famílias, nº 16)
Aos que lêem este artigo, é-lhes confiada a missão de darem a conhecer esta iniciativa e de identificarem / convidarem os casais que celebram este ano os seus 25 ou 50 anos de matrimónio, até porque “a missão da Igreja é levar a todos a boa notícia do Amor misericordioso de Deus”, referiu o Papa Bento XVI no passado domingo da Divina Misericórdia.
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